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Top 100 American Film Institute - parte 1/4

No final do século XX, para comemorar os 100 anos da existência de cinema, o American Film Institute (AFI) criou a lista "100 Anos 100 Filmes", feita a partir de centenas de títulos, por inúmeros profissionais da área. Trata-se de uma relação dos 100 melhores filmes norte-americanos de todo esse período (ou seja, esqueça filmes "estrangeiros"). Para mais informações, visite o site do American Film Institute.

Esta é a primeira de quatro partes do especial “Top 100 American Film Institute”. Cada parte conterá 25 filmes comentados, começando pelo 100º. até o 1º.

Para ver a lista completa, clique aqui. Para ver as fichas individuais, clique no título de cada filme.

100º. A Canção da Vitória (Yankee Doodle Dandy, 1942). Direção de Michael Curtiz.

Uma das melhores cinebiografias de um compositor já lançadas no cinema. George M. Cohan foi o responsável por embalar os Estados Unidos na guerra com músicas que “pegam” e não largam. O filme tem uma primeira metade lenta e desinteressante, mas assim que o número musical que dá nome ao título original do filme entra em cena, ele torna-se merecedor de uma posição na lista de melhores filmes americanos de todos os tempos.

99º. Adivinhe Quem Vem para Jantar? (Guess Who’s Coming to Dinner, 1967). Direção de Stanley Kramer.

Hoje em dia uma comédia racial soa certamente clichê. Mas na época de seu lançamento, a discussão sobre racismo estava no auge. Temperado com humor, drama e belíssimas interpretações, esta é uma comédia romântico-dramática simples, mas tocante, que deu um Oscar a Katharine Hepburn.

98º. Os Imperdoáveis (The Unforgiven, 1992). Direção de Clint Eastwood.

Os faroestes já estavam desaparecidos há décadas (pelo menos para terem alguma força no mercado), quando Clint Eastwood dirigiu e interpretou esse filme que na realidade é um forte drama sobre a decadência do Oeste, que aqui aparece sujo e sem glamour. Um filme recheado de figuras inescrupulosas – incluindo aí o mocinho. Por ser um dos grandes faroestes de todos os tempos, Os Imperdoáveis certamente merece o lugar que possui na lista.

97º. Levada da Breca (Bringing Up Baby, 1938). Direção de Howard Hawks.

Uma comédia incrivelmente tola para os dias atuais. Porém marcou época por trazer atores consagrados de Hollywood e uma história agradável e hilariante (bem, isso é discutível, mas para muitos foi) sobre um leopardo que inferniza a vida de um casal por ter roubado um osso importante para um museu. Novamente Katharine Hepburn integra a lista.

96º. Rastros de Ódio (The Searchers, 1965). Direção de John Ford.

Entre os vários faroestes que John Ford dirigiu, este é o melhor, ao lado de No Tempo das Diligências. Um filme de belíssima (na verdade, mais do que isso, qual seria a palavra?) fotografia e um John Wayne, como sempre, inspirado. A história – sobre vingança – não é das mais originais, mas o filme tem seu lugar reservado por todo o seu belo conjunto.

95º. Pulp Fiction: Tempo de Violência (Pulp Fiction, 1994). Direção de Quentin Tarantino.

Este pequena filme independente foi lançado sem grandes pretensões, mas o filme em si é pretensioso. É o melhor trabalho de Quentin Tarantino e deveria figurar mais alto nesta lista. Ainda assim, estar nela já é algo justo, visto que é um dos grandes filmes da década de 1990, contado com múltiplas histórias que se interligam, diálogos simples mas fascinantes ao mesmo tempo e diversão espetacular.

94º. Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990). Direção de Martin Scorcese.

Muitos grandes diretores acabam dirigindo filmes sobre a máfia, e estes filmes acabam tornando-se suas obras-primas. Foi assim com Coppola e seu O Poderoso Chefão; com os irmãos Coen com seu Ajuste Final; com Leone e seu Era uma Vez na América. Os Bons Companheiros é para Scorcese o que os filmes citados foram para seus respectivos diretores. Um filme poderoso e impressionante.

93º. Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment, 1960). Direção de Billy Wilder.

Claro que Billy Wilder não poderia deixar de figurar na lista. Este filme começa como uma comédia comum dos anos 1950/1960: figuras simpáticas e situações inocentes, querendo apenas divertir o espectador como numa boa matinê. Logo transforma-se, porém, em um ótimo drama com belas interpretações de Jack Lemmon e Shirley MacLaine. Acabou faturando o Oscar de Melhor Filme.

92º. Um Lugar ao Sol (A Place in the Sun, 1951). Direção de George Stevens.

Com cara de romance clichê, este filme na realidade é um poderoso suspense policial, que vai aprofundando-se cada vez mais na mente de seus personagens. Uma interpretação maravilhosa de Montgomery Clift faz com que o crime que ele cometeu contra sua namorada no filme faça transparecer ao espectador, fazendo este sentir tensão e suar frio. Elizabeth Taylor está linda como nunca.

91º. Minha Bela Dama (My Fair Lady, 1964). Direção de George Cukor.

Mais um musical na lista. Esta é uma divertida história. Divertida história que faz um simpático filme ser o vencedor do Oscar de Melhor Filme em 1965. Audrey Hepburn consegue ser insuportável (o que é bom, pois este é seu papel) como a florista que não sabe falar direito e toma lições de fonética com um arrogante cavalheiro. Exagero sua participação nesta lista, mas ainda assim é um belíssimo filme.

90º. O Cantor de Jazz (The Jazz Singer, 1927). Direção de Alan Crosland.

Certamente o filme marca lugar nesta lista por sua importância histórica: foi o primeiro filme falado a surgir nos cinemas. Ainda assim, com dessincronia, e apenas algumas poucas falas – a maior parte das vozes é proveniente de canções. O filme tem a estrutura de um trabalho mudo. Mas mesmo assim marcou época e é lembrado. Sua história é simples e clichê até para 1927. Ainda assim, um trabalho curioso para os amantes do cinema.

89º. Patton – Rebelde ou Herói? (Patton, 1970). Direção de Franklin J. Schaffner.

Este é o grande trabalho da carreira de George C. Scott, embora tenha participado também de Doutor Fantástico. Comandando o papel de um dos generais mais importantes para os Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, sua interpretação é forte e dá ânimo a um filme apenas bom. Ele e o filme ganharam o Oscar em 1971. Ele, merecido.

88º. Sem Destino (Easy Rider, 1969). Direção de Dennis Hopper.

Uma música-tema que marcou época e é ouvida até os dias atuais. O filme possui um clima típico de final da década de 1969, quando as mudanças na sociedade norte-americana ocorriam a passos largos. O filme e seus personagens possuem espírito livre, mas é um trabalho estranho, irregular, no máximo interessante pelo seu final chocante.
 
87º. Frankenstein (Frankenstein, 1931). Direção de James Whale.

Um dos filmes de monstros mais famosos de todos os tempos tem um merecido lugar na lista. Hoje em dia não assusta mais e parece absurdamente inocente, quase cômico, porém é um clássico que merece ser conservado na memória de qualquer amante do cinema.

86º. O Grande Motim (Mutiny on the Bounty, 1935). Direção de Frank Lloyd.

Uma obra-prima! Esta é uma definição simples, mas honesta, para o vencedor do Oscar de 1936, que mostra os abusos de autoridade dentro de um navio. Um filme com interpretações incríveis, que ganhou, décadas mais tarde, refilmagem com Marlon Brando. Lugar certíssimo e merecido na lista.

85º. O Diabo a Quatro (Duck Soup, 1933). Direção de Leo McCarey.

Possivelmente a comédia mais engraçada de todos os tempos. Este filme merece realmente estar na lista – uma pena que não está em uma posição melhor. Um humor visual arrebatador, é o melhor trabalho dos irmãos Marx no cinema. O filme possui inúmeras passagens hilariantes, e continua mais atual do que nunca.

84º. Fargo – Uma Comédia de Erros (Fargo, 1996). Direção de Joel Coen.

Humor negro é com os irmãos Coen! Joel dirigiu essa comédia policial extremamente violenta com maestria. O filme possui personagens únicos e um estilo de humor cruel. Embora Joel tenha dirigido filmes melhores, este é sim um bom trabalho, embora não tenho certeza que mereça estar na lista dos melhores filmes americanos de todos os tempos.

83º. Platoon (Platoon, 1986). Direção de Oliver Stone.

Ao lado de Apocalypse Now (mas um pouco inferior a ele), este é um dos melhores trabalhos que o cinema já concebeu sobre a sangrenta guerra do Vietnã. É também o melhor trabalho do diretor Oliver Stone, dono de uma carreira ótima, mas irregular. Aqui ele mostra todo seu estilo e capacidade de levar belas imagens misturadas a situações dramáticas provocadas pela loucura da guerra.

82º. Assim Caminha a  Humanidade (Giant, 1956). Direção de George Stevens.

Um dos filmes mais fracos de toda a lista, é um trabalho sem ponto central: às vezes, é épico; às vezes, é comédia; às vezes, é romance, etc. Seus personagens, principalmente James Dean, têm um aproveitamento muito irregular durante o filme todo. O melhor são as belas imagens do Texas e, claro, Elizabeth Taylor.

81º. Tempos Modernos (Modern Times, 1936). Direção de Charles Chaplin.

Chaplin e suas obras-primas! Seus filmes são tão facilmente identificáveis pela figura sempre hipnotizante do vagabundo Carlitos. Seu olhar triste e seu estilo atrapalhado ainda conquistam os amantes do cinema. Tempos Modernos é um de seus grandes filmes, com cenas arrebatadoras, como a seqüência dos patins dentro da loja, onde Carlitos se exibia para uma figura feminina.

80º. Meu Ódio Será Tua Herança (The Wild Bunch, 1969). Direção de Sam Peckinpah.

É um tanto quanto estranha a aparição de Meu Ódio Será Tua Herança na lista. É um filme sem uma grande interpretação específica, muito pelo contrário, sua força está no grupo que forma o “Wild Bunch” do título original. Mas mesmo com essa força este é apenas um bom faroeste clássico, não muito mais do que isso. Apenas a seqüência final – um longo e sangrento tiroteio – é digna de palmas.

79º. O Franco Atirador (The Deer Hunter, 1978). Direção de Michael Cimino.

Com um elenco impressionante, e apoiado por uma complexa análise (muito bem realizada) das seqüelas de ter participado da Guerra do Vietnã e visto o terror, o filme merece fazer parte da lista com folga. Não é um filme de guerra, e sim um drama altamente psicológico com um Robert De Niro e um Christopher Walken inspiradíssimos. Não é à toa que venceu vários Oscar, incluindo Melhor Filme, em 1980.

78º. Rocky, um Lutador (Rocky, 1976). Direção de John G. Avildsen.

Um filme que tem muitos detratores por ser, para estes, Hollywoodiano demais. Extra-sentimental seria um bom termo. Mas é uma história linda de superação do fraco sobre o forte. Stallone fez sua carreira em cima desse filme vencedor do Oscar em 1977.

77º. Loucuras de Verão (American Graffiti, 1973). Direção de George Lucas.

É um filme sobre adolescentes fazendo o que eles mais gostam até hoje: paquerar, transar e curtir a noite. Abusa dos estereótipos do gênero para mostrar as aventuras de um grupo de jovens durante uma noite, onde tudo vai acontecer. George Lucas conseguiu muita experiência com o filme para poder filmar, anos mais tarde, Star Wars. Não é um grande filme, no máximo um trabalho divertido.

76º. Luzes da Cidade (City Lights, 1931). Direção de Charles Chaplin.

E cá estamos com uma nova obra-prima de Charles Chaplin. Esse filme, outra de suas histórias inocentes do Vagabundo, merece figurar na lista principalmente pela sua cena final: quando a moça dos sonhos do Vagabundo, não mais cega, enxerga-o pela primeira vez na vida. Certamente uma das melhores cenas de todos os tempos no cinema.

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