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Críticas

Cineplayers

Uma inevitável seqüência que abusa de piadas já utilizadas antes, mas que consegue levar a história à frente.

6,0

Entrando Numa Fria é uma das melhores comédias dos anos 2000. A partir da simples premissa de um homem normal conhecer os futuros sogros, hilariantes cenas são criadas através de situações constrangedoras - sem apelar ao sexo, o que é ótimo. Anos depois, chega aos cinemas Entrando Numa Fria Maior Ainda, uma inevitável continuação após o sucesso do trabalho original. Mesmo que não seja uma para lá de necessária, se preocupa em continuar contando a história de Greg (Ben Stiller) e Pam (Teri Polo), noivos e prestes a se casar.

Para completar o ciclo de confiança criado por Jack (De Niro) e, assim, o casamento poder se realizar, só falta apenas uma coisa: os Byrnes conhecerem os Fockers. A família Byrnes entra então em seu mega trailer blindado e parte para a estrada, até a casa dos Fockers, onde todas as confusões irão desenrolar e será finalmente decidido se Greg e Pam irão se unir ou não. Os pais de Greg são interpretados por dois gigantes das telas: Dustin Hoffman é o pai, Bernie, advogado totalmente dedicado à família e que tem ótima relação com sua mulher, a terapeuta sexual da terceira idade Roz. Ela é interpretada por Barbara Streisend, retornando as telas após oito anos de reclusão, à pedido do próprio Stiller. A química entre os dois é ótima, e a naturalidade com que assuntos constrangedores são tratados pelos dois é o melhor de tudo.

Outro novo personagem é o bebê, neto de Jack, que é fanático por ensiná-lo coisas avançadas para sua idade, como se comunicar gestualmente com os adultos. Ele é o responsável por algumas das cenas mais engraçadas do filme, mas acaba desgastado pela constante repetição de piadas já não tão originais assim. Um pequeno cachorro da família Focker, viciado em sexo e implicante com o gato, também adiciona bastante no sentido cômico do trabalho, por ter algumas passagens hilárias, lembrando os bons momentos do primeiro filme. A seqüência do Einstein, por exemplo, está entre as minhas preferidas. Ben Stiller, Teri Polo, Robert De Niro, Blythe Danner e Owen Wilson reprisam seus papéis, com este último fazendo apenas uma pequena participação ao final da história.

O filme foca suas piadas na diferença gritante entre o estilo de vida das duas famílias. Enquanto os Fockers vivem de forma bastante liberal e de idéias abertas, Jack se mostra fechado e não aprova o modo de vida dos Fockers. O primeiro filme prima por trazer situações realmente criativas e, ao mesmo tempo, constrangedoramente engraçadas para os personagens, algo que não se repete nesta continuação. Aqui a história segue mais em frente, apenas uma vez ou outra os personagens se encontrarão em uma situação comprometedora. Não que não haja cenas engraçadas, apenas elas estão em um número muito inferior do que antes. E, mesmo assim, não deixam de ser apenas mais do mesmo de tudo.

Há também uma desnecessária preocupação em passar uma mensagem, o que deixa o filme cair no clichê da aceitação das diferenças entre o modo de vida das pessoas. Questões como passado de relacionamentos, preconceito com relação à profissões e nostalgia também são retratados, mas de forma bem humorada e, se levados a sério, não adicionarão em nada na sua vida. Um problema no sentido do filme é que, por muitas vezes, ele puxa várias informações do primeiro filme. Isso acontece apenas quando a trama necessita de algo do tipo, ignorando completamente algumas outras passagens que construíram os personagens.

Se Entrando Numa Fria Maior Ainda não vai mudar sua vida, pelo menos é bonitinho para uma agradável tarde no cinema. Não é hilariante como o primeiro, mas adiciona alguns elementos novos aos personagens, brinca com suas características e não precisa apelar para nada disso. Tem muitos defeitos, como por exemplo reciclar diversas piadas, mas como não se leva a sério, dá para assistir na boa. Vale pelo talento de sobra do elenco, nada mais.

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