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Críticas

Cineplayers

Uma comédia que se salva quando vista em família.

6,0

Doze é Demais é mais um daqueles filmes de fim de tarde, feitos para serem assistidos sem maiores compromissos, como se tivessem surgido por acaso. Conta com um enredo simples e personagens não fortemente desenvolvidas - enfim, uma película produzida apenas para um divertimento ocasional.

Tom Baker (Steve Martin) e Kate Baker (Bonnie Hunt) conseguiram uma proeza certamente admirável: ter 12 filhos. A família, apesar de demasiada grande, é feliz e muito brincalhona. Apesar das bagunças eventuais, eles vivem em paz e harmonia, numa pequena cidade chamada Illinois. Tom Baker é um técnico de um time de futebol americano e, após conseguir uma promoção invejável, tem de se mudar para a cidade grande. É claro que toda a família vai junto.

A família é toda apresentada para que o espectador se acostume com a baderna que está por vir. Kate Baker parte para Nova York, afim de promover seu novo livro. Os filhos, obviamente, ficam desesperados, temendo que o pai não dê conta de manter a casa em ordem (temor compartilhado por todos, aliás), mas Kate parte mesmo assim. Chegando lá, ela se depara com uma surpresa desagradável: a viagem não vai durar dois dias, como pensava anteriormente, mas duas semanas. E o filme basicamente é só isso.

Um dos defeitos de Doze é Demais é justamente apresentar tantas personagens. Deste modo, é difícil manter equilibrada a participação dos atores, sendo que nem sempre doze atores podem ser colocados de uma vez só numa cena, de modo construtivo. No final das contas, o que se tem é uma aparição maior de determinadas personagens e, às vezes, o sumiço inexplicável de outras. Os filhos mais velhos certamente são os mais valorizados. Lorraine (Hillary Duff) e Charlie Baker (Tom Welling) aparecem com freqüência e acabam tendo uma história mais desenvolvida, apresentando dilemas e dificuldades tipicamente adolescentes. A outra filha mais velha, Nora (Piper Perabo), já vive separada do resto da família, com Hank (em participação especial de Ashton Kutcher). Quando ela vem apresentar seu namorado, entram os filhos menores, introduzindo a parcela divertida do filme.

Outra personagem que ganha destaque é Mark, vivido por Forrest Landis. Ele também é dos pequenos, mas tem dificuldades de integração com o resto da família. Seu único verdadeiro amigo é um sapo, que vive num aquário dentro de seu quarto velho e isolado. O garoto adorava a cidade onde morava, Illinois, e sente-se revoltado com o fato de terem que se mudar. Em um certo momento do filme, ele tenta fugir de casa e voltar para a cidadela tão querida, o que gera uma outra dose de confusões.

Doze é Demais não é marcado por grandes atuações. Todos os atores parecem adotar um esquema linear de trabalho, sem bons momentos. Não que isso seja um defeito, é claro, pois o filme não exige complexas e elaboradas performances. Aqui vale uma menção a Ashton Kutcher, que, mesmo aparecendo poucas vezes, chama a atenção por segurar bem seu pequeno papel. Steve Martin segue bem no papel de pai esforçado e protetor, mas, às vezes, ele tenta se parecer com Jim Carrey, fazendo caretas não muito condizentes com as situações apresentadas.

O filme aposta em sua maior parte nas piadas visuais, o que o torna mais aprazível para crianças. Não se trata de uma película com muito conteúdo para adultos, mas pode se tornar algo bem mais agradável para uma família reunida. O humor do filme puxa mais para o lado bobão, sem pornografias ou piadas de mau gosto, como tem sido comum no gênero.

A produção técnica de Doze é Demais, bem como o elenco, não se destaca em nenhum aspecto. O conteúdo do filme parece todo preparado e embalado, algo já pronto e pré-moldado. Os cenários são bem comuns, as músicas não são originais, o figurino segue o padrão. Percebe-se claramente que não há uma equipe criativa por detrás do filme, e que a produção seguiu modelos já produzidos.

Doze é Demais é, como dito anteriormente, um filme para ser visto com descompromisso e, de preferência, com amigos ou com a família, pois a diversão há de ser bem maior. A mensagem transmitida é previsível e clichê, e as situações sempre acabam otimamente bem. De qualquer maneira, como diversão ocasional, vai bem.

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