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Críticas

Cineplayers

Um pequeno gigante.

8,0

Vou ser 100% sincero com vocês: adoro os filmes da Marvel, mas nenhum chegou a arranhar o status que Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, 2008) alcançou. Os dois primeiros ‘Homem de Ferro’ são bacanas, mas mais pelo carisma de Downey Jr. do que pelos filmes em si; os dois ‘Capitão América’ vieram numa crescente que deixam o terceiro, baseado na Guerra Civil, banhado de boas expectativas; Hulk teve altos e baixos porque o personagem foi um dos poucos que não conseguiu se firmar; Thor é quase um mundo a parte e Os Vingadores vale pela galhofa, bagunça do cacete. Coube aos filmes menos conhecidos, Os Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014) e agora este Homem-Formiga (Ant-Man, 2015), manter os heróis em evidência, mas acabaram fazendo mais do que isso e são, até aqui, os melhores representantes Marvel no cinema.

É bem verdade que a fórmula de Homem-Formiga não o difere tanto de seus irmãos mais famosos, especialmente na narrativa. Começamos em 1989, quando o Dr. Hank Pym (Douglas) está saindo da empresa onde é renomado por achar que a tecnologia que inventou (e esconde ter feito isso) poderia ser perigosa demais para a humanidade. Pulamos para 2015, onde seu pupilo está perto de descobrir o mesmo método e Hank, disposto a impedir, treina Scott Lang (Rudd) para ser o Homem-Formiga, um cara que vestirá uma roupa capaz de deixá-lo pequeno o suficiente para passar despercebido pelas pessoas no geral, mas com a força de um homem de 90kg para executar suas ações.

Claro que é um mérito do filme narrar a origem do herói desde o começo pacientemente, afinal, é uma história a se contar, e isso é feito de maneira eficiente e não sentimos que algo foi atropelado. Entendemos as motivações de cada personagem na hora certa e sem pressa. Agora, o maior acerto de Homem-Formiga é, sem nenhuma sombra de dúvida, assumir-se como um filme de comédia de vez, com pitadas de ação ao invés do inverso. Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, 2013) já havia tentado a empreitada, mas falhou pelo excesso justamente por não ter uma história boa (até hoje não aceito aquela reviravolta; sabe-se lá como diabos a Marvel aprovou aquilo), o que não é o caso aqui. Filmes debut são mais fáceis nesse sentido, é justo dizer, mas há de se mencionar que a comédia funciona de maneira muito natural e eficiente do começo ao fim de Homem-Formiga e isso nos aproxima de um personagem até então desconhecido do grande público.

Acontece que é um filme de comédia de luxo, milionário, com bons atores (os amigos de Lang, especialmente, são sensacionalmente engraçados), de trilha sonora excepcional, com boa técnica e efeitos impressionantes (ok, devo confessar que amei o 3D, principalmente por trabalhar perspectivas), então acabamos relevando todo o clichê na construção dos personagens e nos diálogos rasos e previsíveis. A ação, quando acionada, não deixa barato e aproveita bem os recursos que um personagem daquele tamanho oferece, principalmente na sua habilidade de encolher / reerguer em pleno combate. Você verá isso tudo acontecer de maneira compreensível e crível, dentro do universo diegético criado pelo longa. É legal quando um filme explora todas as possibilidades que seu tema oferece, ao contrário dos outros de herói já citados, que se escoram no nome ao invés de criar um mundo fascinante para quem está assistindo. Não é a toa que os dois melhores são justamente os que melhor exploram essas possibilidades.

Serei honesto mais uma vez: funcionando em tela, não importa todo o resto. E Homem-Formiga funciona muito bem. Não sei se é fiel ou não, mas deixei a frescura e a desconfiança de lado, sentei na cadeira, comi pipoca e vi um dos melhores trabalhos da Marvel, que não se leva a sério e nos faz o respeitá-lo muito mais por isso. É um filme sem frescura, calculado do início ao fim para ser um entretenimento direto, que faz suas ligações com a franquia Vingadores para, obviamente, reciclar um elenco que estava ficando caro demais. Que esses novos Vingadores façam jus, porque começar melhor do que os de mais nome, isso eles começaram.

Ps: Há duas cenas extras, uma durante os créditos e outra, menor porém mais importante, depois.

Comentários (6)

Robson Nakazato | quarta-feira, 22 de Julho de 2015 - 10:27

É um bom filme, simples e menor da Marvel. Paul Rudd tá excelente no herói e Michael Douglas é o melhor personagem cérebro dos coadjuvantes de todo universo marveliano chutando inclusive Stellan Skarsgård (Professor Erik Selvig).

Mas segundo um crítico havia dito "se Kevin Feige (produtor e chefão do studio) continuar abusar desta fórmula feita pelo Máquina Mortífera fazendo filmes esquecíveis só para gerar trailers e cenas pós-créditos o público vai chegar a dizer CHEGA!!!". Marvel que se cuide da DC ano que vem...

PS:falando em Máquina Mortífera, seu criador Shane Black acabaria fazendo um filme do studio que usufrui desta fórmula criada por ele mesmo.

Marcus Almeida | quarta-feira, 22 de Julho de 2015 - 22:42

Filmaço, bem melhor do que eu imaginei. Mas é incrível como o MCU dificilmente dá uma dentro em matéria de vilões.

Davi de Almeida Rezende | quarta-feira, 29 de Julho de 2015 - 01:30

Esse filme é como dar milho pros pássaros.
Distração de baixa qualidade.
O cinema é muito maior que essas bobagens.

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