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Os 21 maiores vencedores do Oscar de Melhor Filme

Após um artigo polêmico sobre os 10 piores filmes vencedores do Oscar na categoria principal, os editores do Cineplayers Bernardo Brum e Heitor Romero elencam agora os 21 melhores filmes a conquistarem o prêmio. Obras que mudaram a história do cinema tanto em matéria de arte quanto indústria, que influenciaram e influenciam a cultura pop até hoje. 

Leia, comente e compartilhe aqui seus favoritos! 


Aconteceu Naquela Noite (1933)

O primeiro dos únicos três filmes a vencer o famoso Big Five do Oscar – os cinco prêmios mais importantes da noite (filme, direção, ator, atriz e roteiro). Mereceu cada um deles e ainda é uma das poucas comédias românticas a chegarem tão longe. Se não bastassem seus recordes dentro da história da premiação, Aconteceu Naquela Noite é possivelmente o filme mais completo do diretor Frank Capra e tem um dos roteiros mais exemplares do cinema. Se muitas vezes os vencedores do Oscar acabam esquecidos pelo tempo, este é até hoje o único lembrado dentre os indicados daquela edição, o que prova que houve um tempo em que a Academia acertava. (Heitor Romero)


... E o Vento Levou (1939)

Na história do Oscar,...E o Vento Levou foi a primeira mega produção e arrasa-quarteirão a quebrar recordes de indicações e prêmios, um cruzamento de sucesso entre público e crítica que mudou para sempre o cinema enquanto arte e também como indústria. Sai vencedor de 8 das 13 estatuetas às quais foi indicado, catapultou Vivien Leigh e Clark Gable ao Olimpo dos maiores astros de todos os tempos, virou uma das fontes de grande parte dos clichês do cinema e possui várias das cenas e das falas mais icônicas da história. Ao ser premiado como melhor filme, acabou mudando os rumos da indústria e a Academia começou a levar mais em conta o impacto comercial e o apelo popular de um candidato. O cinema nunca mais seria o mesmo depois de ...E o Vento levou – e o Oscar também não. (Heitor Romero)


Casablanca (1942)

O roteiro de Julius e Philip Epstein e Howard Koch é considerado, com certa razão, o grande roteiro já escrito em Hollywood. A história do cínico Rick Blaine, sua paixão ressentida por Ilsa e o triângulo amoroso com Victor Laszlo tendo a 2ª Guerra Mundial como pano de fundo é recheada de frases mordazes e icônicas e cenas verdadeiramente comoventes. Além de ter Humphrey Bogart e Ingrid Bergman soltando faísca, o filme tem coadjuvantes de luxo aumentando ainda mais o brilho da coisa toda, como Claude Rains e Peter Lorre. O tipo de filme que serve como uma luva para representar o auge da antiga Hollywood - consegue fluir entre o sarcasmo, a profundidade, a tensão e a beleza com facilidade e graça. Mereceu cada um dos três Oscar que ganhou - filme, direção e roteiro - e merecia até mais. (Bernardo Brum)


Farrapo Humano (1945)

Não é qualquer diretor que conseguiu ter dois filmes entre os melhores dos 90 anos da Academia. Um deles é Billy Wilder, que conquistou o primeiro prêmio com um filme nascido de sua experiência com Raymond Chandler ao escrever em parceria com o célebre escritor Pacto de Sangue e perceber o alcoolismo destrutivo de um dos pais do noir. O resultado foi Farrapo Humano, o filme definitivo sobre um vício e seus efeitos. Sem os psicologismos e os monólogos espertos de filmes tematicamente semelhantes que viriam depois, Ray Milland está tão assustador quanto digno de pena em um filme que aborda o assunto de maneira frontal e honesta. Mais realista que onírica, a pesada cena de delirium tremens ainda carrega um terror visceral consigo. (Bernardo Brum)


A Malvada (1950) 

A história da aspirante a atriz e inescrupulosa alpinista social que manipulava todos para ocupar o lugar da estrela do teatro Margot Channing é até hoje uma referência em matéria de roteiro, atuação e direção. A Malvada, além de reerguer a carreira de Bette Davis e dar a ela o papel pelo qual é mais conhecida até hoje, foi o responsável por desbancar o também maravilhoso Crepúsculo dos Deuses, de Billy Wilder, na disputa por melhor filme e direção. E quem pode reclamar dessa vitória, sendo este um dos retratos mais ácidos e inteligentes sobre os bastidores da fama? Sobra a saudade desses anos dourados da Velha Hollywood, quando a briga pela estatueta mais importante do cinema americano era entre obras-primas desse nível. (Heitor Romero)


Sinfonia de Paris (1951)

Talvez não o melhor musical do gênio Vincente Minnelli, mas certamente o seu mais famoso, Sinfonia de Paris prevaleceu sobre títulos como Um Lugar ao Sol e Uma Rua Chamada Pecado. Justa ou não, essa vitória consagrou o musical como o gênero mais hollywoodiano da época, fazendo um contrapeso aos seus concorrentes sombrios e realistas através de uma deliciosa e multicolorida fuga da realidade comandada pelo carisma insuperável de Gene Kelly. Num período tão delicado para a America, o jeito era fugir do tom pessimista de Um Lugar ao Sol e sorrir para o sonho e a fantasia que as cores e músicas que Minnelli regia. (Heitor Romero)


Sindicato de Ladrões (1954)

Em abril de 1952, o dramaturgo Arthur Miller visitou o amigo e parceiro de trabalho Elia Kazan, diretor de teatro de vanguarda e ex-militante comunista, que afirmou que iria apontar o nome de amigos na Lista Negra do infame senador Joseph McCarthy. Os dois nunca mais se falaram e do episódio nasceram duas obras: Miller fez a metafórica peça As Bruxas de Salem, crítica aos perseguidores macartistas. Por sua vez, Kazan fez Sindicato de Ladrões, onde o “herói” é Terry Malloy, um boxeador fracassado tornado funcionário do crime organizado mas que, por amor e arrependimento, entrega os mafiosos que controlam o sindicato portuário. A magnética performance de Marlon Brando como um protagonista moralmente reprovável e “duas caras” pavimentou o caminho para o cinema da geração seguinte. Entender a trinca filme/direção/atuação conquistada não é mistério nenhum: não só nunca houve ator como Brando como também nunca houve diretor de atores como Kazan. (Bernardo Brum)


Se Meu Apartamento Falasse (1960)

Se Billy Wilder provou ser um gênio dentro de todos os muitos gêneros que transitou ao longo de sua carreira, em Se Meu Apartamento Falasse ele se mostrou no auge do domínio de todos eles e ainda arrancou a melhor atuação de Jack Lemmon. Reza a lenda que Alfred Hitchcock nunca superou ter perdido o Oscar de direção por Psicose nessa edição, mas o fato é que ambos os diretores mereciam a estatueta e o prêmio não foi injusto. Síntese da obra wilderiana e uma das comédias mais amargas e devastadoras de todos os tempos, Se Meu Apartamento Falasse é o cinema em sua melhor forma, e poucos filmes sequer chegam perto de alcançar tamanha beleza. Certamente um dos maiores acertos da Academia. (Heitor Romero)


Lawrence da Arábia (1962) 

Já entrando na onda do cinema pré-revolucionário americano, Lawrence da Arábia tinha aquele ar de épico e aquela ambição visionária de um diretor que primava principalmente pela estética e pelo poder da imagem. Produção milionária, duração infinita e uma das fotografias mais belas que você verá em toda sua vida, o filme de David Lean foi o grande vencedor da noite, levando pra casa 7 dos 10 prêmios aos quais foi indicado. De quebra, ainda colocou ninguém menos que Peter O’Toole no mapa. David Lean, inglês que foi tentar a sorte em Hollywood, se consagrava como um dos grandes diretores do cinema ao receber aqui o seu segundo carequinha dourado, após já ter impressionado a todos com A Ponte do Rio Kwai. Percebe-se a grandeza do cineasta ao constatar que, mesmo gigantes, nenhum dos dois filmes que lhe renderam o Oscar sequer é o seu melhor trabalho.  (Heitor Romero)


Perdidos na Noite (1969)

Segundo diretor da British New Wave a conquistar o Oscar de Melhor Filme - o primeiro foi Tony Richardson com As Aventuras de Tom Jones, em 1963 - John Schlesinger desembarcou na América com um background de extrair uma beleza tão poética quanto triste de cenários pouco aprazíveis, como podemos ver em O Mundo Fabuloso de Billy Liar e Darling - A Que Amou Demais. Tal talento alcançou seu ápice em Perdidos na Noite, adaptação de um romance de James Leo Herlihy que detalha a vida de um inocente texano e sua tentativa frustrada de tornar-se michê em Nova York e que acaba tendo como única companhia e cúmplice o trapaceiro de saúde frágil “Ratso” Rizzo. Miséria, uso de drogas e homossexualidade são alguns dos temas que fizeram receber censura máxima e também ganhar o Oscar de melhor filme, sepultando por um tempo a era dos filmes mais comportados e romantizados com um filme que sim, tem seu lado sujo e horrível, mas também empático e humano até dizer chega. (Bernardo Brum)


Operação França (1971)

Há quem reclame de Friedkin ter tirado o Oscar de Laranja Mecânica, a chocante porém carismática distopia de Stanley Kubrick. Mas a verdade é que Friedkin não deve nada a Kubrick e seu quinto longa metragem que o lançou para o alto escalão da indústria é um filme que é a cara dos anos 70: filmado nas ruas, abordando temas controversos como tráfico de drogas e trazendo na figura de Popeye Doyle um protagonista antipático e no limite da amoralidade. Operação França é um filme cheio de sequências evocando uma sensação de perigo que o cinema de ação hoje em dia apenas sonha em emular. Inspirado pelo clima documental de Z (1969), Friedkin também dá crédito a Hawks, que disse que seus filmes anteriores eram “ruins” e aconselhou a “filmar uma cena de perseguição melhor que qualquer pessoa já tenha filmado”. Quase 50 anos depois, a tal cena frenética onde Popeye persegue um traficante pelas ruas ainda é comentada e a sensação de ladinagem de prêmios some assim que sentamos para assistir esta obra-prima do cinema policial. (Bernardo Brum)


O Poderoso Chefão (1972) 

Normalmente percebido como um épico da máfia por suas longas três horas, as muitas subtramas e a exposição do funcionamento da máfia italiana, O Poderoso Chefão também é particularmente corajoso ao ser também extremamente intimista com os dramas de seus personagens, seja o chefe da família Vito Corleone ao realizar que seu fim está próximo ou mesmo testemunhar a corrupção da alma de Michael Corleone, a “semente boa” da família que vai mais fundo nas trevas da moralidade que qualquer outro ali. E bem, um filme de Francis Ford Coppola na direção, Gordon Willis de fotógrafo, Nino Rota de compositor e Marlon Brando, Al Pacino, Diane Keaton, John Cazale, Robert Duvall e James Caan podia não falar muito para os produtores na época que dificultaram a produção de todas as maneiras possíveis, mas vários prêmios (inclusive para a sequência) depois, hoje em dia esses créditos praticamente falam por si mesmos.  (Bernardo Brum)


O Poderoso Chefão: Parte 2 (1974)

Não apenas o único caso de uma sequência a vencer o Oscar de melhor filme, O Poderoso Chefão: Parte II concorria naquela noite com outro filme do próprio Francis Ford Coppola: A Conversação. Detalhe: a primeira parte da trilogia também havia vencido o prêmio máximo dois anos antes. A verdade é que tudo se torna superlativo quando o assunto é o Coppola dos anos 1970, década marcada pela revolução no cinema americano, em parte provocada por ele. Muito mais ambiciosa, a continuação da saga da família Corleone expandiu seus temas, mostrou um amadurecimento notável do diretor e extraiu performances memoráveis de lendas como Al Pacino, Robert De Niro, Robert Duvall e Diane Keaton. É chover no molhado dizer que Academia acertou em cheio aqui. (Heitor Romero)


Um Estranho no Ninho (1975)

O parceiro de Aconteceu Naquela Noite e O Silêncio dos Inocentes em conquistar o “Big Five” dos principais prêmios do Oscar - ator, atriz, roteiro (original ou adaptado), direção e filme - a adaptação do tcheco Milos Forman adaptou o material original do escritor e agitador contracultural Ken Kesey, que se inspirou em suas experiências como cobaia médica e seu trabalho em Asilo de Veteranos para escrever o romance primeiro adaptado para o teatro por Kirk Douglas no papel de McMurphy. Quando foi para o cinema, apresentou a direção fluida e sem barreiras da Nova Onda Tcheca de Forman (duas vezes indicados para melhor filme estrangeiro - por Amores de Uma Loira e Baile dos Bombeiros) por vezes hilária, insana e descontrolada e por vezes chocante, devastadora e intensa, com Jack Nicholson que nunca esteve tão bem em interpretar Jack Nicholson, acompanhado de perto por um elenco de peso, caso de Louise Fletcher como a autoritária Enfermeira Ratched e Brad Dourif, Danny DeVito e Christopher Lloyd como alguns dos pacientes. Um dos vencedores mais provocantes e explosivos do Oscar.  (Bernardo Brum)


Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977) 

O leitor pode perceber a frequência maior dos anos 70 dessa lista - 7 filmes em 20. É até natural - trata-se da época de maior efervescência cultural dos EUA -  e um bom exemplo de como a cidade de New York em específico virou um pólo cultural e cosmopolita é que com diferença de um ano, foi locação para o vencedor da Palma de Ouro - Taxi Driver - e o vencedor do Oscar de Melhor Filme, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Em um filme, Woody Allen foi de cômico em ascensão para prestigiado diretor de cinema, partindo de um tema simplório (o término de um casal) para promover uma verdadeira sessão de psicanálise filmada. De maneira pós-modernista, Allen usou recursos como quebra da quarta parede, cronologia fragmentada, narrativa contada em fluxo de consciência, tela dividida e legendas de forma inovadora, funcional e, apesar de tudo, cômica. Com o passar de quarenta anos, ainda soa tremendamente criativo - muitos tentaram buscar inspiração na atmosfera “hipster” do filme, mas poucos souberam usar-se de seu maior mérito, que o tornou tão relevante: a linguagem a favor do efeito. (Bernardo Brum)


O Franco-Atirador (1978)

Violento, cru, visceral e carregado de desilusão, O Franco Atirador talvez seja o filme mais atípico a vencer o Oscar (junto de Annie Hall e O Silêncio dos Inocentes). Embora trate de temas que agradam a Academia, sua abordagem até hoje é muito chocante e livre de qualquer romantização ou procura por redenção próprias de produções similares. O diretor Michael Cimino trilhou pelo caminho mais difícil e bateu de frente com o espírito nacionalista do país ao questionar a descaracterização do indivíduo como ser humano quando em contato com a guerra. Pior: uma guerra perdida, inútil. O Franco Atirador provoca literal dor e pesar, consagrando o diretor que anos mais tarde se tornaria um maldito em Hollywood através de O Portal do Paraíso (1980), outra obra-prima de igual impacto, porém de menor alcance e reconhecimento. (Heitor Romero)


Amadeus (1984)

A adaptação da peça de Peter Shaffer que fala da rivalidade entre os compositores clássicos Salieri e Mozart acabou com os dois intérpretes principais, F. Murray Abraham e Tom Hulce, respectivamente, competindo na mesma categoria de melhor ator e ganhando o primeiro, como o músico invejoso e menos célebre. Mas no melhor filme, ganharam os dois nessa história arquetípica e imortal sobre o sentimento de inveja e os efeitos devastadores tanto na vida do invejoso quanto o invejado. Hulce é um Mozart irritante, escandaloso e exibido, quase um rockstar da música erudita, enquanto Salieri é um acadêmico sisudo que jamais admite que o rival alcance mais sucesso e prestígio que ele. O único filme aqui presente da década de 80 é sim uma história à lá Caim e Abel, ou Baby Jane e Blanche: a paixão e o ódio avassaladores que não sossegam o espírito dos homens. Tudo abordado da habitual maneira impactante e frontal de Forman, que capta olhares, dirige atores e contextualiza marcas e movimento de câmera, legando ao espectador uma das filmografias mais impressionantes do cinema. (Bernardo Brum)


O Silêncio dos Inocentes (1991)

Filme de terror, diretor pouco conhecido, lançado fora da época de corrida de Oscar e que no fim das contas levou para casa o Big Five. Nada conspirava a favor, mas mesmo assim a trajetória de O Silêncio dos Inocente foi meteórica. Além de blockbuster de enorme sucesso, o filme redefiniu um gênero cansado e o tornou novamente atraente, pulsante, inteligente, refinado, virando ponto de referência para todos os que vieram dali pra frente. Poucos atingem esse patamar de já nascer um clássico moderno, que ainda lançou o que é hoje eleito pelo American Film Institute o maior vilão do cinema: o Dr. Hannibal Lecter, vivido por Anthony Hopkins em uma das maiores atuações de todos os tempos. Quando em cena com Jodie Foster, o ator crescia ainda mais, enquanto o diretor Jonathan Demme extraia o melhor deles e do roteiro sombrio que envolvia temas como canibalismo e transexualidade. Todo fora do padrão de um típico vencedor de Oscar, O Silêncio dos Inocentes foi uma das poucas vezes em que a Academia se arriscou tanto – e acertou tanto. (Heitor Romero)


Os Imperdoáveis (1992)

Se no início dos anos 1990, Clint Eastwood já era figura de respeito em Hollywood, Os Imperdoáveis veio para consagrá-lo de vez. Um eterno cowboy perdido no tempo, o diretor/ator emprestou de sua persona o necessário para revisionar o faroeste – o gênero americano por excelência e seu primeiro lar no cinema – e ressuscitá-lo após anos de tentativas nem sempre bem sucedidas. Aqui ele atingia aquele que todo o grande artista alcança de auto reflexão e reinvenção, mudando pra sempre sua forma de fazer cinema. De brinde ainda arrancou performances inesquecíveis de Gene Hackman e Morgan Freeman. O faroeste seria aqui redefinido, mesmo que depois de “morto”, e nunca mais seria o mesmo. (Heitor Romero)


Titanic (1997)

A história de amor proibido dos jovens Jack e Rose durante a estadia no navio Titanic, que afundaria após uma colisão com um iceberg, já faz parte do imaginário coletivo da cultura pop mundial. Existem filmes multi premiados e existem sucessos gigantescos de bilheteria, mas quase não existem filmes com o mesmo poder e apelo de Titanic, que acabou se tornando um dos sinônimos do próprio cinema. Igualou-se ao número recorde de indicações ao Oscar de A Malvada (14 no total), levando pra casa 11 estatuetas e fazendo de James Cameron o diretor comercial mais importante de Hollywood, assim como Leonardo DiCaprio e Kate Winslet dois astros absolutos. Titanic extrapola qualquer definição e até hoje, duas décadas após seu lançamento, nenhum outro filme sequer chegou perto de atingir tamanha proporção e alcance. Dar um Oscar a um filme nunca foi tão óbvio e natural quanto aqui. (Heitor Romero)


Onde os Fracos Não Têm Vez (2007)

Talvez sentindo os primeiros efeitos da crise de 2008, lembrando do World Trade Center, testemunhando as mentiras destruidoras que foram as guerras do Afeganistão e Iraque, vá saber - o fato é que de tempos em tempos a Academia soube se desvencilhar dos habituais dramalhões clichês de época e/ou superação e premiar um filme cru e corajoso que concentra em si o zeitgeist de uma época:  a adaptação dos irmãos Coen do romance de Cormac McCarthy resultou em um neowestern árido e seco não só nas locações escolhidas mas também na alma de seus personagens. Sem trilha sonora e sem abuso plástico, os Coen produziram talvez o mais contido dos vencedores do Oscar, que acompanha um implacável e niilista assassino e seu novo e ambicioso alvo, tudo pelos olhos do velho e melancólico xerife Ed Tom Bell. Onde Os Fracos Não Tem Vez antecipou e influenciou o bom cinema policial atual, onde moral e política se entrelaçam em meio à muita pólvora, sangue e areia. (Bernardo Brum)

Comentários (19)

Matheus Bezerra de Lima | quinta-feira, 08 de Fevereiro de 2018 - 00:03

A Lista de Schindler e A Ponte Do Rio Kwai mereciam estar aqui. Dava para tirar Titanic.

João Vitor G. Barbosa | quinta-feira, 08 de Fevereiro de 2018 - 00:28

Lista difícil de ser feita, mas acho que os títulos foram muito corretos. Fico em dúvidas se Titanic merecia, acho que Los Angeles - Cidade Proibida foi melhor, mas também não daria para ser incluso nos melhores vencedores. A Lista de Schindler merecia muito também.
Ri (de alegria) muito em não ter visto O Retorno do Rei e ninguém ter reivindicado um lugar aqui nos comentários 😏

Rose Maioli | sexta-feira, 09 de Fevereiro de 2018 - 22:41

Gostei muito da lista, mas concordo com as críticas: Titanic não tem a força nem a expressão de Ben Hur.

Edson Palmeiras | domingo, 11 de Fevereiro de 2018 - 17:34

Belíssima íssima matéria. Gostei muito lista. Talvez, a que eu mais concordei até hoje feita no site. haha
Conhecendo os envolvidos que escolheram, não me surpreende a qualidade das escolhas.

Só senti muita falta de Hamlet. Eu colocaria ele no lugar de Farrapo Humano. De resto eu trocaria quase nada.

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