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Críticas

Cineplayers

Um filme que parece ter ficado mal-acabado. Vale pelas cenas em que Allen está na frente das câmeras.

6,0

Infelizmente os filmes do Woody Allen vêm chegando com um ano de atraso no Brasil. E, o que é pior, este novo "Igual a Tudo Na Vida" é igual a tudo o que você já viu nos trabalhos anteriores de Allen, só que com menos inspiração. Não que não valha a pena dar uma espiada, mas está longe dos trabalhos memoráveis do mestre e até mesmo dos mais recentes.

Nesta comédia romântica que abriu o Festival de Veneza do ano passado, a persona de Allen, que já pertenceu a John Cusack e a Kenneth Branagh em filmes anteriores, está encarnada por Jason Biggs, que na história é Jerry Falk, um roteirista em começo de carreira que está convivendo com uma série de problemas: sua esposa Amanda (Christina Ricci) não faz sexo com ele há mais de seis meses; seu agente (o sempre insuportável Danny DeVito) mostra-se incapaz de conseguir trabalhos melhores; e sua sogra Paula (Stockard Channing) mudou-se para sua casa provisoriamente e não consegue deixá-lo trabalhar. A vida de Jerry só muda quando ele conhece David Dobel (o próprio Allen), um experiente roteirista que passa a aconselhá-lo, tornando-se um grande amigo - só que Dobel.

Há a impressão que o filme ficou mal acabado, mal finalizado, como se o roteiro não tivesse o tratamento adequado. Essa impressão se reforça com a escolha de protagonistas jovens, já que alguns diálogos deixam claro que aquelas falas deveriam estar sendo proferidas por atores mais velhos. E Jason Biggs, que até então só tinha feito coisas do tipo "American Pie", não tem o cacife nem idade suficiente para interpretar personagem tão complexo. Já Christina Ricci esbanja naturalidade (ela já é uma veterana à frente das câmeras; lembram dela em "A Família Addams"?) e, pasmem, sensualidade, em uma personagem nada inocente.

Mas os momentos mais inspirados são aqueles em que o mestre está à frente das câmeras. São os momentos mais engraçados e divertidos; há uma cena antológica de humor físico, quando Dobel quebra os vidros de um carro como se fosse um adolescente em revanche. Allen, ainda, é sinônimo de riso. E o filme ainda nos reserva um bônus: ver e ouvir Diana Krall cantando em uma cena!

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