Os Melhores Filmes de 2022 - Editores
O Homem do Norte (Northman, The, 2022); Fonte: Entertainment Weekly, 2022
2022 fora um ano de maior retorno do cinema propriamente dito tanto em produção quanto em lançamentos, isto se explica mediante a pandemia do Covid-19, que modelou a face do planeta, assim como perturbou as estruturas do cinema. O que não impediu a existência dos mais variados lançamentos tanto pelos canais de streaming – que cresceram absurdamente – ou pela pirataria destes mesmos, mas 2022 marca um retorno literal às salas de cinema agora em maior disputa com outras plataformas. Dentro deste cenário de retorno temos alguns questionamentos (tão óbvios quanto provocadores) sobre quais os caminhos que os vários cinemas vão propor.
Alguns grupos. Os cansaços de sagas e franquias multimilionárias, que teimam em existir e se aproveitam do tesão pelas grandes telas ao se lançarem pelo vício por adrenalina repetitiva - que tanto é vinculada e absorvida por aficionados espectadores -, vão continuar? Ou então o que estariam aprontando os supostos cabeçudos acadêmicos que fingem experimentos latentes e profundos, quando pouco arranham a superfície de seus próprios anseios? Ou ainda o que estariam a querer outros tantos revoltados subversivos – atrás de expiações de existência que sustentem sua sobrevivência – com suas obras de baixos orçamentos com suas violências descabidas que visam justificar suas raivas?
Há espaço para todas estas tribos cinematográficas e outras tantas que este 2022 teve o espaço a permitir. As mais de 70 fitas, escolhidas por uma equipe variada de figuras – críticos e editores do site Cineplayers e convidados especiais altamente apreciadores dos cinemas –, que tiveram seu dativus finalis no critério dos longas-metragens lançados em 2022, independentemente se foram lançados no Brasil no corrente ano ou não. Filmes de festivais e materiais lançados em streaming noutros países fazem parte do jogo. A contagem aqui fora feita e executada pelo número de votos que cada filme assim obtivera, e sem ordem pré estabalecida.
De primeira monta aqui teremos textos a seguir dos materiais mais votados pelo invocado colegiado (com seus respectivos escritos) e, a posteriori, as listas pessoais de cada um dos votantes. Entre obviedades – Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, 2022) – e surpresas – Terrifier 2 (Terrifier 2, 2022) –, a lista se propõe democraticamente para afeição e debate de vocês, entre materiais estribados do mainstream e bagaceiras crassas, a lista Cineplayers dos Melhores filmes de 2022. E cheguem junto também vossas senhorias com suas listas e destaques do ano em escrutínio.
A Tal Lista dos Melhores de 2022
Crimes do Futuro (Crimes of The Future, 2022);Fonte:IU Blogs - Indiana University,2022
Crimes do Futuro (Crimes of the Future, 2022). De David Cronenberg.
Cronenberg reconhecido pelo seu forte referencial literário, tem como um de seus grandes trunfos a capacidade de transformar o fantástico da Literatura em imagem, sem que isto seja obrigatoriamente relacionado a uma adaptação, como é o caso de Mistérios e Paixões (Naked Lunch, 1991). A construção da mise-en-scène cronenberguiana leva o público a uma imersão audiovisual, ainda que por diversas vezes inspirada em suas leituras, especialmente Franz Kafka, haja visto o cultuado A Mosca (The Fly, 1986), por exemplo. Mesmo que durante toda a sua carreira, já tenha se envolvido em diversas polemicas pelo tom grotesco, e por tentar estabelecer um novo limite no que diz respeito ao que se pode assistir numa película, nunca o absurdo é barato, ou preciosista. O fabuloso em sua obra vai sempre alfinetar o pior da humanidade, suas obsessões, insistências e inevitável fracasso. Crimes do Futuro diferentemente de um Cronenberg que parecia se alinhar com o cinema norte-americano, como o vimos desde Crash – Estranhos Prazeres (Crash, 1996) até Mapas para as Estrelas (Maps to the Stars, 2014) volta a sua origem, a um cinema canadense, cujo é pedra fundadora, e bizarramente, isto quer dizer também olhar ao futuro.
Igor Guimarães Vasconcellos
Texto este extraído da crítica completa do filme encontrada aqui.
Aftersun (Aftersun, 2022); Fonte: Blog Line-UP, 2022
Aftersun (Aftersun, 2022). De Charlotte Wells.
Certos filmes parecem nos avisar, ao longo de suas sequências iniciais, que nós o assistiremos muitas outras vezes, que aquela vez será apenas a primeira. Isso normalmente ocorre com filmes visualmente contemplativos, repletos de planos sensoriais e diálogos sugestivos, em que os sentimentos conflitantes nos lembram da complexidade humana. Somos fisgados, principalmente, pela inquietação daquilo nos personagens que, talvez, jamais seja possível decifrar. Revemos o filme numa tentativa de capturar algo ainda não compreendido ou buscar novos significados para o que já foi visto. Aftersun é esse tipo de filme que vemos com um sentimento de que em breve estaremos ali de volta, de que não foi o suficiente ver uma vez só. É preciso voltar para sentir de novo, para entender de novo. Trata-se de um filme nostálgico, em que o retorno à infância provoca uma confusão de sentimentos entre afeição e vazio pelo passado – pelo espaço de tempo que não se repete mais. Há um forte reconhecimento dos pais enquanto humanos e frágeis, muito mais frágeis do que supusemos. São como nós, afinal, pessoas imperfeitas e vulneráveis.
Luiza Rezende
Texto este extraído da crítica completa do filme encontrada aqui.
Terrifier 2 (Terrifier 2, 2022); Fonte: Cine Alerta, 2022
Terrifier 2 (Terrifier 2, 2022). De Damien Leone.
Damien Leone escolhe a bestialidade extrema para representar o mal inexplicável onde o tesão pela nojeira de sangue e tripas é maior e mais apelativo. O vilão viçoso e piadista escroto acaba por se tornar um mito de si mesmo na cultura popular interna da fita, que existe como lembrança do mal. Até que volte a agir como se espera dele. O ponto primordial desse material é o próprio Art – O Palhaço e sua aura de morte e desmembramento. Muito bem defendido por David Howard Thornton, que com seu magnetismo asqueroso concebe equilíbrio entre barbárie e sarcasmo doentio, que diante de um membro arrancado há em seguida uma risada silenciosa e gesticulada ou um gesto jocoso, que pela personificação assustadora de Art, a operação se faz funcionar. As ações do Art, com toda a sua falta de humanidade, transformam as vítimas em animais quaisquer a serem abatidos com ferocidade e zombaria. A diversão da desumanização. Uma aposta que nos leva a pensar sobre os limites da violência sem deixar de imaginar porque somos obcecados pela selvageria como diversão doentia. E sibila.
Ted Rafael
Texto este extraído da crítica completa do filme encontrada aqui.
Avatar:O Caminho da Água (Avatar:The Way of Water, 2022);Fonte:Olhar Digital,2022
Avatar: O Caminho da Água (Avatar: the Way of Water, 2022). De James Cameron.
Nesses 13 anos Cameron não pareceu se preocupar com o esquecimento do público e a mudança de tendências no cinema comercial americano. Cada hiato de reclusão é usado para aprimoramento de técnicas, desenvolvimento de tecnologias e esforço em ampliar os horizontes da imagem na era do cinema digital. Se esse contínuo avanço morre nas mãos de cineastas medíocres que jogam tudo nas costas da equipe de efeitos especiais e mal se preocupam com uma edição minimamente decente, Cameron pensa como pode redefinir as possibilidades do movimento e das dimensões de espaço na composição de imagens. Enquanto o cinema comercial segue essa moda de filmes escuros, sisudos, sombrios, perdidos em um minimalismo insípido como tentativa de serem levados mais a sério, Cameron não vê demérito na simplicidade, mas caminha na contramão e explode em cores, em luzes, em romances clichês, em vilões caricatos, em mocinhos heroicos e ideias que beiram o total absurdo. Concilia o que há de mais moderno e visionário nas tecnologias digitais atuais com o senso de espaço que está no sangue de um diretor que veio da velha escola oitentista de efeitos práticos e cinema de ação simples e bom.
Heitor Romero
Texto este extraído da crítica completa do filme encontrada aqui.
Não! Não Olhe! (Nope, 2022); Fonte: IMDB
Não! Não Olhe! (Nope, 2022). De Jordan Peele.
Há um cinema que se instala no cérebro e que prefere construir imagens mais simbólicas, e seu sucesso está exatamente na profundidade desta concepção. Imerge o espectador numa narrativa que começa com os tradicionais shows de atração e parque temáticos e há sempre um elemento que marca presença nesta viagem: a câmera. A pergunta que o realizador se propõe a responder, e ao mesmo tempo intriga seus protagonistas é: Afinal, que tipo de imagem quero fazer? Ou ainda: Qual tipo de espetáculo quero/devo proporcionar? Diferentemente dos filmes mais clássicos do gênero que optam por retratar uma luta ou escapada em massa, em Nope, os personagens querem captura-lo em imagem. A experiência não é suficiente apenas se vivida pelo globo ocular, ela deve ser também gravada, e transformada em conteúdo. Num filme, protagonizado por um cowboy negro acanhado, sua irmã em busca de estrelato, um ex-famoso mirim asiático e um vendedor geek latino, que juntos resolvem perseguir um OVNI para registra-lo no melhor plano já feito, o maior enfrentamento é com a câmera. É por fim, revolver-se na base do cinema, encontrar a solução ou a morte da narrativa, a eternidade ou o esquecimento de um nome.
Igor Guimarães Vasconcellos
Texto este extraído da crítica completa do filme encontrada aqui.
Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, 2022); Fonte: The Digital Fix
Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, 2022). De Joseph Kosinski.
Praticamente finalizando para ser lançado em 2020, Tom Cruise conseguiu segurar Maverick para que fosse desfrutado em salas de cinema no período pós-pandêmico, e o resultado foi o retorno dos blockbusters de qualidade nas telonas (quando muitos já falavam que, daqui em diante, o negócio migraria, em definitivo, para o Video On Demand). E que esperteza a dele: é um filme com a alma dos anos 1980 e a tecnologia do século XXI, tão apelativo, cara de pau e canastrão quando divertido. Toca em todos os pontos certos da nostalgia enquanto apresenta uma história que, acredito, funcione para a nova geração de cinéfilos, ávidos por experiências movimentadas, com personagens a quem torcer, ótima trilha sonora, efeitos especiais bons e, principalmente, um roteiro que deixa o espectador roendo as unhas até o clímax – e, de quebra, talvez faça algumas pessoas chorarem um pouquinho. Um raro momento de clareza, de acertar o ponto em um filme arrasa-quarteirões de Hollywood. Tudo flui muito bem, as abstrações são ridiculamente divertidas, tem emoção, uma ótima trilha sonora, personagens caricatos feitos por um elenco muito bom. Parece fácil reproduzir essa fórmula no cinemão comercial estadunidense, mas não é não. Foi um tiro certeiro!
Armageddon Time (Armageddon Time, 2022); Fonte: MUBI
Armageddon Time (Armageddon Time, 2022). De James Gray.
É interessante que Armageddon Time e Os Fabelmans (Fabelmans, The, 2022) estejam dividindo essa lista. 2022 foi o ano de dois grandes cineastas voltarem as lentes para si mesmos e entregarem trabalhos autobiográficos que apenas evidenciam mais ainda o quão autobiográficas sempre foram suas filmografias. O trabalho mais recente de James Gray é uma obra de contrastes: na formação de um jovem protagonista enquanto o pai lhe manda esquecer coisas que aconteceram e aceitar as injustiças do mundo e o avô lhe orienta a lutar sempre e mesmo que seja o único decidido a corrigir as injustiças do mundo; os laços de sangue, as relações familiares tão caras ao cineasta, e aqueles laços que escolhemos, amigos que fazemos; e o microcosmos de uma família comum e todo um grande plano de fundo político com direito a discurso de Mary Trump. No meio disso tudo, o encontro em tons de sépia de uma dose de nostalgia e melancolia que só o olhar presente para um passado que molda os caminhos futuros poderia proporcionar. Mesmo os admiradores do cineasta foram rápidos em dizer que foi o primeiro grande erro de James Gray, mas eu acho que apenas nos acostumamos com um nível impossível de sustentar.
O Homem do Norte (Northman, The, 2022); Fonte: Noite de Oscar
O Homem do Norte (Northman, The, 2022). De Robert Eggers.
Eggers aposta na selvageria histórica atrelada àquele povo num período embrutecedor, e compondo isto com certeiras camadas mistificadoras que além de enriquecerem a experiência sensorialmente, se justificam dentro da perspectiva de vingança de seu protagonista duro. As escolhas de câmera e perambulações de planos-sequências são acertadas quando nos mostram uma clara intencionalidade não só pelo choque da violência, mas por perseguir o vingador através desse escrutínio de imagem e som. Nos colocando dentro de suas ânsias e transformações. O miolo da fita meio que acaba por nos enrolar demais nas buscas pelos seus objetivos, tentando justificar a duração pelo misticismo, algo que quase nos cansa, porém as escolhas de cores da fotografia montam uma estratégia até sóbria em mostrar com aquele é um universo bruto, com parcimônia nas cores, seja no verde dos campos ou na quase completa falta de cores das soturnas noites. Um preparo para a subida aos montanhosos portões do inferno em vermelho vulcânico de sua cena final. A caminhada até o momento derradeiro da fita se faz valer a pena. Os estertores da vingança, que acaba por ser espelhada, afinal o vingador mor também é um escroto matador que sabe que sua trajetória o levou até aquele ponto e que escapatória não é uma opção.
Banshees de Inisherin, Os (The Banshees of Inisherin, 2022); Fonte: Metropolitana FM
Os Banshees de Inisherin (The Banshees of Inisherin, 2022). De Martin McDonagh.
Martin McDonagh filma melhor quando filma em casa. Desde Na Mira do Chefe (In Bruges, 2008), ele não tinha um trabalho tão bem resolvido. Após se perder nas ideias em Sete Psicopatas e um Shih Tzu (Seven Psychopaths, 2012) e fazer um filme fora de tom em Três Anúncios para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, 2017), McDonagh volta à terra natal e a demonstrar controle do seu próprio cinema em Os Banshees de Inisherin (The Banshees of Inisherin, 2022). Ambientado em 1923, o filme é uma clara alegoria da Guerra Civil Irlandesa — tempo e espaço que o cineasta explora com maturidade, como veículo de sua obra autoral. Uma comédia entre o sutil e o nonsense. Uma dramaturgia afiada que extrai o melhor de seu elenco. Quando Colin Farrell e Brendan Gleeson estão em cena, vemos o antagonismo de duas nações amigas (num conflito abrupto, absurdo e trágico) no físico e na personalidade de seus personagens. Mas também vemos muito em comum. O tom de suas atuações, por exemplo, é igualmente triste. Uma melancolia lindamente realçada pela trilha e paisagem do litoral irlandês — requinte inédito na obra do diretor. Os Banshees de Inisherin promove, assim, um encontro perfeito entre a mitologia celta, a memória de uma região e o auge da carreira de Martin McDonagh.
Noites Brutais (Barbarian, 2022); Fonte: MOVIES and MANIA
Noites Brutais (Barbarian, 2022). De Zach Cregger.
Ainda que irregular, Noites Brutais é a clara demonstração por parte de seu diretor, Zach Cregger, de como se utilizar de uma abordagem vigente, no caso uma bem à moda Jordan Peele, sem soar como um mero agente do copia e cola. O cineasta estreante consegue explorar muitíssimo bem a geografia do bairro que retrata e sobretudo da casa palco para aquelas discussões sociais, alternando entre núcleos e indo ao passado com flashbacks muito bem compostos. Um filme que explora o horror com muito frescor, ainda que derrape bastante em seu terceiro ato, sendo interessante o suficiente para que voltemos os olhos para esse promissor diretor. Um comentário audiovisual bem pertinente a respeito de mazelas e desigualdades, com momentos de tensão como manda o gênero, e uma excelente performance de Georgina Campbell.
Os Fabelmans (Fabelmans, The, 2022); Fonte: Coisas de Cinéfilo
Os Fabelmans (Fabelmans, The, 2022). De Steven Spielberg.
Registrar o que é efêmero para eternizá-lo. O olhar encantado da câmera de Sam registrando um trenzinho de brinquedo batendo ou a dança da mãe e de Spielberg registrando as reações que essas imagens despertam em seus espectadores. A ação que dura minutos eternizada em filme. A reação que dura segundos, também. Voltando sempre aquela sensação de ver uma cena envolvendo um trem na primeira sessão de cinema da vida. Os Fabelmans (Fabelmans, The, 2022) é basicamente um filme de duas horas e meia sobre um rapaz querendo reviver essa sensação da primeira vez que se encantou com a telona. A filmografia de Spielberg, ele nunca escondeu, sempre foi sobre isso e sobre sua relação com a sua família. Sendo assim, Os Fabelmans (Fabelmans, The, 2022) pode não ser o melhor dos Spielbergs, mas é o mais Spielberg de todos eles, um cineasta sempre querendo recriar a magia que um trem pode proporcionar, seja ele um trenzinho infantil, o de Cecil B. DeMille ou o que chegava na estação filmado pelos Lumière (Louis Lumière e Auguste Lumière).
Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues, 2022); Fonte: SMUC - Só Mais uma Coisa
Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues, 2022). De Edward Berger.
Este longa alemão parte para o processo seguindo um grupo de mancebos que acreditavam que a guerra era uma curtição heroica, e que dentro dela faziam regozijos em favor de seu país. E para este processo ser bem delineado dentro do escopo de guerra, as escolhas de planos e movimentos de câmera foram absolutamente sagazes. Acertando nos tons de cores não tão saturadas - no grosso do combate -, e na exposição do arredores de guerra pela natureza que a cerca - algo que serve de bálsamo mediante a guerra, e tortura visualmente a oportunidade do que o ser humano tem o desprazer de proporcinar. Nisso o filme prima pela qualidade técnica, apostando que o espectador vai cair na sensibilidade programada da fita, entre a fotografia bem escolhida e o horror de guerra, este aplicado sem firulas. Grosseria pura. Algo que o grupelho inicial sente na marra através dos cadáveres de amigos que vão se amontoando. O interessante do material (não li o livro, então a minha curta análise é sobre o diabo do filme) é que as repetições de guerra em suas violências são condicionantes do conflito. Por isso não há nada de tão (trocadilho infame) novo. A intenção é demonstrar, novamente, a falibilidade da carne humana, assim como a proposição dos sujeitos a inventarem o morticínio de seus próximos. Afinal, o front sempre está por perto só no aguardo pra sangrar.
Batman (Batman, The, 2022); Fonte: TechMundo
Batman (Batman, The, 2022). De Matt Reeves.
O filme de Reeves é o que mais se distanciou da fantasia que cerca o Batman e se aproximou do que se entende por abordagem realista. O diretor abdica de todos os elementos "sedutores" do Batman: a fantasia de poder do playboy que também calha de ser um ninja-cientista-hipertecnológico. Despido de tudo isso, aborda o personagem como um detetive apaixonado por uma mulher de moral ambígua, perseguindo um assassino em uma cidade dominada pela corrupção. Esta narrativa noir recupera uma sensibilidade mais contemporânea, embebida no movimento grunge, admitindo sujeira sem plasticidade: espancamentos sem cortes, protagonista com medo de altura, um vilão intimidador de tão ordinário. Uma "antiestética" que cria um filme onde ser o Batman não é impressionante, mas doloroso. Tanto que boa parte da narrativa passa por questionar a escolha de ser o "Vingança", como se autodenomina, ou lidar com os fantasmas do passado. Nesse sentido, como estudo de personagem, é mais filme de origem que seus antecessores jamais foram.
Listas Individuais
Equipe
Aftersun (Aftersun, 2022), de Charlotte Wells.
Não! Não Olhe! (Nope, 2022), de Jordan Peele.
Armageddon Time (Armageddon Time, 2022), de James Gray.
Avatar: O Caminho da Água (Avatar: The Way of Water, 2022). De James Cameron.
Pinóquio (Guillermo del Toro's Pinocchio, 2022). De Guillermo del Toro.
Marte Um (Marte Um, 2022). De Gabriel Martins.
Tár (Tár, 2022). De Todd Field.
Aftersun (Aftersun, 2022), de Charlotte Wells.
Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues, 2022). De Edward Berger.
Utama (Utama, 2022). Alejandro Loayza Grisi.
Paloma (Paloma, 2022). De Marcelo Gomes.
Alcarràs (Alcarràs, 2022). De Carla Simón.
Saint Omer (Saint Omer, 2022). De Alice Diop.
Close (Close, 2022). De Lukas Dhont.
Holy Spider (Holy Spider, 2022). De Ali Abassi.
Alexandre Koball
Triângulo da Tristeza (Triangle of Sadness, 2022). De Ruben Östlund.
Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues, 2022). De Edward Berger.
Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, 2022). De Joseph Kosinski.
Batman (Batman, The, 2022). De Matt Reeves.
Noites Brutais (Barbarian, 2022). De Zach Cregger.
Sorria (Smile, 2022). De Parker Finn.
O Milagre (The Wonder, 2022). De Sebastián Lelio.
O Amante de Lady Chatterley (Lady Chatterley's Lover, 2022). De Laure de Clermont-Tonnerre.
Os Banshees de Inisherin (The Banshees of Inisherin, 2022). De Martin McDonagh.
Marte Um (Marte Um, 2022). De Gabriel Martins.
Francisco Carbone
Aftersun (Aftersun, 2022), de Charlotte Wells.
Os Banshees de Inisherin (The Banshees of Inisherin, 2022). De Martin McDonagh.
Tár (Tár, 2022). De Todd Field.
Apollo 10 e Meio: Aventura na Era Espacial (Apollo 10 1/2: A Space Age Adventure, 2022). De Richard Linklater.
Seguindo Todos os Protocolos (Seguindo Todos os Protocolos, 2022). De Fábio Leal.
Mato Seco em Chamas (Mato Seco em Chamas, 2022) De Joana Pimenta e Adirley Queirós.
Decisão de Partir (Heojil kyolshim, 2022). Chan-wook Park.
Na Sinfonia do Coração (Heartsong, 2022). De Soner Caner.
Não! Não Olhe! (Nope, 2022). De Jordan Peele.
Conto de Fadas (Сказка, 2022). De Alexander Sokurov.
Rodrigo Torres
Os Banshees de Inisherin (The Banshees of Inisherin, 2022). De Martin McDonagh.
Aftersun (Aftersun, 2022), de Charlotte Wells.
Não! Não Olhe! (Nope, 2022). De Jordan Peele.
Avatar: O Caminho da Água (Avatar: The Way of Water, 2022). De James Cameron.
Carvão (Carvão, 2022). De Carolina Markowicz
O Homem do Norte (Northman, The, 2022). De Robert Eggers.
Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, 2022). De Joseph Kosinski.
Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues, 2022). De Edward Berger.
Os Fabelmans (Fabelmans, The, 2022). De Steven Spielberg.
Batman (Batman, The, 2022). De Matt Reeves.
Christmas Bloody Christmas (Christmas Bloody Christmas, 2022). De Joe Begos.
The Fire Within: A Requiem for Katia and Maurice Krafft (The Fire Within: A Requiem for Katia and Maurice Krafft, 2022). De Werner Herzog.
Moonage Daydream (Moonage Daydream, 2022). De Brett Morgen.
Crimes do Futuro (Crimes of the Future, 2022). De David Cronenberg.
Terrifier 2 (Terrifier 2, 2022). De Damien Leone.
História do cinema negro nos EUA (Is That Black Enough for You?!?, 2022). De Elvis Mitchell.
O Homem do Norte (Northman, The, 2022). De Robert Eggers.
A Baleia (The Whale, 2022). De Darren Aronofsky.
Ambulância - Um dia de Crime (Ambulance, 2022). De Michael Bay.
Troll da montanha (Troll, 2022). De Roar Uthaug.
Armageddon Time (Armageddon Time, 2022), de James Gray.
Pearl (Pearl, 2022). De Ti West.
Dead For a Dollar (Dead For a Dollar, 2022). De Walter Hill.
Moonage Daydream (Moonage Daydream, 2022). De Brett Morgen.
A Human Position (A Human Position, 2022). De Anders Emblem.
Decisão de Partir (Heojil kyolshim, 2022). Chan-wook Park.
Alcarràs (Alcarràs, 2022). De Carla Simón.
Stars At Noon – Paixão Misteriosa (Stars At Noon, 2022). De Claire Denis.
Noites de Paris (Les Passagers de la nuit, 2022). De Mikhaël Hers.
O Filme da Escritora (So-Seol-Ga-Ui Yeong-Hwa, 2022). De Hong Sang-soo.
Convidados
Felipe Ishac – Analista de Sistemas. Comentarista de cinema, verminoso em Béla Tarr e descobridor de cinema Sci-fi soviético.
Armageddon Time (Armageddon Time, 2022), de James Gray.
Os Banshees de Inisherin (The Banshees of Inisherin, 2022). De Martin McDonagh.
Triângulo da Tristeza (Triangle of Sadness, 2022). De Ruben Östlund.
Os Fabelmans (Fabelmans, The, 2022). De Steven Spielberg.
Batman (Batman, The, 2022). De Matt Reeves.
Noites Brutais (Barbarian, 2022). De Zach Cregger.
Decisão de Partir (Heojil kyolshim, 2022). Chan-wook Park.
Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, 2022). De Joseph Kosinski.
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (Everything, Everywhere, All At Once). De Daniel Kwan e Daniel Scheinert.
Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues, 2022). De Edward Berger.
Eduardo “Wiki” da Conceição – Cineasta. Diretor de fotografia e comandante do cinema baiano e francês. Curte o viçoso cinema coreano.
X: A Marca da Morte (X, 2022). Ti West.
O Homem do Norte (Northman, The, 2022). De Robert Eggers.
Noites Brutais (Barbarian, 2022). De Zach Cregger.
Soft and Quiet (Soft and Quiet, 2022). De Beth de Araújo.
Armageddon Time (Armageddon Time, 2022), de James Gray.
Decisão de Partir (Heojil kyolshim, 2022). Chan-wook Park.
Fresh (Fresh, 2022). De Mimi Cave.
O Menu (The Menu, 2022) De Mark Mylod.
Não! Não Olhe! (Nope, 2022), de Jordan Peele.
Triângulo da Tristeza (Triangle of Sadness, 2022). De Ruben Östlund.
Marcos André Pereira – Médico. Homem que peremptoriamente menospreza Jurassic Park e tem tesão por filmes velhos e mofados.
The Fire Within: A Requiem for Katia and Maurice Krafft (The Fire Within: A Requiem for Katia and Maurice Krafft, 2022). De Werner Herzog.
Armageddon Time (Armageddon Time, 2022), de James Gray.
Crimes do Futuro (Crimes of the Future, 2022). De David Cronenberg.
Terrifier 2 (Terrifier 2, 2022). De Damien Leone.
Os Fabelmans (Fabelmans, The, 2022). De Steven Spielberg.
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (Doctor Strange in the Multiverse of Madness, 2022). De Sam Raimi.
Dead For a Dollar (Dead For a Dollar, 2022). De Walter Hill.
Aftersun (Aftersun, 2022), de Charlotte Wells.
X: A Marca da Morte (X, 2022). Ti West.
Avatar: O Caminho da Água (Avatar: The Way of Water, 2022). De James Cameron.
Guilherme de Souza “Fox” Pimentel – Advogado. Manja de cinema e gosta de crimes sujos no tribunal do município. Identidade completa não revelada.
O Homem do Norte (Northman, The, 2022). De Robert Eggers.
Skinamarink (Skinamarink, 2022). De Kyle Edward Ball.
Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, 2022). De Joseph Kosinski.
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (Everything, Everywhere, All At Once). De Daniel Kwan e Daniel Scheinert.
Predador – A Caçada (Prey, 2022). De Dan Trachtenberg.
Batman (Batman, The, 2022). De Matt Reeves.
O Menu (The Menu, 2022) De Mark Mylod.
RRR: Revolta, Rebelião, Revolução (RRR, 2022). De S. S. Rajamouli.
Christmas Bloody Christmas (Christmas Bloody Christmas, 2022) De Joe Begos.
Terrifier 2 (Terrifier 2, 2022). De Damien Leone.
Daniel Borges – Carteiro. Dos maiores colecionadores de DVD’s da terra brasilis. Goiano fresquim. Cinema antigo - e cobrir hectares do sistema dos correios do Brasil - é a praia desse cidadão.
Elvis (Elvis, 2022). De Baz Luhrmann.
Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, 2022). De Joseph Kosinski.
Pearl (Pearl, 2022). De Ti West.
Terrifier 2 (Terrifier 2, 2022). De Damien Leone.
Samaritano (Samaritan, 2022). De Julius Avery.
DC Liga dos Superpets (DC League of Super-Pets, 2022). De Jared Stern, Sam Levine.
Jurassic World Domínio (Jurassic World Dominion, 2022). De Colin Trevorrow.
Noites Brutais (Barbarian, 2022). De Zach Cregger.
Crimes do Futuro (Crimes of the Future, 2022). De David Cronenberg.
Sorria (Smile, 2022). De Parker Finn.
Italo Lobo – Ferroviário. O sujeito que é responsável pela malha ferroviária da grande São Paulo e que ainda assiste fitas.
As Linhas Tortas de Deus (Los Renglones Torcidos de Dios, 2022). De Oriol Paulo.
Soft and Quiet (Soft and Quiet, 2022). De Beth de Araújo.
Argentina (Argentina, 1985). De Santiago Mitre.
Hatching (Hatching, 2022). De Hanna Bergholm.
Trem-Bala (Bullet Train, 2022). De David Leitch.
Não! Não Olhe! (Nope, 2022), de Jordan Peele.
Speak no Evil (Speak no Evil, 2022). De Christian Tafdrup.
Os Banshees de Inisherin (The Banshees of Inisherin, 2022). De Martin McDonagh.
Terrifier 2 (Terrifier 2, 2022). De Damien Leone.
Christmas Bloody Christmas (Christmas Bloody Christmas, 2022) De Joe Begos.
Pedro H. S. Lubschinski – Professor de Matemática. Um gaúcho que acredita que o cinema e o Sport Club Internacional valem mais que fazer conta e 2 quilos de carne.
Pinóquio (Guillermo del Toro's Pinocchio, 2022). De Guillermo del Toro.
Os Fabelmans (Fabelmans, The, 2022). De Steven Spielberg.
Aftersun (Aftersun, 2022), de Charlotte Wells.
Avatar: O Caminho da Água (Avatar: The Way of Water, 2022). De James Cameron.
Armageddon Time (Armageddon Time, 2022), de James Gray.
Apollo 10 e Meio: Aventura na Era Espacial (Apollo 10 1/2: A Space Age Adventure, 2022). De Richard Linklater.
Batman (Batman, The, 2022). De Matt Reeves.
Os Banshees de Inisherin (The Banshees of Inisherin, 2022). De Martin McDonagh.
Crimes do Futuro (Crimes of the Future, 2022). De David Cronenberg
Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo (Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo, 2022). De Juliana Vicente.
Rafael Alves – Agente Governamental. O concursado do John Ford. Liberal na economia e conservador na paixão onanista pelo Fordismo cinematográfico.
The Fire Within: A Requiem for Katia and Maurice Krafft (The Fire Within: A Requiem for Katia and Maurice Krafft, 2022). De Werner Herzog
Armageddon Time (Armageddon Time, 2022), de James Gray.
Os Fabelmans (Fabelmans, The, 2022). De Steven Spielberg.
Noites Brutais (Barbarian, 2022). De Zach Cregger.
Sick (Sick, 2022). De John Hyams.
Batman (Batman, The, 2022). De Matt Reeves.
Predador – A Caçada (Prey, 2022). De Dan Trachtenberg.
Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, 2022). De Joseph Kosinski.
X: A Marca da Morte (X, 2022). Ti West.
Crimes do Futuro (Crimes of the Future, 2022). De David Cronenberg.
Darlan Gama – Empresário do ramo dos pães, mais conhecido como Padeiro Clássico. Amante imoral do cinema.
Avatar: O Caminho da Água (Avatar: The Way of Water, 2022). De James Cameron.
Crimes do Futuro (Crimes of the Future, 2022). De David Cronenberg.
Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, 2022). De Joseph Kosinski.
Pinóquio (Guillermo del Toro's Pinocchio, 2022). De Guillermo del Toro.
Terrifier 2 (Terrifier 2, 2022). De Damien Leone.
Christmas Bloody Christmas (Christmas Bloody Christmas, 2022) De Joe Begos.
Glass Onion: um Mistério Knives Out (Glass Onion: a Knives Out Mystery, 2022). De Rian Johnson.
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (Everything, Everywhere, All At Once). De Daniel Kwan e Daniel Scheinert.
O Homem do Norte (Northman, The, 2022). De Robert Eggers.
Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues, 2022). De Edward Berger.
Francisco Bandeira – Analista Financeiro. Aqui o velho Chico, analista e vidrado no cinema. Cidadão lotado no centro da Cidade de Fortaleza/CE.
EO (EO, 2022). De Jerzy Skolimowski.
Noites de Paris (Les Passagers de la nuit, 2022). De Mikhaël Hers.
Gato de Botas 2: O Último Pedido (Puss in Boots: The Last Wish, 2022). De Joel Crawford.
Kimi: Alguém está Escutando (Kimi, 2022). De Steven Soderbergh.
This Much I Know to be True (This Much I Know to be True, 2022). De Andrew Dominik.
Armageddon Time (Armageddon Time, 2022), de James Gray.
Crimes do Futuro (Crimes of the Future, 2022). De David Cronenberg.
Pearl (Pearl, 2022). De Ti West.
Sick (Sick, 2022). De John Hyams.
Resurrection (Resurrection, 2022). De Andrew Semans.
Minha lista:
1. Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
2. Pinóquio de Guillermo Del Toro
3. Elvis
4. Top Gun: Maverick
5. Batman
6. Avatar: O Caminho da Água
7. Argentina, 1985
8. RRR
9. Aftersun
10. O Menu
Minha lista:
1. Os Banshees de Inisherin
2. Boa sorte, Léo Grande
3. Cha cha real smooth
4. O menu
5. A mulher rei
6. The quiet girl
7. TÁR
8. Close
9. Marte um
10. Um lugar bem longe daqui
Babilônia/Armageddon time/The Fabelmans/Ela disse
Massa demais. O que acho mais legal dessas listas é que vc pega vários filmes de outras listas heheh
Valeu pelo esforço total do Ted nessa empreitada!
Beleza demais meu chapa. Estamos na área.
1. Triângulo da Tristeza
2. Os Banshees de Inisherin
3. Top Gun: Maverick
4. Os Fabelmans
5. Gato de Botas 2
6. A Baleia
7. Elvis
8. Pinóquio
9. Nada de Novo no Front
10. A Fera do Mar