A ambientação com a fotografia escura até funciona, mesmo com a edição mecanicista em decidir contar a história em três momentos distintos (as memórias de infância do investigador, o que ocorrera com as meninas perdidas e o presente). Tudo isso pra esconder uma trama simples: desaparecimento de um corpo num ambiente denso e inóspito de mata fechada, onde aventureiros fazem trilha, o que coincide com o local onde 30 anos atrás um assassino em série matava mulheres.
No entanto, as justificativas para o grupo das meninas estarem ali é bem frágil, as conexões com o passado são bem frágeis, de modo que o suspense até engata, mas as motivações vão esnacendo o filme de qualquer pretenão mais séria. Para piorar, se o momento em que o filme regride aos acontecimentos com as meninas a mata parece ter quilômetros e quilômetros de distância, no momento presente das investigações parece que o espaço reduziu: faltou controle cênico do espaço.
Assim, o terço final do filme é só ladeira a baixo. A investiação feita sobre o caso é bem infantil, desenhos do Scooby-Doo conseguem ser mais profundos que isso. Se ficasse só no mistério talvez o filme fosse melhor, inclusive se deixasse mais aberto, pois é onde funciona. Ao tentar justificar a ação, o roteiro emenda uma disputa feminina constrangedora, um desenrolar que não vinga, um desfecho sem graça. Vale apenas para passar o tempo mesmo.
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