Estranho Daniel Ribeiro está com uma produção bem amadora, de um filme com excelente potencial. A direção tenta salvá-lo da mediocridade com cortes interessantes, com uma edição que confunde o que é o roteiro idelizado pelo protagonista e o que é o real do filme. Mas os méritos terminam por aí.
As atuações deixam muito a desejar (deu a entender que todos são LGBTs ao menos), a parte técnica, em especial a produção de arte, é sofrível, e há muitos diálogos constrangedores. Acaba sendo mais um filme com um gay branco padrão tendo oportunidade de trabalhos, colo da mãe e dos amigos, parceiros que querem algo fixo ou casual, que mora num apartamento que certamente 90% da população não teria como, mas, claro, está precisando de terapia e está cheio de conflitos internos.
Não quero aqui negligenciar a terapia, longe disso, mas o personagem é realmente insuportável de chato, e o filme faz opção de ir pelo caminho mais piegas, com um leque de temas a discutir ali sobre as sexualidades fluidas do século XXI.
A representatividade negra ficou por conta de um amigo, assim como a representatividade lésbica (sem a parceira, apenas citada). A representatividade de gays afeminados é nula. É um filme para gays paulistanos brancos de classe média achare que podem faturar produzindo ou filmando vídeos no only fans, refletir sobre uma dualidade entre relacionamento aberto ou não (quando tudo é muito mais profundo que isso), e escrever um filme sobre relacionamentos brancos/padrão.
Assim como o protagonista faz um roteirista perdido, o filme, em sua metalinguagem, transborda essa sensação de não saber o que fazer com os arquétipos. Tanto que os tais 13 sentimentos ficaram soltos, jogados mesmo, e até nos créditos aparecem num flash. Faltou acuro.
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