O que "Trovão tropical" é para o universo das guerras, "F1: The movie" é para o universo das corridas. Uma sátira, uma comédia, que pode desagradar quem espera algo com uma pegada mais real (o filme, por exemplo, nem mostra as corridas de classificação).
Muito divertido, com texto afiado, mesmo que me incomode a questão muito personalista como tudo é resolvido, como se dependesse da decisão de uma só pessoa contratar e descontratar, ou mudar a mecânica de um carro, ou as escolhas no box... mas é bem isso, o filme não se pode levar a sério. A ironia funciona, tendo, claro, o espectador que estar aberto à proposta.
Dito isso, é extremamente satisfatório, com a primeira parte sendo hipnotizante. Nas pistas, filme é arrebatador enquanto desenvolve as estratégias malucas de um Pitt inspitado, com o perdão do trocadilho, sem "pit" stop.
Mas ao mostrar os bastidores da F1, como, por exemplo, uma tentativa de sabotagem de documentos, ou as negociações de contratação/descontratação, o filme é simplista, quase medíocre, derrapa feio em curvas nem tão acentuadas assim, mostrando que não controlam o básico de um filme de drama, com personagens chaves ridicularmente maniqueístas. O jeito é voltar para o circuito que domina mesmo.
Visto como puro suco de entretenimento e galhofa, funciona demais, e olha que as quase três horas literalmente passam voando, a mais de 300 quilômetros por hora. Excelente ideia de trazer todo esse contexto para uma equipe que não é mainstream, tornando a ironia mais deliciosa ainda.
Outra coisa que curti demais é que o elenco conta com participação especiais, como Fernando Alonso, Hamilton (este também está nos créditos de produção), inclusive poderiam dar mais espaço, dá pra ver que é um projeto carinhoso ao universo. E também faltou uma corrida em interlagos, mas tudo bem. (obs: Pitt e Cruise estão com alguma síndrome ne? eles querem manter a pose de galã a todo custo).
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