Sou admirador e fã fanático desse velho gênio de 71 anos, que mesmo nessa idade avançada, nos presenteia ótimos filmes sem perder o ritmo frenético e acelerado, como se estivesse no frescor de sua juventude curtindo o que a vida tem de melhor a lhe oferecer (acho que essa é a impressão por quem não o conhece), deixando o publico sempre satisfeito após a projeção. Considero um dos melhores cineastas de todos os tempos e um dos mais audaciosos, ao lado dos grandes monstros da sétima arte que realmente, sabem fazer cinema e impressionar extraindo boas atuações conduzindo bem a trama do inicio ao fim sem decepcionar um minuto sequer, usando sua linguagem informal (definida por alguns), sem deixar faltar entretenimento. Quem aprecia seus filmes sabe muito bem do que eu estou falando. A linguagem é: Polêmica e Violência, passadas de forma inteligente e direta sem enrolar o público, com um roteiro impecável e um enredo de prender na poltrona sempre sendo indicado ao Oscar apesar das injustiças aos indicados. O conservadorismo da academia em premiar os indicados que lhe convém, chega ao absurdo e nem sempre os vencedores foram de fato os merecedores, isso é óbvio. Injustiçado no Oscar durante muitos anos, a estatueta nunca simpatizou com seu cinema até que em 2007, “Os Infiltrados” ganhou na categoria de melhor filme. Não só Scorsese foi alvo de tal injustiça, como Stanley Kubrick (esse talvez o maior mestre de todos os tempos, nunca chegou a receber um Oscar). Em “O Lobo de Wall Street” (apesar de ser uma bela obra) não receberá na categoria melhor filme e sim, na de melhor ator. Sim. Leonardo Di Caprio já aqui, desempenha de longe a melhor atuação de sua vida, interpretando o inconseqüente Jordan Belfort. Sua interpretação aqui é digna de nota, arrebentando aplausos de vez e creio eu... Que sua carreira e seu modo de atuar, só foram explorados quando Di Caprio (Um moleque que mal saiu das fraldas querendo destaque e prestigio), iniciou sua parceria com Scorsese em 2002 no “ Gangues de Nova York", daí, Seus personagens só adquiriram maturidade na fase adulta, ganhando o respeito do público geral. Martin Scorsese é um dos poucos nomes do cinema atual que sabe usar sua linguagem de forma magistral e maravilhosa, despertando a admiração da nova geração de cinéfilos e cineastas. Não é à toa que o ator Jonah Hill, recebeu um cachê de 60 mil dólares e disse que venderia sua casa, seu carro e voltaria a trabalhar 7 meses novamente em questão de segundos, para ser dirigido por ele novamente. Assistir a um filme seu já é uma honra, imagine trabalhar com uma lenda, com certeza é algo mais que gratificante. Sempre que assisto seus filmes, me vem uma sensação de que mesmo se filmasse horas e horas de películas, eu não dormiria pois a sensação é indescritível e intrigante, que só um mestre poderia passar.
“Um corretor não desliga o telefone até que o cliente compre ações ou morra.”
O dinheiro compra qualquer coisa nesse mundo. Carros velozes, lindas mulheres, mansões, jatinhos, helicópteros, rolex, roupas de marca... ou seja, absolutamente tudo! Todo esse luxo não é os bastante para Jordan Belfort, que conseguiu ficar podre de rico vendendo ações com valores imobiliários ludibriando clientes na sua empresa: “ Stratton Oakmont” inicialmente colocando um bando de pé rapados para venderem, ensinando-lhes os macetes para se darem bem com um único objetivo: de torná-los ricos em pouco tempo. Achei que a Stratton Oakmont fosse uma das produtoras do filme, pois a marca é mostrada na primeira cena só para então, o personagem Belfort falar em primeira pessoa sua história e como conseguiu tamanho sucesso. Wall Street é uma selva. Uma selva de gananciosos sem limites, dispostos a qualquer coisa, mas qualquer coisa para obterem êxito nas suas negociações. Um bando de selvagens desvairados moldados e inspirados por um homem de inteligência singular, fazendo fortuna sem se preocupar com as conseqüências de seus atos. Nem o céu é o limite para esses caras, envolvidos em noitadas, drogas, sexo com prostitutas de luxo, bebidas e escândalos, mas caso a sociedade ache isso repugnante do ponto de vista ético, ele sempre mostra que ambição e muito dinheiro, são duas coisas em comum muito boas. A ambição é que impulsiona o individuo a agir não importa a forma que faça para chegar ao seu objetivo. A adrenalina o incentiva no primeiro dia de trabalho, na “selva” de loucos um mais ganancioso que o outro, comendo cabeças para fecharem um negocio. Mark Hanna (Matthew McCounaughey), explica os passos para o sucesso diretamente sem cerimônia, convencendo-o de que o importante é a grana. Pouco importa o lado do cliente e é um “simples” , processo: “Somente garanta que o dinheiro dele passe para você e não deixe se intimidar por desculpas fajutas e esfarrapadas”. Sempre use vários “estimulantes”, esse pequeno incentivo que Hanna oferece é cocaína e mulheres. A droga é o motor e as prostitutas, um pequeno complemento para a loucura, deixando mais ativo e rápido nas negociações de uma forma alucinante, caminhando para um futuro inevitável que o levou mais tarde. Sabendo muito bem das conseqüências, resistir a essas ostentações, seria impossivel para um homem rico e não demorou muito, para Belfort entrar no clima se tornando em pouco tempo, uma maquina de ganhar dinheiro, recebendo a alcunha de “lobo”. Sua vida luxuriosa e confortável seria questão de tempo até Greg Coleman do FBI, entrar em seu encalço observando cada passo até seu império cair, sua esposa “vadia” pedir o divorcio e seus planos irem por água a baixo. A forma de como é contada, chega ser motivacional e realmente, nos motiva, embora tenha sido um fraudador em potencial, sua vida é uma montanha russa de diversões e libertinagem. Vem ao mesmo tempo como um soco na cara, de que não somos ninguém sem grana e status (infelizmente isso é a mais pura verdade), nesse mundo materialista e essa sociedade hipócrita preconceituosa. Seu mundo com o tempo começa a cair desgraçadamente, sem ter alguém a recorrer. A única saída é entregar e cooperar com a policia em entregar todos os seus amigos – cúmplices – reduzindo sua pena, vendo tudo desaparecer da noite para o dia.
Está causando polemica pelo mundo todo e foi proibido em alguns países, por conter: sexo, palavrões, drogas e orgias. Chocante para alguns, mas espetacular para outros o estilo inconfundível usado por Martin Scorcese; está aqui é claro. Seu gosto impecável por blues e o som irônico ao fundo de cada cena, o mesmo estilo empregado em Cassino não poderia falta é lógico, talvez, seria interessante uma maratona entre os três filme: "Cassino, Os Infiltrados e The Wolf", para uma melhor análise. Isso o torna diferente dos outros tantos até mesmo de sua época. "O Lobo de Wall Street" é uma obra-prima apesar de já deduzirmos como vai acabar o filme, a vida de Jorda Belfort é muito interessante e tudo mostrado aconteceu com ele de fato. O jovem ator Jonah Hill teve a oportunidade de se destacar desempenhando seu papel muito bem, um forte candidato ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Fico feliz em ver Martin Scorcese ainda manter sua vontade insaciável de fazer cinema. É sempre bom vê-lo aos indicados da academia, ganhando ou não, de qualquer modo, quem tem a ganhar somos nós. Amantes de suas indeléveis obras.
Obs.: O próprio Jordan Belford faz uma pequena ponta no final.
Boa Projeção.
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