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Críticas

Cineplayers

Binoche brilha em filme que foge do lugar comum.

7,0

Qual o pecado em abrir e fechar um filme com brilho e impacto? Nenhum, diriam todos. Mas ao quebrar nossa expectativa com um miolo prosaico e linear (mesmo que positivo), o diretor Erik Poppe tira do seu filme sua aura explosiva (perdoem o infame trocadilho) e situa seu filme numa região regular, quase repetida.

Vemos aqui a família da fotógrafa de guerra vivida por Juliette Binoche já bem desestruturada depois que ela sobrevive a mais um ataque por homem bomba no Oriente Médio. Experiente, ela acorda e vê sua família em frangalhos, marido e filhas destroçados pelas infinitas possibilidades diárias de perdê-la. Nesse momento, ela decide parar e retomar a relação que ela já nem lembra mais como é. Mas talvez seja mesmo já tarde demais para resgatar qualquer coisa, diante do quadro de descrédito e desesperança que uma guerra (ou várias) podem provocar até em quem está bem longe, mas que ainda assim pode ser surrupiado em seus sonhos.

Não há o que dizer da delicadeza de Binoche, do seu comprometimento para com a personagem, essa é daquelas atrizes cuja capacidade já ultrapassou todas as barreiras mas que não cansam de demonstrar sempre mais cuidado e sentimento a qualquer produção. As cenas citadas acima, de abertura e desfecho, tem impacto dobrado graças à sua bravura. Ao diretor Poppe cabia apenas tirar o recheio do lugar comum que assola dramas familiares recentes. Com Binoche em cena, ao menos um lado está defendido.

Comentários (1)

Paula Lucatelli | quinta-feira, 25 de Setembro de 2014 - 09:43

Filme excelente! Binoche, mais uma vez, brilha; roteiro bem escrito e fotografia espetacular!!

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