O G-20 é uma organização internacional que reúne os países das 20 maiores economias mundiais (cujo Brasil fora esquecido completamente), tendo na figura dos EUA uma centralidade que fora replicada no filme. A presidente dos EUA é interpretada por Viola Davis.

Todo o filme vai girar na reunião do grupo, onde um mercenário, investidor de criptomoeda, tomará os líderes de refém a fim de fazer impor a nova moeda sem lastro, o que solapa as economias (vista por ele como inimigas do povo) e ainda faz justiça com uma moeda sem uma nação de baluarte, ainda que ele próprio se beneficiasse com o plano, tendo em vista a desvalorização das moedas tradicionais e valorização da que ele pretende impor. É trocar um tirano pelo outro.

Claro que a crítica é real, mas rasa. O roteiro vai usar de frases didáticas ao extremo e um discurso bem simples para tentar emular um cenário geopolítico, ainda que a realidade seja muito mais complexa. Cai no velho clichê de considerar os presidentes como peças mais importantes do xadrez, apenas pincela em uma personagem bem secundária o papel do FMI, por exemplo. Atualmente há uma série de organizações multilaterais (como o GAFI - GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL, ou a própria OMC), stakeholders empresariais, acordos bilaterais e macrorregiões, interesses difusos, do militarismo à guerra ideológica, e tudo isso é apenas ignorado e o filme nem é sobre geopolítica, e sim de ação nua e crua.

Neste sentido, Viola Davis é claro, vai ganhar grande destaque, e ela consegue segurar os exageros da história a fim de dar vida a uma presidente que se garante na pancadaria, e nem é pouco. Embora ela simbolize aqui o mainstream, e filmes como esse ainda persistem em trazer elementos batidos como a salvação da família e momentos em que o abandono a um par de sapato alto é o gatilho para identificar a passagem para o feminismo proposto, é como ver o "V de Vingança" às avessas, até porque o inimigo aqui é tão babaca e tóxico quanto às políticas internacionais das grandes corporações. "V de Viola" mesmo, o que já vale a conferida, já que em termos de entretenimento o filme se sustenta.