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Closer - Perto Demais

(Closer, 2004)
8,1
Média
1099 votos
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Sua nota

Críticas

Cineplayers

O filme de Mike Nichols consegue ficar na cabeça e não desgrudar.

7,5

"I can't take my eyes off of you". O verso da música "The Blower's Daughter", de Damien Rice, que permeia toda a projeção de "Closer", fica na cabeça e não desgruda. Bom, o filme de Mike Nichols também não. Todos aqueles sentimentos expostos no filme nos fazem pensar, e muito. É impossível não perceber ali o puro retrato de grande parte das relações do mundo contemporâneo. Não é amoral ou apelativo, como muitos acharam, é apenas verdadeiro. Nichols passa longe do falso moralismo e até coloca na boca de Julia Roberts frases que a queridinha da América jamais pensou em declamar.

Jude Law é o charmoso jornalista Dan. Em certo momento, ele conhece a dançarina Alice (Natalie Portman) e ambos se apaixonam e passam a viver juntos. A relação do casal vai bem até quando Dan passa a se sentir atraído pela fotógrafa Anna (Roberts) e quando ele acaba a aproximando do médico Larry (Clive Owen). Anna e Larry também se apaixonam, mas o forte apelo sexual entre os casais propiciará momentos pouco vistos no cinema.

É um filme intenso, mas que não consegue esconder suas fragilidades. O roteiro por vezes parece inacabado, faltando um tratamento melhor, pois algumas seqüências parecem previsíveis demais, outras, forçadas. O casal protagonista também é inadequado: Jude Law interpreta pela milésima vez a si mesmo, e Julia Roberts não consegue fazer outra expressão a não ser aquela manjada cara de choro.

Mas o diretor Nichols, que desde Uma Secretária de Futuro (1988) não realiza um bom filme, mas que realizou um grande trabalho na minissérie Angels in América, feita para a televisão no ano passado, mostra um trabalho como há tempos ele não faz. É seguro, eficiente e sem rebarbas, que se completa em apenas uma hora e quarenta minutos, o que é bastante pouco para um filme considerado "sério". Mas não pense que ele é enfadonho ou coisa do tipo; ele está bem distante desta conceituação. Há inclusive várias cenas de humor escrachado, a mais notável delas é a que mostra o sexo pela internet entre Clive Owen e Jude Law, este último se passando por uma mulher.

Owen, como o médico Larry, é a grande surpresa. Até então inexpressivo em bombas como Rei Arthur, Owen se mostra carismático e extremamente bem à vontade em um papel que parece ter sido feito sob medida para ele. Acabou vencendo o Globo de Ouro de ator coadjuvante pelo papel e uma indicação ao Oscar na mesma categoria. Mas se há alguém mais merecedor de elogios, esta pessoa é Natalie Portman. Ela, que apareceu no mundo do cinema protagonizando ainda garotinha o ótimo e pesado filme O Profissional, cresceu, solidificou sua carreira e atingiu um precoce ápice. É nela que se concentra a alma do filme, o sopro de encantamento e leveza que este precisava. Também ganhou o Globo de Ouro e a indicação ao Oscar de atriz coadjuvante. Portman, até então mais conhecida como a Rainha Amigdala da nova trilogia Star Wars acaba se consagrando como a mais nova jovem integrante do já estrelado céu de Los Angeles.

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