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Críticas

Cineplayers

Talvez o pior filme que Tony viu na vida, nada se salva nesse lixo atômico.

0,0

Confesso a você, caro leitor, que realmente fiquei com muitas dúvidas na hora de classificar Austin Powers em O Homem do Membro de Ouro em um gênero cinematográfico existente. Na teoria, o filme de Jay Roach (que na bagagem possuía os outros dois "Austin Powers" e a ruim comédia "Meet The Parents") seria enquadrado com uma comédia. Isso na teoria... Na prática, o terceiro filme da série é algo assustador, simplesmente um dos piores (se não o pior) filme que já assisti em minha vida. Seria uma vergonha enquadrá-lo num gênero tão bem desenvolvido assim, o Austin Powers 3 fica mais para um filme de "horror" mesmo, literalmente.

Nunca havia gostado muito da série. Aliás, nos outros dois filmes, poucos eram os quesitos que se salvavam e que me inspiraram a enfrentar o que espero que seja o último filme dessa fatídica trilogia: a trilha sonora e algumas piadas "digeríveis". Entretanto, nem isso salvaram para O Homem do Membro de Ouro. Por falar "nisso", esse é um dos piores títulos para um filme que apareceram nos cinemas nos últimos tempos. Isso mesmo, nem o título do filme se salva.

Escrito por ninguém menos que o próprio Mike Myers, o filme continua com a saga do Dr. Evil. Dessa vez, o sujeito em questão consegue escapar da prisão de segurança máxima e, junto com seu alter ego "Mini-mim", se aliam ao Goldmember. Juntos, traçam planos para dominar o mundo, mas para isso precisariam viajar muito através do tempo e raptar o pai de Austin, Nigel Powers. Austin então começa a perseguir os três através do tempo, mas pára em 1975 e acaba encontrando-se e aliando-se com "Foxxy Cleópatra".

A direção do filme é, bem, tão fraca quanto dos outros dois filmes, mais nesse, principalmente. Tudo parece fugir do controle das mãos do diretor. Todos os seus recursos cinematográficos disponíveis são inviabilizados por um roteiro ridículo e grotesco, piadas de mal gosto (bem aquelas que só norte-americanos conseguem rir mesmo, sem preconceitos), e uma direção de arte para lá de cafona, ultrapassando todos os limites do "brega".

Quanto ao elenco, bem... Mike Myers está mais sem graça do que nunca! Chega a ser impressionantemente patética sua atuação. As risadas que os outros dois filmes provocavam (mesmo que um pouco forçadas) simplesmente desapareceram aqui; até o "engraçadinho" Mini-Mim está terrível também. Seth Green (do engraçado Tá Todo Mundo Louco) está irreconhecível como filho do Dr. Evil, Scott Evil. Seu papel é pequeno e suas falas confusas, muito fraco. Mas talvez o que mais me machuque no meio de tantas fracas atuações e nomes inexpressivos seja ver ninguém menos que Michael Caine (que já fez trabalhos magníficos como seu papel em Regras da Vida) na pele do sem graça Nigel Powers, pai de Austin, o protagonista.

A trilha sonora, que agradara nos dois primeiros filmes (e que chegara a estourar nas rádios com o sucesso de "Beautiful Stranger" da Madonna), volta em péssima forma para mais esta seqüência. O som do filme é muito mal aproveitado, estragando ainda mais o ambiente cafona e já saturado trazidos pelos outros dois filmes. Infelizmente, também não tivemos nem ao menos um "Hit" pop para que pudéssemos digerir o filme com um pouco menos de má vontade.

O melhor conselho que poderia dar a você, caro leitor, é que mantenha distância (absoluta!) deste filme, que é um erro em todos os sentidos. Já é um desafio muito grande conseguir ficar sentado em sua poltrona até o término do mesmo, portanto, se você tiver muita paciência e um senso de humor que engole qualquer coisa, vá em frente, mas ainda assim acho que irá se arrepender. Agora, só resta esperar para que não venham com mais uma seqüência caça-níquel ainda pior que essa, mas acho que isso não acontecerá. Afinal, para ser pior que esse filme, tem que se esforçar muito...

"Oh Yeah Baby !!!" - Faça um bem a você mesmo, passe longe desse filme.

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