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Críticas

Cineplayers

Ação francesa descerebrada vence pelo ritmo frenético e ótimas cenas de ação.

7,0

Após uma estréia na direção razoável com o fraco mas agilíssimo filme de ação 13º Distrito, de 2004, o francês Pierre Morel retorna ao gênero em um trabalho muito superior - e ainda mais ágil e divertido. Trata-se de "Busca Implacável". Contando com um elenco principal quase que inteiramente norte-americano, é a chance de Pierre aparecer para o mundo. O filme ainda não estreiou em terras ianques (isso vai acontecer apenas em 2009), mas se os americanos engolem bobagens muito maiores, Busca Implacável deverá emplacar por lá também. A não ser que a xenofobia do povo americano vença novamente. De qualquer forma, isso é irrelevante agora.

A história é fraquíssima: a filha de Bryan, um ex-espião do governo americano, é sequestrada em Paris para servir como produto para o tráfico de garotas. Dotado de habilidades especialíssimas, que fariam Bourne aplaudir de pé, Bryan terá que revirar metade da capitão francesa, para o desespero de autoridades locais, em busca de pistas que levem-no ao paradeiro de sua filha. O pior: ele tem apenas 96 horas para completar sua missão, depois disso a possibilidade de encontrá-la viva é praticamente nula.

A comparação com Bourne não é gratuita: o ritmo frenético da trilogia de Matt Damon é seguido fielmente pelo roteiro de Luc Besson e Robert Mark Kamen. Uma pista leva à outra e rapidamente à outra e temos assim uma sequência quase ininterrupta de cenas de ação. O roteiro, porém, é fragilíssimo: uma pista é ligada pela outra por detalhes que só filmes de ação descerebrados poderiam nos proporcionar (como o reflexo em uma foto digital). Nesse sentido, Busca Implacável toma o caminho contrário de Bourne, que tinha desenvolvimento muito melhor das situações apresentadas. Por outro lado, até mesmo por ser dirigido por Morel e roteirizado por Besson, ficam claros os objetivos desse trabalho: proporcionar diversão rápida e um alto nível de adrenalina a seus espectadores.

E os dois objetivos acima são alcançados com perfeição: com o fiapo de história e vilões estereotipados ao máximo (e que simplesmente não sabem atirar), o filme só poderia ter uma cotação positiva se conseguisse manter, durante a maior parte de sua duração, o ritmo frenético proposto, o que acabou acontecendo. Nota-se uma fórmula bem óbvia para iscar o espectador: Bryan brinca e joga com seus inimigos de forma que cada oponente morto proporcione um pequeno êxtase em quem assiste. É a típica violência gratuita (perfeitamente discutida pela obra homônima do alemão Michael Haneke) - quanto mais os inimigos se dão mal, mais intenso e excitante é para o espectador.

No final das contas, Busca Implacável é uma sucessão de exageros divertidíssima. Quem gosta de cinema de ação gratuita tem um programa obrigatório aqui. Liam Neeson, com seus 56 anos, está bastante intenso em seu papel - seu ódio é total e seu objetivo é único: ter sua filha de volta. Mesmo com a utilização óbvia de dublês, o ator funciona bem no papel e o fato de não ser o herói jovem dá mais força a ele, diferenciando-o um pouco do mar de filmes do gênero (incluindo Bourne). Um filme tão divertido quanto vazio de conteúdo, porém pelo menos aqui não há tempo para bocejos. Isso o torna bem superior à média de filmes de ação recentes.

Comentários (2)

Cristian Oliveira Bruno | sábado, 23 de Novembro de 2013 - 15:30

Filme muito bom. mais do mesmo, mas com um toque espacial. O herói do filme não é um galã, mas sim um grande ator.

MORENO | segunda-feira, 06 de Julho de 2015 - 08:17

Roteiro clichê de filmes de ação e final prevísivel, mais funciona como entretenimento boa atuação de Liam Neeson.

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