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Críticas

Cineplayers

Muito merchandising e raras piadas engraçadas: mais um besteirol descartável.

1,0

Os diretores de Uma Comédia Nada Romântica, Deu a Louca em Hollywood e Super-Heróis – A Liga da Injustiça atacaram o bom gosto mais uma vez com Espartalhões. Esses filmes, paródias de sucessos de bilheterias dos cinemas norte-americanos, começaram com o divertido Apertem o Cinto... O Piloto Sumiu! em 1980 e tiveram novo fôlego no início da década de 2000 com Todo Mundo em Pânico. Era dinheiro fácil: piadas óbvias (escritores baratos) e elenco desconhecido (atores baratos), o que acarretava em lucros grandiosos. Se no início era uma “avacalhação” organizada (e eventualmente divertida), isso perdeu-se com o tempo. Todos os filmes citados na primeira frase desta crítica são exemplos de desastres cinematográficos.

O engraçado é que certamente Jason Friedberg e Aaron Seltzer, os diretores desses filmes, não estão nem aí para as críticas. Eles certamente conhecem suas limitações como cineastas e são à prova de xingamentos.  A cada filme deles (lançada a um intervalo cada vez menor de tempo) a qualidade continua a cair. Chegamos então à paródia do sucesso “300”, de 2007. Filme propício para esse tipo de “homenagem”, visto que é um prato cheio de estereótipos e frases de efeito, ele próprio é praticamente uma paródia do gênero ação, com suas câmeras lentas exageradas e frases risíveis. Mesmo nesse cenário, Friedberg e Seltzer conseguiram a proeza de conseguir criar um filme de aproximadamente 80 minutos sem a menor graça, provando mais uma vez sua total falta de talento.

Contando com excesso de merchandising – muito mais do que o habitual – a pior característica de “Espartalhões” (quase engraçado título brasileiro para o original “Meet the Spartans”) são as toneladas de referências à cultura pop norte-americana, com as quais apenas os brasileiros com acesso à TV a cabo têm contato. Essas referências tiram muito da força do filme pois, ao contrário dos besteiróis anteriores, este torna-se um produto quase que totalmente voltado ao público norte-americano. No final das contas, cenas parodiando 300 se misturam a aparições de ídolos/programas como Britney Spears, American Idol, Tom Cruise e até mesmo a versão estadunidense de Betty, A Feia.

Apesar de Sean Maguire interpretar aqui um Leônidas muito fiel ao original de Gerard Butler (caricato ao extremo), quem mais vale destacar é Carmen Electra, atriz que faz aparições constantes nessas paródias quase sempre como convidada especial. Aqui ela tem um papel maior, e o aproveita muito bem para mostrar, mais do que nunca, seus dotes físicos – os marmanjos ficarão fascinados com seu corpo escultural. É o que ela tem a oferecer, afinal, e no meio de tanta bobagem sem graça, esse é um dos fatos que menos atrapalham. O pior de Espartalhões mesmo é que quase todas as piadas simplesmente falham – por serem referências vazias para nós, brasileiros; por serem simplesmente óbvias ao extremo; ou ainda por serem mal escritas mesmo. As duas ou três risadas de canto-de-boca que acontecem durante toda a projeção, portanto, não são suficientes para salvar mais um besteirol desprezível.

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