James Norton consegue não apenas manter a expressão desesperador em que se encontra, como também consegue evoluir na melancolia latente de seu personagem: com a mãe que abandonara a família e sofrendo de uma doença degenerativa, com sua sentença de morte sendo questão de tempo, como um limpador de janelas garantirá um futuro melhor pro seu pequeno filho?
A criança, um doce de menino, é todo o arquétipo de fofura e ternura para nos fazer emocionar, e de fato o filme consegue. Impossível não querer segurar aquela criança no colo, e por isso o filme usa e abusa das cenas fofas entre os dois, como o simples ato de atravessar a rua ou de ler uma história para o filho antes de dormir. Cada quadro é pensado para uma aproximação meiga aos dois.
Contudo, essa construção torna-se, até certo ponto, manipulativa, e contrasta de forma bem maniqueísta com os pais adotivos em potencial, um casal pra lá de estereotipados. Com isso, o filme quase nos faz suspender a imersão, mas ainda bem que a dupla de pai e filho tem um carisma tão absurdo, e o roteiro tem momentos de tamanha sensibilidade, que a emoção não se esvai, e o filme vai nos corroendo por dentro.
Muito tocante e emocionante retrato de um pai com seu filho, numa situação quase de condenação mesmo. Lindo demais.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário