Esse é de longe um dos filmes mais atuais que já assisti. Uma teledramaturgia da loucura contemporânea. A busca por uma perfeição inalcançável é o grande centro dessa obra magnifica. A coceira compulsiva de Nina nada mais é que a criação, pelo seu inconsciente, de uma imperfeição, um sistema de defesa para que nunca chegue até à total integridade de seu corpo. Era preciso um defeito, mesmo que fosse criado por ela mesma. Cínica, provocante e cruel assim pode ser definida a interpretação de Mila Kunis no papel de Lyly. Essas características são o que fazem a personagem de Natalie Portman escolhe-la como materialização de sua maior inimiga, que era no fundo ela mesma. Mas nada do que eu disse até agora deve ser segredo. A cena de sexo entre ambas personagens já citadas, me pareceu de inicio um pouco incoerente e apelativa, mas depois em uma reflexão mais profunda pude refletir como muitas vezes temos relação de prazer com nossos inimigos, defeitos e conflitos internos. Como gostamos de ficar perto de nossas tentações, o quanto nos é prazeroso sentir o cheiro do cigarro ao lado enquanto não podemos fumar ou ir à uma lanchonete enquanto estamos de regime. Há ali desprezo e agonia, mas há também prazer. O filme também nos mostra como os críticos são preconceituosos e não seriam capazes de dar o braço à torcer e dar uma nota 10 para um filme Hollyudiano com menos de 50 anos. E por ultimo, uma das mortes mais lindas do cinema, mesmo sendo oculta e isso foi de um erotismo sem tamanho.
Críticas
10,0
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