Após um bom tempo ambientando suas tramas em Los Angeles, "Gloria" marca a volta de Cassavetes às ruas de Nova York.
Em termos comerciais, "Gloria" foi o filme mais bem-sucedido da carreira de John Cassavetes. Inicialmente, o cineasta havia escrito o roteiro com a intenção de vendê-lo a algum estúdio. A Columbia Pictures interessou-se e o comprou. Por ironia do destino, acabou escalando justamente Gena Rowlands (esposa de Cassavetes) para o papel principal logo, por conseguinte, ela pediu para que seu marido fosse o diretor.
Optando por enquadramentos menos estáticos e analíticos, foi possível que um público mais diversificado conseguisse acompanhar e digerir o filme. No entanto, mesmo com essa "enxugada", o roteiro mantém a tradição de Cassavetes de dedicar-se bastante aos conflitos relativos ao relacionamento humano. Tal abordagem, muitas vezes é o segredo da capacidade que tem o cineasta de cativar um público fiel.
Não obstante, o êxito de "Gloria" também deveu-se muito à performance de Gena, que encarnou de maneira sóbria e poderosa a personagem-título - uma mulher durona à primeira vista, mas que possui grande sensibilidade. O trabalho da atriz foi reconhecido por público e crítica, com indicações a prêmios como o Oscar e o Globo de Ouro. Além disso, o "Gloria" recebeu o Leão de Ouro de melhor filme em Veneza.
Em 1999, "Gloria" ganhou um remake, com um novo roteiro, assinado por Steve Antin e com direção do respeitável Sidney Lumet. Desta vez, Sharon Stone, que ganhara o Globo de Ouro de melhor atriz em 1995 por "Cassino", seria a protagonista.
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