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Críticas

Cineplayers

Mais uma lástima do cinema nacional: outra apresentadora infantil dando uma de atriz.

0,5

Coitadinhas das crianças brasileiras! Se a indústria de cinema estrangeira produz obras de respaldo como os filmes da série “Harry Potter” ou “Desventuras em Série”, aqui temos que nos contentar com obras como os filmes (!) da Xuxa, Angélica e similares. Mesmo que às vezes surjam coisas boas, como “Castelo Rá-Tim-Bum”, mas esses casos são sempre isolados. E a apresentadora Eliana é a mais nova a ter seu próprio filme. Parece que no Brasil ver seu rosto estampado em algum filme é sinônimo de status e poder, mesmo para aqueles que passam longe de serem considerados atores. Basta ver produções de ídolos brazucas como Sandy & Júnior, Casseta & Planeta, Zezé di Camargo & Luciano (em breve), Padre Marcelo Rossi... As perguntas que ficam no ar são: Onde vamos parar? Que raio de cinema nacional é esse?

Cinema não é propaganda pessoal. Não é veículo de autopromoção. É diversão para massa – mas essa quer qualidade! Pagamos e exigimos por isso. O nosso cinema, tão caquético, que já foi destruído e ressuscitado, capaz de produzir obras de extrema qualidade como “Cidade de Deus” e “O Homem que Copiava”, não pode se curvar ao luxo de egos inflados e produtores de tevê querendo lucrar sobre seus astros. Mas enquanto as mentalidades dos realizadores e de público não mudam, continuamos a aturar esses sub-produtos.

A tal da Eliana, ex-cantora de um grupinho brega e pseudo-sensual (“Banana Split”, lembram?), que depois se descobriu apresentadora infantil decidiu também participar do oba-oba que virou nosso cinema e partiu em busca de sua empreitada. Obviamente tinha coisas mais importantes na cabeça que o roteiro, a direção (que ficou a cargo de Eliana Fonseca, em seu segundo filme – aqui ela também é atriz e co-roteirista), a parte técnica. Mas para que tudo isso importa? O negócio é faturar, mesmo que em cima das pobres crianças e de seus infelizes pais.

A sub-apresentadora (top de linha ela não é, façam-me o favor), apaixonada por golfinhos (!), decidiu que seu filme enfocava nesses bichinhos. Fez-se um rascunho de roteiro e resolveram filmá-lo, até que surgiu um problema – é proibido filmar com esses animais no Brasil. Fizeram uma parceria com os mexicanos e lá se foi a equipe técnica filmar em Cancun. O que criou uma grande polêmica, já que a ação do filme se passa nessa cidade, mas todo mundo fala português. É uma grande besteira, já que os americanos, por exemplo, jamais se importaram em fazer filmes passados em outros países usando o inglês. E acabaram implicando com a pobre Eliana.

Essa polêmica toda poderia ser evitada se colocassem a ação no Brasil mesmo que não faria a menor diferença, já que a ação se desenvolve dentro de um parque aquático e de um edifício.

Quanto ao roteiro, parece ter sido feito por um iniciante: garotinho escreve uma redação para o programa da Eliana (não é mentira, Eliana no filme é ela mesma – mas para isso recebeu aulas de interpretação por 4 meses!) e acaba vencendo um concurso, cujo prêmio é uma viagem até o México conhecer um parque aquático de golfinhos durante a gravação de um programa da apresentadora. Chegando lá, o moleque se envolve em uma trama diabólica (oh!) de um cara malvadão (oh!) que quer matar os golfinhos, substituindo-os por tubarões (impossível conter as gargalhadas)... O menino vai contar com a ajuda de Eliana (que fotografa muito, mas muito mal), de um biólogo do parque (Daniel Del Sarto, que está ali só para virar par romântico brega e para mostrar as coxas) e um crânio translúcido falante (sem comentários).

É drama, comédia, aventura, surpresa, musical (tem Rouge, tem Rouge...). Peraí, como assim não é filme da Xuxa?

Comentários (1)

Jackie | domingo, 03 de Outubro de 2021 - 19:44

Essa crítica é MARAVILHOSA kkkkkkkkkk

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