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Críticas

Cineplayers

Uma boa comédia romântica - nada de novo aqui, mas é um filme bem divertido em suas limitações.

6,0

A temporada 2003 de comédias românticas continua com Como Perder um Homem em 10 Dias. Quem curte o gênero deve estar extasiado, afinal já pôde conferir, apenas nos últimos dois meses, entre outros títulos,  Amor à Segunda Vista, Encontro de Amor, Recém-Casados, e por aí vai... Este Como Perder um Homem tenta pelo menos ser original, na medida do possível. Mera tentativa. O filme, que pode ser dividido em três atos, que a seguir serão melhor comentados, é só 1/3 bom: o ato do meio é realmente engraçado, divertido, charmoso e, principalmente, bastante diferenciado do que pode ser encontrado na concorrência. O ato do meio é justamente o que se refere ao título, onde nossa “mocinha” faz de tudo para perder um homem, que por sua vez faz de tudo para tentar deixar a moça apaixonada, em 10 dias.

Então vamos por partes. O ato primeiro é uma bobagem só. Sabe aquela piada velha da loira que tem apenas um neurônio? Pois bem, a primeira parte do filme nos faz duvidar se aquilo é realmente uma piada. Como Perder um Homem começa retratando o universo feminino de um editora de revista feminina. Vocês sabem, aquelas que ensinam, entre outras coisas “úteis”, a escolher a melhor cor do sapato, a como se comportar durante o primeiro encontro... Bem, acho que não preciso mais explicar. A revista tem uma seção que se chama “Como...”, e a responsável por essa seção é a nossa mocinha, a bela Kate Hudson. Ela resolve ter a fantástica idéia de, na seção Como... da próxima revista, criar uma matéria chamada “como perder um homem em 10 dias”, onde tentará viver na pele os erros que as mulheres cometem – sem querer – que acabam afastando de si seus parceiros (ser manhosa demais, falar em paixão muito cedo, essas coisas).

Assim entramos no segundo ato do filme. Essa sim, uma parte realmente merecedora de elogios. Andie (Kate Hudson) acaba escolhendo como cobaia para sua seção “Como...” o publicitário Ben, vivido com toda canastrice possível (e muito bem vivido) por Matthew McConaughey (de Reino de Fogo). Acontece que Matthew também possui sua própria “aventura dos 10 dias”. Se conseguir fazer com que uma mulher, pega aleatoriamente numa festa, se apaixone por ele nesse período de tempo, consegue uma promoção na empresa em que trabalha (os motivos porque isso acontece não importam aqui). Claro, a moça escolhida é Andie. A partir do encontro inicial dos dois, o filme adquire um novo e delicioso ritmo. Engraçado, imprevisível e divertido, os truques que Andie usa, ou pelo menos tenta usar, para afastar Bem, são muito bem bolados, com cenas realmente inspiradas.

Assim chegamos no ato final. É previsível e eu teria gostado se ele não tivesse vindo. Finalmente, os segredos de cada um dos protagonistas são descobertos, e acontece todo o drama da separação e do final que... Bem, você sabe qual é, mas não vou contar mesmo assim. O filme volta a cair no lugar comum de seu início, e acaba terminando em situações totalmente bobas e sem graça. Depois da diversão que o meio do filme proporcionou, o final dele é totalmente anti-climático. Porém, não deixa de agradar às pessoas menos exigentes, pelo seu tom novelístico, e por isso fez o sucesso enorme que fez nas bilheterias (um sucesso imprevisto pelos estúdios, diga-se de passagem).

McConaughey e Kate Hudson têm uma boa química na tela, e ambos formam um ótimo casal para uma comédia romântica. A fotografia, maquiagem e vestuário tornam o casal ainda mais bonito e sensual, abusando dos corpos quase perfeitos de ambos os atores (não me entendam mal, hein!). O diretor Donald Petrie também consegue dar um ritmo bacana ao filme, mesmo com a tonelada de clichês que o assaltam a cada minuto, e faz um filme bastante simpático. Ele já conseguiu isso anteriormente, dentro do gênero, em Miss Simpatia, com Sandra Bullock.

O filme conta também com ótimos atores coadjuvantes, principalmente toda a família de McCounaughey, que é visitada pelo casal, numa das melhores cenas do filme. Outro ponto positivo de Como Perder um Homem são as situações bastante interessantes que o filme proporciona. Apresentando muito bem vários elementos esportivos, o filme torna-se interessante também para os fãs de basquete, que podem conferir os bastidores (mesmo que rapidamente) do Madison Square Garden, em Nova Iorque, afinal, o casal é fanático pelo esporte. Há também um uso muito criativo para o filme Sintonia de Amor, talvez um dos maiores clássicos em comédias românticas de todos os tempos, com Tom Hanks e Meg Ryan. Uma certa cena dentro do cinema onde está passando o filme é muito bem elaborada e também faz parte do rol de melhores cenas de Como Perder um Homem em 10 Dias.

O saldo final desta mais nova comédia romântica importada dos States é, ao contrário de suas concorrentes recentes, positivo. Talvez seja a melhor de toda a nova safra, mesmo assim poderia ser um filme muito maior, quem sabe até um novo clássico do gênero. Mas como 2/3 dele são um show de estereótipos, clichês e situações descerebradas, isso acaba não acontecendo. Vale para descobrir quais são os tais 10 motivos que fariam um homem se encher de uma garota. Por isso o filme é altamente recomendável para as mulheres. Elas podem aprender muito sobre o universo masculino vendo o filme. Se isso acontecer, já podemos comemorar mais este lançamento.

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