Festival de Cannes 2011 - Considerações Finais
Caros leitores, antes de tudo, digo que foi um grande prazer colaborar para o Cineplayers nesse 64º Festival de Cannes. Isso aqui é o paraíso e a perdição de qualquer ser-cinematográfico, e o desafio aqui é encontrar um quase equilíbrio entre a oferta infinita de filmes a serem vistos e as necessidades físicas e profissionais inerentes a uma cobertura de um evento deste porte. Vi cerca de trinta longas metragens nesses dez dias, dos quais dezesseis tiveram críticas publicadas aqui. Os outros filmes vistos estão relacionados abaixo.
Que fique claro: são apenas impressões apressadas, que resolvemos publicar para saciar a curiosidade dos leitores que, por um motivo ou outro, não tiveram os filmes sobre os quais gostariam de ler entre os que acabaram sendo analisados criticamente. Procurei encontrar um equilíbrio entre os filmes que mais me moveram e os que sabia serem de grande interesse por parte dos leitores.
É isso, quero agradecer aos editores da Cineplayers e também aqueles que acompanharam a cobertura. Também à Ursula, cujo ótimo trabalho, realizado para a revista Filmes Polvo, da qual sou editor, pode ser lido aqui. Não pude percorrer os fóruns do site para ver de perto a repercussão, mas fiquei muito feliz por ter tido notícias muito boas a respeito. Aos que desejarem, fica aqui meu contato e meu até logo. Certamente haverá outras vezes.
Lupinhas:
Once Upon a Time in Anatolia, de Nuri Bilge Ceylan – Competição – 8.0
Começa ok, melhora progressivamente e termina um dos melhores filmes de Cannes 2011. Filme sobre o qual, não fosse a exaustão, certamente escreveria.
Hanezu no tsuki, de Naomi Kawase – Competição - 7.5
Naomi, sempre lindamente calma, lidando com o amor entre a cultura e a natureza. Texto necessário.
La Source des Femmes, de Radu Mihaileanu – Competição - 3.0
Pior filme da competição. Agressivo em sua infantilidade política, tedioso em sua obviedade visual.
There Must be The Place, de Paolo Sorrentino – Competição - 5.0
Dramaturgia frágil e inconsistente. Indie alegrinho mal resolvido em temática política frouxa. Típico filme de “desempenho”, que coloca Sean Pean como candidato a prêmio.
Ichimei (Death of a Samurai), de Takashi Miike – Competição - 7.0
Conciso e vigoroso, sensação de deja-ju. Harakiri com bambu vale o filme. Valia texto.
Pater, de Alain Cavalier – Competição - 6.0
Peculiar documentário caseiro nunca desinteressante, mas nunca realmente excitante.
Elena, de Andrey Zvyagintsev – Um Certo Olhar - 7.0
Peculiar drama russo com primeira metade arrepiante. Notável uso de Philip Glass.
Hors Satan, de Bruno Dumont – Um Certo Olhar - 8.0
Dos mais intigantes de Cannes. O bem e o mal materializados no tempo e no espaço. Aparecerá em algum texto cedo ou tarde.
Arirang, de Kim ki-duk – Um Certo Olhar - 2.0
Kim ki-duk, ele mesmo, vivendo em uma cabana, comendo e cantando. Não tecerei maiores comentários.
Le neiges du klimandjaro, de Robert Gediguian - Um Certo Olhar - 6.0
Filme envelhecido, um pouco ingênuo, mas simpático em seu sincero humanismo.
The day he Arrives, de Hong Sang-soo - Um Certo Olhar– 7.0 –
À vontade em sua zona de conforto.
Les Bien-Aimes (Beloved), de Christophe Honoré – Filme de Encerramento – 3.5
Dos filmes mais chatos do festival, pretensioso e tediosamente superficial.
In film nist (This is not a film), de Jafar Panahi e Mojtaba Mirtahmasb – Fora da Competição – 7.5
A intolerância gera mais um (belo) filho bastardo.
The Beaver, de Jodie Foster – 4.0 – Fora da Competição
Nenhuma relevância, drama comercial genérico.
Permanências, de Ricardo Alves Jr. – 7.5 – Semana da Crítica
Corajoso e inquieto.
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