Sniper Americano é a obra mais polêmica de 2014, tendo isso em vista se tornou facilmente o filme de guerra mais rentável da história, superando assim obras como Pearl Harbor e O Resgate do Soldado Ryan. Todos os olhares voltados para Clint Eastwood que assumiu a direção depois da desistência de Steven Spielberg. Eastwood conservador como é, a nação Americana abraçou o projeto lotando assim as salas de cinema. Se anteriormente ele tinha filmado obras com teor dramático além do normal vide Menina de Ouro e Invictus, outrora filmes polêmico como Gran Torino, certamente seria daqueles casos típico que ame ou odei, eu amei!
Narra a trajetória de Chris Kyle(Bradley Cooper) o atirador de elite mais letal do Estados Unidos, sendo responsável por mais de 150 mortes no período pós 11 de Setembro. A obra se divide: Na relação familiar do atirador que lembra bastante O Franco Atirador, treinamento antes da guerra que lembra Nascido para matar e as causas e consequências da guerra na vida do ser humano.
A relação familiar é o ponto fraco da obra, se mostrando várias vezes de forma apressada, causando a impressão de que Taya(Sienna Miller) esteja de forma superficial, pra mostrar que Chris era casado e a mulher com quem teve filhos.O treinamento rígido mostrado ainda no primeiro ato, não foi o que fez Chris ser a lenda que foi, mas sim na sua infância, treinado pelo pai, visto na primeira cena que corta a primeira morte de Chris na guerra.
Causas e consequências: Taxado por muitos como pró-guerra, Sniper Americano não é nada disso, tendo como ponto de vista que Chris é mais vítima que Herói, título que não aceita mesmo com o reconhecimento de colegas de pelotão. Em meio ao caos da guerra, a primeira morte executada pro Chris é logo uma criança, seguido por uma mulher, o maior temor de qualquer soldado em uma guerra. As duas primeiras mortes causaram mais sequelas que todas as outras, é nítido isso visto algumas vezes em flashblacks. Sua relação com a esposa e filhos em grande parte tem a sensação de vazio, já que ele deixou a guerra, mas a guerra não deixou ele.
A idealização de herói por parte da mídia, amigos nunca convenceu Chris, desde que o seu objetivo era defender a sua nação de novos ataques. Sim ele foi mais vítima que Herói, basta ver no seu olhar, expressão, silêncio que vale mais que qualquer diálogo. Basta lembrar da cena que ele está sentado de frente a tv, com ela desligada e sua mente a ver ligada vendo morte por morte filmada por Mustafa(Sammy Sheik), o atirador Iraquiano que pois um ponto final na guerra pra ele, pois se tratava da maior ameaça ao seu país e amigos.
Vale ressaltar a excelente atuação de Bradley Cooper, talvez sua única indicação ao Óscar indiscutível até então. Com muito mais acertos que erros Sniper Americano é o melhor filme de guerra desde As Cartas de Iwo Jima, também de Eastwood, com mais um belo estudo psicológico de personagem, algo bem recorrente em obras do gênero. Que a polêmica continue, mas com discussões sadias o telespectador só tem a ganhar.
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