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Top 100 American Film Institute - parte 4/4

No final do século XX, para comemorar os 100 anos da existência de cinema, o American Film Institute (AFI) criou a lista "100 Anos 100 Filmes", feita a partir de centenas de títulos, por inúmeros profissionais da área. Trata-se de uma relação dos 100 melhores filmes norte-americanos de todo esse período (ou seja, esqueça filmes "estrangeiros". Para mais informações, visite o site do American Film Institute.

Esta é a última de quatro partes do especial “Top 100 American Film Institute”. Cada parte conterá 25 filmes comentados, começando pelo 100º. até o 1º.

 Para ver a lista completa, clique aqui. Para ver as fichas individuais, clique no título de cada filme.

Para ver a parte 1/4, clique aqui.
Para ver a parte 2/4, clique aqui.
Para ver a parte 3/4, clique aqui.

25º. E.T. – O Extra-Terrestre (E.T. The Extra-Terrestrial, 1982). Direção de Steven Spielberg.

A maioria considera que Steven Spielberg foi extremamente feliz ao lançar essa pequena aventura juvenil sobre um pequeno ET que se perdeu dos mais na Terra. O filme acabou sendo um sucesso monumental nas bilheterias, ganhando até edição especial de 20 anos com novos efeitos especiais. Sem dúvida um trabalho divertido e, em parte, emocionante.

24º. Touro Indomável (Raging Bull, 1980). Direção de Martin Scorcese.

O drama do lutador Jake la Motta – filmado em preto-e-branco em plenos anos 1980 – é um dos trabalhos mais sólidos sobre boxe já vistos no cinema. Possui interpretação fenomenal de Robert De Niro e uma direção quase perfeita de Scorsese. Um filme poderoso em qualidade artística, que não tem medo de mostrar o lado feio de um campeão nos ringues.

23º. O Falcão Maltês (The Maltese Falcon, 1941). Direção de John Huston.

O primeiro filme noir é também o melhor trabalho do diretor John Huston. Com uma história simples, mas incrivelmente interessante e cheia de suspense,  Huston conseguiu definir um gênero e tornou-se uma grande referência entre os grandes diretores que Hollywood já possuiu. Uma verdadeira obra-prima!

22º. 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey, 1968). Direção de Stanley Kubrick.

Este é o filme de Stanley Kubrick melhor posicionado na lista. Uma obra multi-dimensional que possibilita (e ainda quebra a cabeça de muitos críticos) muitas interpretações. É uma alegoria espacial sobre o desenvolvimento do homem e, independentemente do que Kubrick realmente quis passar, vale como aula de cinema.

21º. As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath, 1940). Direção de John Ford.

Um drama espetacular sobre a pobreza na época da Grande Depressão. Personagens poderosos, perfeitamente desenvolvidos, diálogos maravilhosos, fotografia linda, clima tenso e triste – como um bom drama deve ter, em muitos casos. São elementos que fazem deste o melhor filme do lendário diretor John Ford. Uma verdadeira obra-prima, recomendável para qualquer amante do verdadeiro cinema.

20º. Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest, 1975). Direção de Milos Forman.

Um sujeito se finge de louco para não ir para a cadeia. Ao invés disso, vai parar em um sanatório, junto de loucos de verdade, que estão sob a tutela de uma enfermeira incrivelmente séria. Possivelmente a melhor interpretação de Jack Nicholson, em um filme humano e de roteiro maravilhoso, tão perfeito quanto um drama pode ser. Faturou muitos Oscar e uma importante posição na lista – tudo merecidamente!

19º. Chinatown (Chinatown, 1974). Direção de Roman Polanski.

Um noir moderno, que consquistou a crítica e o público. Sua cena de fechamento é inesquecível. Este é outro filme com um Jack Nicholson poderosíssimo no elenco. Um roteiro muito bom, uma história que vai se tornando mais e mais interessante com seu passar. Talvez esteja um pouco alto demais na lista, ainda assim pode ser considerado uma pequena obra-prima do diretor Roman Polanski.

18º. Psicose (Psycho, 1960). Direção de Alfred Hitchcock.

A obra-prima máxima do gênio do suspense Hitchcock. O diretor chegou à perfeição com esse filme, para nunca mais a repetir (e não seria necessário). É um filme definidor de gênero, que á foi copiado e recopiado. Seu final sensacional, suas cenas aterrorizantes (chuveiro, escada), e clima psicológico sem igual – a tensão do personagem Norman Bates. Um filme sem falha alguma, tão perfeito quanto o gênero pode chegar.

17º. Uma Aventura na África (The African Queen, 1951). Direção de John Huston.

Uma aventura simpática no meio da selva africana, onde os conflitos entre os personagens de Bogart e Hepburn são o charme do filme. Certamente ele está numa posição supervalorizada – o próprio John Huston dirigiu filmes muito superiores que já foram comentados aqui antes. Vale pelas situações que o casal enfrenta – perigos e um romance premeditado, mas interessante.

16º. A Malvada (All About Eve, 1950). Direção de Joseph L. Mankiewicz.

Um filme sobre inveja, sobre os bastidores do teatro, com ótimas interpretações e dono do maior número de indicações que um filme já teve no Oscar até o momento – 14 ao todo! São elementos que justificam a altíssima posição na lista AFI – o filme tem milhões de adoradores, e ainda influencia muitos diretores de cinema, como Pedro Almodóvar, que fez de Tudo Sobre Minha Mãe uma espécie de homenagem a este filme.

15º. Star Wars Episódio IV – Uma Nova Esperança (Star Wars Episode IV – A New Hope, 1977). Direção de George Lucas.

Um dos filmes mais revolucionários de todos os tempos. Transformou o cinema em algo ainda mais popular do que sempre fora. Deu asas à imaginação de milhões de pessoas, que se perderam com efeitos especiais nunca antes vistos, com uma aventura rápida, movimentada, com personagens interessantes e, acima de tudo, muita diversão. Não é o melhor da saga, mas vale a posição sobre os outros por ser o primeiro.

14º. Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot, 1959). Direção de Billy Wilder.

Um nome define o sucesso e a importância histórica desse filme. Não é o do diretor Billy Wilder, e sim o da atriz Marilyn Monroe. Lindíssima, provocante, sensual. Uma comédia bobinha sobre troca de sexo (com Tony Curtis e Jack Lemmon em papéis muito divertidos) com uma boa direção (mas nada que exigisse muito do genial Wilder) hoje é uma das comédias mais lembradas, mais importantes, mais referenciadas de todos os tempos. Se a qualidade geral do filme não é a de uma obra-prima, Monroe faz ser justa sua posição na lista.

13º. A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai, 1957). Direção de David Lean.

Mais um filme do mestre dos épicos dramáticos, David Lean. Desta vez, um impressionante trabalho que se passa durante a Segunda Guerra, que mostra o orgulho britânico sobre a ameaça japonesa. Um final dos mais tensos que o cinema já viu, que vai construindo-se ao longo do filme com atuações magníficas e situações muito fortes. Uma verdadeira obra-prima que merece este posto na lista sem ressalvas.

12º. Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950). Direção de Billy Wilder.

Mais um Billy Wilder na lista. Desta vez, perfeitamente dirigido, com um tema dos mais interessantes: a decadência de uma atriz em Hollywood. O diretor mostra o quanto alguns atores levam a necessidade do estrelismo a níveis que os tornam deprimentes. O relacionamento entre o roteirista sem talento e a atriz que ninguém mais conhece é marcado com cenas memoráveis, principamente pelo final nas escadarias de sua mansão. Um momento pra não sair da história do cinema.

11º. A Felicidade Não Se Compra (It’s a Wonderful Life, 1946). Direção de Frank Capra.

Um filme sobre esperança e sobre a necessidade de se ser feliz com o que se pode ter e o que se pode ser. Uma mensagem de otimismo que é considerada uma das grandes obras-primas do cinema – muitos o consideram, de longe, o melhor filme de Capra. Pessoalmente vejo apenas como um bom filme, não uma obra-prima. Ainda assim, não é possível ficar totalmente alheio a James Stewart, em mais uma de suas atuações memoráveis.

10º. Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain, 1952). Direção de Gene Kelly e Stanley Donen.

Largamente conhecido como o melhor musical já lançado em Hollywood – o que é um grande exagero, convenhamos – possui uma seqüência marcante, principalmente para seu protagonista: Gene Kelly cantando e dançando na chuva após apaixonar-se perdidamente. A seqüência exala energia, alegria, motivação, sendo tão simples quanto emocionante ao mesmo tempo. Um dos grandes momentos do gênero, uma das cenas mais lembradas já vistas no cinema. Um incrivelmente divertido filme cheio de lindos momentos.

9º. A Lista de Schindler (Schindler’s List, 1993). Direção de Steven Spielberg.

O melhor filme dramático de Steven Spielberg é uma poderosa obra-prima sobre a morte dos judeus na mão dos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Spielberg passou anos coletando informações para deixar o filme o mais realista possível, e soube escolher um elenco magnífico – nenhuma grande estrela, o que foi muito importante para a homogeneidade do roteiro. Outro filme da lista com cenas inesquecíveis e atuações memoráveis. Possivelmente é o filme com a direção mais madura do diretor, também.
 
8º. Sindicato de Ladrões (On the Waterfront, 1954). Direção de Elia Kazan.

Um filme de forte roteiro contra as injustiças dos patrões contra os empregados – tema sempre comum em grandes dramas da história do cinema, que aqui foi levado com competência na direção infalível de Kazan e em outra atuação quase perfeita de Marlon Brando, embora não seja a melhor de sua carreira. Venceu o Oscar de Melhor Filme, Diretor e Ator para Brando. Um filme que praticamente não tem falhas.

7º. A Primeira Noite de um Homem (The Graduate, 1967). Direção de Mike Nichols.

Uma trilha sonora magnífica. Um roteiro perfeito (quase que literalmente). Dois elementos que fazem desta uma das comédias românticas mais prazerosas de serem assistidas já lançadas no cinema. É um filme que pode ser visto várias vezes sem que se enjoe, bem pelo contrário, o efeito é cada vez mais positivo. Dustin Hoffman fez sua carreira – merecidamente, é bom deixar muito claro – a partir deste filme, para nunca mais sair do estrelato.

6º. O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939). Direção de Victor Fleming, Richard Thorpe e King Vidor.

Este é um trabalho que viverá enquanto o homem continuar preservando, pelo menos um pouco, sua história. Um filme de cores mágicas, personagens maravilhosos, canções belíssimas e de uma ingenuidade divina. A saga de Dorothy para voltar ao Kansas, enfrentando uma “bruxa malvada” não poderia ser mais perfeita – exceto, talvez, pelo seu terceiro ato, menos mágico que toda a enorme seqüência da estrada de pedras amarelas.

5º. Lawrence da Arábia (Lawrence of Arábia, 1962). Direção de David Lean.

Um dos grandes épicos da história do cinema. David comandou uma história maravilhosa, com a ajuda de uma inesquecível (e a melhor do ator) interpretação de Peter O’Toole. A seqüência em que o grupo de aventureiros fica à deriva do calor no deserto, totalmente desesperançoso em relação à sobrevivência, é emocionante e perfeitamente realizada. Uma fotografia esplendorosa ajuda a dar ainda mais força à esta obra-prima vencedora de sete Oscar, incluindo Melhor Filme.

4º. E o Vento Levou (Gone with the Wind, 1939). Direção de Victor Fleming.

Um filme poderoso, um drama épico sobre uma mulher que tem que aprender a ter fibra durante o difícil período da Guerra Civil norte-americana, quando os sonhos e a felicidade foram destruídos. Uma grande pena que a interpretação de Vivien Leigh (uma das melhores atrizes que Hollywood já teve) criou uma personagem totalmente antipática, e o filme seja nada mais do que um dramalhão bobo e incrivelmente clichê. Um dos mais desmerecedores de sua posição na lista, ainda em uma posição tão alta quanto esta. É a maior bilheteria da história do cinema se considerarmos valores ajustados pela inflação (o que não é um bom método de medição).

3º. O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972). Direção de Francis Ford Coppola.

É um filme inferior à sua seqüência, mas que possui uma interpretação inesquecível de Marlon Brando, e cenas muito fortes e marcantes. Geralmente os críticos preferem os originais, ainda que suas seqüências sejam superiores. É uma pequena obra-prima do gênero gângster, mas certamente supervalorizada em muitas listas, incluindo esta aqui. Como adaptação, é um filme bem irregular, e sem sua seqüência não consegue sobreviver muito bem. Ainda assim, é um primor em direção e atuação – dois elementos que são perfeitos (o tanto quanto possível), e merece um lugar na lista, não necessariamente o número 3.

2º. Casablanca (Casablanca, 1942). Direção de Michael Curtiz.

Um dramalhão que se passa na Segunda Guerra. Os críticos amam o filme, que possui, segundo a maioria deles, um dos melhores – senão o melhor – roteiro já concebido para o cinema. Grande exagero: é um filme com ótimas interpretações, uma direção sem deslizes, mas incrivelmente tolo, lento e sem grandes emoções, senão suas belíssimas canções. Ainda assim tem um valor histórico inestimável – mais por causa desses críticos, que vieram agregando valor a ele durante o passar dos anos, do que pelo filme em si, que é “apenas” muito bom.

1º. Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941). Direção de Orson Welles.

E chegamos ao campeão. Foi o primeiro filme dirigido por Orson Welles, que arriscou muito na sua produção. Um filme que trouxe grandes evoluções técnicas ao cinema e possui um roteiro que também chega muito próximo da perfeição. A saga pelo descobrimento do significado da palavra “Rosebud” prende o espectador e serve como gancho para mostrar uma história de ousadia, corrupção e amores perdidos e conquistados. Um filme magistral, uma real obra-prima – realmente merece ser chamado como tal. Merecedor do posto? Bem, há filmes melhores, mas o cargo de melhor filme americano dos primeiros 100 anos de história do cinema não está, de forma alguma, em más mãos.

Comentários (1)

Henrique Azevedo Machado | segunda-feira, 13 de Julho de 2015 - 10:46

"Uma grande pena que a interpretação de Vivien Leigh (uma das melhores atrizes que Hollywood já teve) criou uma personagem totalmente antipática, e o filme seja nada mais do que um dramalhão bobo e incrivelmente clichê. Um dos mais desmerecedores de sua posição na lista, ainda em uma posição tão alta quanto esta. "

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