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Críticas

Cineplayers

Ambicioso, mas carregado de falhas.

4,0

Roland Emmerich retorna ao cinemas em mais uma tentativa de acabar com o planeta. O cineasta alemão, que já trouxe o apocalipse à tela grande em filmes como Independence Day e O Dia Depois de Amanhã, parece estar disposto a se tornar referência em termos de cinema-catástrofe. Não à toa este novo 2012 é seu projeto mais ambicioso.

Orçado em cerca de astronômicos 260 milhões de dólares, o filme parte da premissa que o calendário da civilização maia acaba ao final do seu 13º ciclo, exatamente dia 21 de dezembro de 2012. E, se não há nada posterior, o mundo acaba? Pelo menos no cinema de Emmerich e do também roteirista Harald Kloser, se não acaba, fica bem próximo disso.

O filme começa ainda em 2009, quando um cientista indiano (Jimy Mistry) descobre que alterações nas explosões solares esquentariam o núcleo do planeta, provocando uma série de catástrofes naturais. O governo norte-americano logo toma conhecimento do fato, através do geólogo Adrian Helmsley (Chiwetel Ejiofor), e parte para medidas que evitem que a humanidade seja extinta.

Já em 2012, entra em cena o escritor fracassado Jackson Curtis (John Cusack), em viagem com os filhos. Quando acampa em um local que lhe traz recordações de seu extinto casamento com Kate (Amanda Peet), este entra em contato com o paranóico Charlie Frost (Woody Harrelson), que lhe conta suas teorias do fim do mundo. Curtis não dá créditos ao doidão até que passa a sofrer na pele os primeiros sinais do fim do planeta.

E assim o roteiro se constrói em dois âmbitos: na esfera política, com os governantes tentando colocar em prática o plano de escape – que se concentram em enormes arcas, que permitirão que uma amostragem de seres humanos e animais permitam o repovoamento do planeta -, e na esfera humana, com Jackson e família tentando sobreviver ao caos.

2012 é ambicioso, sem dúvida. Sua enorme duração, seus gastos excessivos – a maioria em computação gráfica –, atores do primeiro time de Hollywood e sua história apocalíptica – não esperem muito pela destruição do Rio de Janeiro, ela acontece somente por um monitor de televisão que um dos personagens assiste – deixam claro que este seria o maior projeto da carreira de Emmerich.

Mas as coisas não funcionam como deveriam. O filme muitas vezes é arrastado, principalmente quando se concentra na politicagem do personagem de Oliver Platt, um assessor do presidente norte-americano (Danny Glover) que se torna o antagonista natural; os efeitos visuais são ora magníficos, como a destruição de Los Angeles, ora um fiasco, como a erupção do vulcão em Yellowstone; e os atores, capitaneados por Cusack, não demonstram maior empolgação – Thandie Newton, por exemplo, não faria a menor falta. E o argumento de 2012 não traz maiores reflexões no espectador, algo que O Dia Depois de Amanhã, o filme anterior do diretor, trazia a respeito da preservação do meio ambiente.

E, como não poderia deixar de ser, 2012 ainda traz uma carga enorme de sentimentalismo barato, discursos humanistas e soluções chocantes para sensibilizar o espectador. A sorte é que Nicolas Cage não está no elenco, senão seria realmente o fim do mundo.

Comentários (1)

Cristian Oliveira Bruno | sexta-feira, 22 de Novembro de 2013 - 13:53

Horrível!! Cansativo, sem emoção, chato!! O mundo se despedaçando e você pouco se importa se vai sobrar alguém no final. O que salva são os efeitos. Até vale um 2,5.

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