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Críticas

Cineplayers

Um filme de roteiro esquisito, que permite várias interpretações de sua história.

6,0

O diretor Thomas Vinterberg ficou conhecido por ter dirigido talvez o melhor filme do projeto Dogma 95. Festa de Família (Festen) era uma ácida visão das relações familiares, com um roteiro recheado de humor negro e demonstrando direção segura dentro dos limites do Dogma, realizou um filme realmente inesquecível.

Com seu novo projeto ele decidiu tomar o rumo contrário do que o Dogma pregava numa produção semi-hollywoodiana, com efeitos e situações fantasiosas. O resultado é um filme que parece muito contido dentro de suas ambições, estranho para o público geral e ao mesmo tempo muito simples para o público mais exigente.

Num futuro próximo estranhos fenômenos varrem o mundo, o colapso do planeta parece refletir nas pessoas que começam a morrer misteriosamente de solidão em Nova York ou simplesmente flutuar para o céu em Uganda, no meio desse absurdo, o escritor vivido por Joaquin Phoenix vai a NY a procura de sua mulher, a patinadora artística vivida por Claire Danes, a fim de fazê-la assinar os papéis de divórcio.

Porém ainda resta alguma chama na paixão do casal mas isso não parece agradar a família da patinadora que têm planos bizarros para com ela. O filme ainda tem uma ponta de Sean Penn como irmão do protagonista.

A trama é uma salada de gêneros, parte ficção, parte conspiração, parte romance, mas nunca chega a ser exatamente envolvente em nenhum deles, eu costumo ter mente aberta para situações surreais e absurdas mesmo assim achei difícil manter o interesse. Vinterberg não parece confortável na direção de um filme mais comercial ainda que esquisito, a trama que parece complicada na verdade é muito direta e se você não se importar com a bagunça de sotaques pode até se envolver com o relacionamento do casal central. Joaquin parece perdido no papel e não me pareceu convincente, Danes encara talvez seu papel mais complicado e se sai melhor, mas gostei muito mais dos coadjuvantes em especial Douglas Henshall que vive o irmão de Claire.

É o tipo de filme que ao rolar dos créditos, a primeira pergunta que vem à nossa cabeça é: "o que o diretor pretendia?" Acho que ele não queria fazer mais nada além de um filme poético, alguns detalhes como o personagem de Sean Penn que tomou uma overdose de remédio pra curar o medo de voar e agora não consegue parar de viajar são muito bons e ele consegue alguns momentos de beleza plástica inegável, mas acaba desperdiçando tudo com um filme cujas intenções nunca chegam a se tornar plenamente realizadas.

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