Mesmo com a “fake news” do título brasileiro, filme de zumbis lançado durante a pandemia da Covid-19 tem suas qualidades
Isolado na Pandemia não tem absolutamente nada a ver com a Covid-19. A distribuição brasileira da obra foi bem perspicaz e trouxe um filme de zumbis super tradicional e, para tentar chamar mais a atenção do que chamaria simplesmente lançando o título por aqui de qualquer jeito, executou esse movimento de marketing aproveitador. Dito isso, há sim uma pandemia acontecendo e ela faz com que as pessoas infectadas queiram atacar as pessoas sãs, e é basicamente isso. Nada é explicado em detalhes, é tudo visto sob a perspectiva de uma uma pessoa comum, o protagonista Aidan, que acorda certa manhã e vê o mundo sob o caos completo, devendo se trancafiar em seu apartamento sozinho, longe de seus amigos e de sua família.
E, de forma geral, e só isso aí mesmo. A estrutura narrativa é super básica e os conflitos são bem previsíveis. Quando as ideias com Aidan, trancado em seu apartamento, cessam, o roteiro joga uma vizinha que, aparentemente, está passando pelas mesmas dificuldades para conseguir sobreviver, e com isso tenta trazer novo fôlego e ritmo ao filme. E os dois se juntarão e batalharão juntos, quiçá formarão um casal e um colocará o outro em risco por motivos fúteis – ou pela simples tentativa de entreter o espectador.
O filme não tem os discursos sociais das obras de George Romero, o aspecto aterrorizante da obra de Lucio Fulci ou mesmo a sofisticação e efeitos especiais de última geração de um Guerra Mundial Z. E não há problema com isso, ele utiliza-se de seus recursos bastante limitados para traçar uma história de sobrevivência intimista, o que, convenhamos, em teoria, pode ser muito mais interessante do que as peripécias de um blockbuster milionário. Mas há uma super-simplicação dos conflitos – eles acabam ficando no campo do seguro, sem textos especialmente bons e cenas de tensão com os zumbis que soam, no máximo, forçadas. Até um coadjuvante de luxo que aparece lá pelas tantas ajuda, mas também não salva o conjunto todo.
No final das contas, podemos ignorar a ação “espertinha” do marketing em tentar promover a obra, e mesmo assim sobra no máximo um filme para consumo rápido, que funciona muito bem (ou, pelo menos, melhor) no formato de streaming – dificilmente uma obra com essas pretensões e qualidades se pagaria na tela grande. É isso, ou então esperar pelo contrário fica por conta do espectador.
Essa foto do título é do filme? Acho que não hein, kkkk.
Você tá certo Yves, vamos ajustar logo.
Lembrei. Esse filme é de um outro Alone, onde uma mulher acaba sendo sequestrada por um maníaco.
Troquei a foto, valeu pelo toque, Yves. Eu não tinha visto o filme e tem um outro Alone de 2020, rs. Foi muito azar hahaha.
Filme c*!