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Críticas

Cineplayers

Um filme de produtor, que erra em muito mais pontos do que acerta.

4,0

Edison – Poder e Corrupção é mais um thriller com Morgan Freeman. O ator, um dos grandes em Hollywood hoje, não é de hoje que amontoa filmes policiais em seu currículo, alguns poucos bons, como Na Teia da Aranha, a maioria muito ruim (A Soma de Todos os Medos, Assassinato em Primeiro Grau). Não é o caso desse Edison que, não sendo marcante (longe disso), também não envergonha.

Na verdade, é Kevin Spacey, grande ator, o melhor em cena. Ele empresta seu discernimento e inteligência para compor o chefe de uma organização totalmente corrompida pela indústria de armamento, a FRAT (Força Tática de Defesa e Ataque), espécie de esquadrão anti-drogas da Swat. Seus componentes são assassinos sanguinários (sutileza e densidade não é a especialidade do filme) e saem matando, forjando provas e apavorando imigrantes ilegais. Um jornalista em início de carreira (Justin Timberlake, com sua eterna barba por fazer) desconfia das armações e tenta convencer o chefe (Freeman) a desenvolver a história. É demitido.

Escrito e dirigido por David Burke, autor de Law & Order, Wiseguy e outras séries, o filme tem as milhares de reviravoltas no roteiro, traições, a indefectível perseguição de carro, mulheres bonitas e seminuas (afinal, é um filme para a platéia masculina). Não tem muita criatividade ou imaginação na feitura, tudo recendendo à televisão. A rigor, trata-se de um filme independente (orçamento de US$ 37 milhões, apesar do elenco estelar) dos mesmos produtores do bastante superior Narc (com Ray Liotta e Jason Patric).

Consta a fofoca que Justin Timberlake teve de dublar suas cenas, pois a voz teria saído muito fina nas filmagens – resolveu o moçoilo depois tomar aulas de canto para engrossar a dita. Não está mal na personagem, pois conseguiu a proeza de ficar uma hora e meia sem por a mão nos genitais, sua marca registrada, o que não é pouca coisa. Não compromete, mas está longe de ajudar.

Em resumo, um filme de produtor. No caso, Randal Emmet, um dos poderosos da Lions Gate (a mesma empresa que enviou 130 mil cópias de dvd para os 6 mil membros da Academia e tanto fez que levou seu Crash - No Limite para o Oscar). Ele conseguiu reunir o elenco, a equipe técnica de qualidade e faz dos diretores seus capachos. Com 30 filmes no currículo, é conhecido por ser uma máquina de produzir (sete filmes por ano). Seu maior sucesso é Crimes em Wonderland, com Val Kilmer e Lisa Kudrow.

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