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Críticas

Cineplayers

Drama musical irregular, porém honesto em seu discurso sobre as dificuldades e desafios da indústria.

6,0
Se você é um DJ, tudo o que precisa é de um laptop, talento e música”. Assim diz Cole, protagonista de Músicas, Amigos e Festa na exata abertura do filme, dando uma leve pista falsa do que está por vir. Firmado sobre a fórmula básica das produções Hollywoodianas sobre fracasso e sucesso (superação, resumindo em uma única palavra), o filme do estreante Max Joseph é mais uma ode à música e ao significado da frase “viver e curtir”, utilizando o cotidiano da vida de um DJ como pontapé para falar sobre o caminho da ascensão e seus percalços.

Nada muito novo, obviamente, e o próprio Joseph, com seu roteiro simplista e até mesmo formulaico, passa longe de ir em busca de alguma originalidade em meio ao tema. Assim como os próprios remixes que vemos sendo elaborados ao longo da projeção, o longa é mais uma forma de experimentação para o próprio diretor, e dá-lhe letreiros, direção frenética e alguns truques técnicos que dão ao filme o ar descolado necessário. Tudo bem típico de um autor com certa visão, mas ainda tímido em explorar a mesma.

Durante a jornada de ascensão de Cole (Zac Efron, bastante convincente) com o auxílio de seu amigo James (Wes Bentley), que conhece os caminhos necessários para se alcançar o sucesso, diversas tramas vão tentando se alinhar à narrativa do longa, como a camaradagem de Cole com seus três amigos, com os quais abraça uma vida alternativa, distante das faculdades e que buscam seu sustento promovendo festas e, sem muita surpresa, vendendo drogas. Obrigados a irem atrás de um emprego concreto e que lhes dê melhor segurança financeira, os amigos acabam indo trabalhar em um escritório imobiliário, e como a cereja do bolo, Cole começa a se apaixonar por Sophie (Emily Ratajkowski, lindíssima), namorada de seu amigo que está lhe ajudando a alcançar o sucesso com as realidades festivas.

Como se vê, o roteiro do próprio Max Joseph atira para diversos lados, assemelhando seus plots a algo digno de folhetim. E este seria o menor dos problemas, se o próprio não demonstrasse tanta imaturidade em dar consistência e um desenvolvimento coerente a tantas subtramas. A própria relação de Cole com seus amigos, por exemplo, jamais é explorada de alguma forma que nos possa permitir criar algum vínculo com aquele grupo, o que certamente diminui o impacto de um acontecimento fatídico que acontece na vida dos mesmos. E consequentemente, o trabalho indesejado dos amigos dentro do escritório soa como um foco pra lá de desnecessário, já que não acrescenta absolutamente nada à narrativa e apenas serve como desculpa para uma cena pós-créditos cuja única função é fazer com que o espectador termine a sessão com algum sorriso no rosto. 

É quando Músicas, Amigos e Festas foca no envolvimento com a musicalidade que o filme realmente acontece. É possível sentir a mão apaixonada do diretor nestas sequências, onde os truques de câmera e até mesmo alguns efeitos visuais (a brincadeira animada em uma house party é pra lá de divertida) funcionam como ótimos catalisadores para que o espectador mergulhe no poder alucinógeno das melodias eletrônicas e experimentais dos personagens. Em meio a todo esse processo, o filme é eficiente ao deixar claro que ser DJ não se resume a criar uma seleção de músicas, mexer em alguns botões e ficar por aí, mas sim que a profissão também possui seus próprios caminhos espinhosos e que o sucesso no mercado depende da capacidade do profissional em se arriscar. Obviamente que nada chega a ser tão aprofundado, mas a mensagem é transmitida com clareza, em especial na empolgante sequência final.

E se Música, Amigos e Festas não insere nada de inovador à temática musical, ao menos se demonstra válido ao abordar um lado pouco visto da indústria musical no cinema, utilizando vários de seus clichês com bastante honestidade para contar uma história que, no mínimo, irá cativar os amantes da música moderna.

Comentários (10)

Marcelo Queiroz | quarta-feira, 13 de Janeiro de 2016 - 23:13

Eu já achei o título bem hetero.

Alexandre Guimarães | quinta-feira, 14 de Janeiro de 2016 - 09:52

Tu é sub-18. Se fosse hétero seria forró, mulheres e danone.

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