Matthew Heineman realmente tem essa pegada intimista, como no filme "uma guerra pessoal", navegando sobre intenções subjetivas de seus personagens. Assim, filmas o projeto "American Symphony" do músico Jon Batiste mantem essa pegada, mesmo que deixe a desejar enquanto cinema, é muito eficaz no seu objetivo biográfico.
Jon Batiste é um jovem negro dos EUA, e sinceramente, nunca tinha ouvido falar até o presente documentário. Fiquei absolutamente surpreso em ver sua colaboração com diversos artistas e seu reconhecimento por sua contribuição para o mundo da música, como retratado no Grammy. Ele também é o líder da banda no programa "The Late Show with Stephen Colbert".
Parece que estamos assistindo a um making off de seu projeto American Symphony, apresentado no Carnegie Hall, em Nova Iorque, em setembro de 2022. Ocorre que o cantor, com uma agenda lotada de shows, além de ter que se desdobrar num ano extremamente puxado profissionalmente (a cena em que ele está na cama estafado), tem que conviver com a descoberta do câncer da sua esposa, sem contar inúmeras falas que ressaltam o protagonismo preto do nosso retratado.
Assim, o documentário faz questão de nos lembrar essas dificuldades, e tenta controlar o peso do que seria facilmente visto como vitimização do protagonista, o que não é o caso: o filme de fato mostra as dificuldades de um artista negro, suas batalhas profissionais e pessoas, e o faz com bastante equilíbrio.
As cenas finais apresentando o espetáculo, mesmo com problemas técnicos na produção, demonstram um grande artista em tela: explode talento e carisma. Uma bela homenagem para um artista ainda vivo, embora, como dito, enquanto cinema não seja lá tão marcante.
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