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Críticas

Cineplayers

Bem manjada, comédia romântica só não é um desastre porque tem vários momentos realmente engraçados.

5,0

Licença para Casar é mais um veículo de publicidade para Mandy Moore do que uma comédia romântica a ser levada a sério. A atriz, irritantemente fofa neste novo trabalho, vem tomando de assalto o gênero em Hollywood desde que se fez razoável sucesso com o insosso Um Amor para Recordar. O problema é que, para cada clichê daquele filme, há um milhão de fãs que o apóia. Sendo assim, decidiram que Moore, que na realidade é cantora, deveria ser uma espécie de xodó adolescente e, entre uma e outra aparição apelativa em público, faz uma comédia romântica. A última havia sido Minha Mãe Quer que Eu Case. Agora chegou a vez de falar de Licença para Casar.

É um filme bonitinho, agradável, Robin Williams como clérigo tem bastante espaço para improvisar com suas piadinhas, mas não chega a apresentar nada de novo e nem sequer é especialmente engraçado.  Krasinski, o par romântico de Murphy, não tem lá muito carisma e atitude, e talvez foi por isso que foi selecionado para o papel. A produção não quis nenhum príncipe encantado, e sim alguém com aparência mais normal com quem o público pudesse se identificar. Moore, como sempre, está canastrona e acha que só sua beleza maquiada já é capaz de tornar tudo o que toca um sucesso. Seus sorrisos falsos e seu rosto de coitada simplesmente não convencem.

O roteiro é absolutamente previsível, como já era de se prever. Há a manjada linha do tempo – felicidade, drama e final feliz. Tudo bem mastigado e excepcionalmente bem fotografado, para dar uma impressão maior do que realmente é. O diretor Ken Kwapis não é bobo e sabe o que o seu público-alvo gosta de ver. Fez o igualmente insosso Quatro Amigas e um Jeans Viajante e pode-se dizer que já tem experiência no gênero mesmo com poucos filmes na bagagem. Em seu próximo filme (He’s Just Not That Into You) vai dirigir Scarlett Johansson, no que parece que será novamente mais do mesmo.

Agora, não dá pra negar que está tudo bem montadinho. O filme tem algumas piadas muito interessantes, funcionando melhor como comédia do que como romance. Toda a parte dos bebês-robôs, mostrada exaustivamente no trailer, é simplesmente divertidíssima, com momentos hilários e sacadas interessantes, que conseguem ser mais engraçadas do que todas as piadas de Robin Williams somadas.  É um bom filme para se ver em casais que estão na mesma fase dos protagonistas (e com certeza o estúdio almejou esse público), ou seja, noivos em preparação para o casamento ou recém-casados. Não tem força para mudar a opinião de ninguém com relação ao assunto, mas traz algumas discussões interessantes sobre a futilidade que o casamento é nos dias atuais. O jeito, então, é rir para não chorar.

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