Inegavelmente estamos diante de um filme tecnicamente privilegiado, com um Adrien Brody inspirado. Mas quando um filme sobre arquitetura deixa para explicar a grandiloquência da obra do artista no epílogo do filme, já aos 45 do segundo tempo, em alguns segundo de falas didáticas, é porque estamos diante de uma grande problema.
Com um tom épico a começar pela trilha sonora, temos aqui a tentativa de abraçar o mundo, com direito a discutir o judaísmo, o preconceito étnico, a questão dos migrantes, de classe, machismo e até mesmo pinceladas sobre homossexualidade reprimida com uma das cenas de abuso mais mal feitas que já vi. Tudo isso para aumentar o holofote autopromocional.
Mira num filme grandioso e acerta num Oscar bait dos brabos, e pelo visto a maioria comprou a ideia. As quase 4h, em sua maior parte menos cansativa do que parece, o que pe bom, passam voando e sem sustância, o que é mal. No geral, o desinteresse se instala, a ponto de olharmos para aquela reunião de pessoas meio elitizadas e não se importar com nada daquilo. O discurso sobre arte é tão inócuo que deixaria um verbete de wikipédia envergonhado.
As atuações e a direção de arte salvam isso aqui da tragédia, fiquei com vergonha alheia de ver o potencial do filme em sua estrutura técnica sendo solapada por um roteiro que não sabe onde quer chegar. Quem aguentar as mais de 3h sem se entediar é, de fato, um grande brutalista.
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