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Críticas

Cineplayers

Aventuras em segundo plano.

7,0

Imortal é a nossa mania de definir limites e dar nome a eles. Colocar a liberdade artística em volta de um cercado, exigir associações para que possamos batizá-la. Se precisamos, portanto, de nomes, o "gênero", dentro do cinema, pode criar fronteiras, exigir fórmulas e, atualmente, acarretar em ótimas jogadas de marketing.

É certo que Doug Liman, diretor de filmes fortemente apoiados em aspectos visuais como Vamos Nessa (Go, 1999), A Identidade Bourne (The Bourne Identity, 2002) e Jumper (idem, 2008) norteou o prólogo de No Limite do Amanhã em fina ironia, o que poderia ser como um tiro no pé. Mas não é. Ele trata de como o cinema pode trazer inépcia através de seus eixos principais como o corte e a dimensão do tempo. É o terreno ideal para o raciocínio que se molda até a metade e se desenvolve ao fim do filme com certa velocidade, justificados por estes "limites".

É um filme que aborda as possibilidades de um novo dia em sua superfície - porém, como exercício, No Limite do Amanhã é somente sobre as formalidades do cinema. Por se tratar de um filme de ciclos, Liman exibe os efeitos do espaço e da elasticidade do tempo que o cinema pode oferecer – em especial nos filmes de ação. No Limite do Amanhã é regido por pilares comuns de um tipo de cinema que passou por mutações e hoje desemboca na ficção. É o cinema do grande herói americano e que a serviço do roteiro clássico exige a presença de uma companheira e um vilão, por mais tortos que eles possam parecer. No caso, o filme de Doug Liman adormece a posição do vilão em pessoa e coloca a maior das vilãs, a morte, como alvo.

Não à toa vemos companheiros de tropa de Cage (Tom Cruise) chamados Griff(ith) e Ford. São meros detalhes como estes que amplificam o formato usado por Doug Liman, afinal D.W. Griffith e John Ford são dois dos mais conhecidos diretores que consolidaram este tipo de raciocínio. Pontos como este, o ataque a França e Rússia pelo exército americano e a certeza em manter o filme no cerne de gêneros que dividem da mesma motivação (novamente, ação e ficção), dão, enfim, limites ao filme, que é baseado na obra All You Need is Kill de Hiroshi Sakurazaka.

Estes limites servem de condução à essência destes gêneros como efeito ao grande público – entreter, iludir e faturar - e ao gene de sua construção, ou seja, a manipulação máxima de todas as possibilidades de gêneros tão livres por essência. Este é o terreno por onde No Limite do Amanhã se desenvolve, sem omitir suas intenções e justamente por isso tem êxito em seu propósito.

Comentários (21)

Gabriel Fagundes | terça-feira, 03 de Junho de 2014 - 13:27

Cara queria arrumar discussão não 😐

Tem vários outros nas minhas lista de superestimados que são 'obras-primas' à muitos olhos, que aos meus, são pequenos ou apenas bons. E Lucas, eu concordo com a técnica e o cuidado do Scorcese para com este filme, embora não concorde com ele.

Lucas Souza | terça-feira, 03 de Junho de 2014 - 14:31

Bem xara, vamos deixar a discussão de lado, afinal o filme aqui é "No Limite do Amanhã" e não Taxi Driver se você não apreciou o filme, paciência...

Alexandre Marcello de Figueiredo | domingo, 30 de Novembro de 2014 - 20:23

A trama é mirabolante demais; o cara morre várias vezes, o que ele já viveu acontece de novo, explosões pra cá, rajadas de metralhadoras pra lá e ação ininterrupta para dar bilheteria.

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