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125 anos de cinema no Telecine

Dia 28 de de dezembro de 1895 foi um dia histórico para a humanidade. A chegada do trem na estação foi exibido no subsolo do Boulevard des Capucines. O filme de um minuto, que registra a chegada do meio de transporte proveniente de Marselha, marcou o primeiro minuto do cinema. 125 anos depois, o cinema se tornou a sétima arte, desenvolvendo uma linguagem própria, contando histórias e emocionando pessoas nos quatro cantos do globo. Mas como tudo isso começou? O Cineplayers escolheu sete filmes dos nossos parceiros do Telecine para entender como o cinema nasceu e cresceu. Confira abaixo!

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Lumière! A Aventura Começa (2017)

O documentário dirigido, editado e narrado por Thierry Frémaux organiza imagens de arquivo, combinando cinefilia e humor para ilustrar a França de final de século e como a inovação técnica dos irmãos Auguste e Louis Lumière - o cinematógrafo - transformou o século seguinte. Com participações ilustres como a de Martin Scorsese no depoimento, podemos ver desde registros que inauguraram o gênero documentário bem como esquetes que basicamente inauguraram a comédia cinematográfica. Imperdível para os que querem conhecer mais sobre como tudo começou.


Intolerância (1916)

D. W. Griffith levou o cinema a outro nível com seus filmes, aprimorando técnicas revolucionárias como a montagem paralela e trazendo um senso de dinamismo digno dos melhores romances literários. Talvez o exemplo mais acabado da sua filmografia seja Intolerância, um épico que narra o preconceito através das eras. Da Babilônia antiga, passando pela história de Cristo, a França Medieval e por fim a época do reformismo social contemporâneo ao filme. Com algumas das primeiras estrelas do cinema, como Lilian Gish e Mae Marsh, e a participação de alguns nomes que viriam a se destacar depois, como o diretor King Vidor, Intolerância é indiscutivelmente uma das obras mais influentes da história.


A Greve (1925)

Historicamente falando, um dos eventos mais importantes do século XX foi a Revolução Russa de 1917, que transformou a Rússia czarista na União Soviética. Entre os afiliados ao novo regime, estava uma geração de cineastas que caracterizam um movimento conhecido como o Construtivismo Russo, que fundaram as bases da linguagem moderna do cinema. A montagem dialética, que quebrava o filme em pequenos fragmentos que compunham uma história. História de uma greve do início do século reprimida pelo czar e uma celebração da força dos trabalhadores, A Greve carrega imagens ainda hipnóticas e mostram o porque seu diretor, Sergei M. Eisenstein, é um dos diretores mais fundamentais para entender a sétima arte.


Asas (1927)

A importância de Asas é simples de descrever: foi a primeira obra a ganhar o Oscar de Melhor Filme. O primeiro e único filme mudo a ganhar o prêmio até 2012, quando O Artista faturou o prêmio principal da Academia. A obra é centrada no amor de dois homens pela mesma mulher (a estrela Clara Bow), onde a rivalidade acaba se transformando em amizade quando ambos tornam-se ases da aviação, paixão pessoal do diretor William A. Wellman, que ainda viria a dirigir obras importantes como O Inimigo Público (1931) e o primeiro Nasce Uma Estrela (1937). O filme para entender o início do star system hollywoodiano.


O Crime do Monsieur Lange (1936)

Filho do artista plástico Pierre-Auguste Renoir, um dos mestres de impressionismo francês, Jean Renoir foi considerado por François Truffaut em Uma Certa Tendência do Cinema Francês um dos primeiros autores de cinema, ou seja, um diretor que imprimia um estilo próprio e repete em seus filmes uma visão de mundo particular. Jean tinha uma visão crítica do mundo, como visto no clássico A Regra do Jogo, e O Crime do Monsieur Lange não é diferente, com sua história sobre um escritor que toma posse de uma editora e faz de tudo para manter o negócio. Essa visão realista de mundo influenciou muitos diretores do film noir e do cinema policial, e é um digno exemplar de uma das filmografias mais clássicas do cinema europeu.


Ladrões de Bicicleta (1948)

A Segunda Guerra Mundial mudou o mundo para sempre, e com o cinema não poderia ser diferente. O clássico de Vittorio De Sicca enquadrou uma Itália três anos após o fim do conflito, em locações reais e com elenco não-profissional, em uma história que é praticamente um filme-denúncia sobre o desamparo social: um pai investe tudo o que tem para comprar uma bicicleta para conseguir um trabalho e tem o objeto furtado logo no primeiro dia, passando então a percorrer as ruas de uma Roma arrasada ao lado do filho andando na corda bamba entre a esperança de uma vida melhor e o desespero da pobreza. Um dos filmes mais emocionantes do cinema, com uma carga de realidade pungente e que mostrou que era possível fazer cinema longe dos grandes pólos industriais.


Uma Mulher é Uma Mulher (1961)

Os Lumiére inventaram o dispositivo. Griffith começou a formular a linguagem, Eisenstein a aprimorou, e outros diretores trouxeram visões artísticas e acrescentaram carga de realismo ao cinema. E a Nouvelle Vague transformou o cinema em uma arte contemporânea implodindo tudo e experimentando com os cacos, como é possível ver em Uma Mulher é Uma Mulher, dirigido por Jean-Luc Godard (que comemora 90 anos em 2020) e protagonizado pela bela e carismática Anna Karina. Brincando com a revolução sexual e de costumes, o filme experimente com elementos como intertítulos, sequências musicais, intervenções não lineares e narração em off, entre outros, compondo um pequeno mosaico colorido, bem-humorado e provocante, exemplo de um cinema muito particular cuja visão singular da arte seria base para todos os diretores de sucesso atuais.

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