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Críticas

Cineplayers

Filme bobo e até mesmo despretensioso, ainda assim uma diversão razoável para a época natalina.

5,0

Um Natal Muito, Muito Louco é o filme natalino da temporada, juntamente com O Expresso Polar, a diferença é que aqui o público-alvo é mais maduro. Comédia leve, descontraída, sem pretensão nenhuma, mas que ainda assim poderia ser muito melhor. Vale como passatempo de férias e no futuro vai fazer bastante sucesso nas matinês da televisão aberta. Esse não é o objetivo, afinal!? A direção é de Joe Roth, responsável pelo fracasso (crítico) Os Queridinhos da América. O roteiro é de Chris Columbus... sim, o diretor de Esqueceram de Mim (os dois primeiros) e também dois dois primeiros Harry Potter. Ou seja, filmes natalinos para a família são com esse sujeito.

Em Um Natal Muito, Muito Louco (ignoremos o nome estapafúrdio que a distribuidora nacional deu ao filme, chamarei ele daqui pra frente de “Kranks”) a família Kranks, pela primeira vez sem a filha que foi para uma viagem para longe, resolveu poupar-se das despesas de Natal e decidiu utilizar esse dinheiro para ir à praia. Mas não vai ser tão simples assim: residente em uma vizinhança extremamente conservadora com as tradições natalinas, eles vão sofrer um bocado por tomarem tal decisão, principalmente com seu vizinho mascarado interpretado por Dan Aykroyd (o caça-fantasma). O filme de certa forma é uma sátira ao comportamento do americano média durante as festas natalinas: gostam de enfeitar e de celebrar gastando muito dinheiro e qualquer coisa que fuja desse comportamento é considerada "esquisita", tal como os Kranks nesse Natal.

É um filme bobinho de situações previsíveis. No final tenta inserir em seu contexto drama para tornar-se mais “relevante” e memorável e pode fazer com que os mais “coração-mole” se derretam em lágrimas. Mas não se engane: a mensagem é rasa e óbvia, e o filme é uma comédia sempre em primeiro lugar, como não poderia deixar de ser com o elenco e equipe de produção que possui. Tim Allen é um grande ator para comédia, embora não tenha um jeito espalhafatoso, então por isso talvez não seja incrivelmente popular. Seu humor é mais adulto e menos visual, até mais “tímido”. Jamie Lee Curtis também conseguiu sobreviver depois de aparecer em Halloween meio que aos trancos, e a comédia sempre foi um bom escape para a atriz, que tem bom timing cômico e entende razoavelmente o gênero.

O humor é, no geral, sobretudo visual, embora alguns diálogos que tentam ser inteligentes passem de vez em quando para o espectador mais atento. O filme conta com um número enorme de personagens, desde um ladrão de jóias até uma dupla de policiais preguiçosos. Todos eles reúnem-se no final para festejar o Natal como uma grande festa de alegria e felicidade, do jeitão que o cinema americano gosta de mostrar – e do jeitão que é mais rentável mostrar: mesmo não sendo nenhum filme arrasa-quarteirões, Kranks vai se pagar e render bem em DVD quando for lançado no formato daqui a um ano.

Kranks não é melhor nem pior que os últimos filmes natalinos, como Elf (o ótimo O Grinch é uma exceção) ou mesmo Esqueceram de Mim (sim, os filmes envelheceram mal e hoje servem mais apenas para crianças de 10 anos para baixo). Lamenta-se que a fórmula não evolua, mas pelo menos o público estadunidense não precisa aguentar tralhas que chamam de cinema como Xuxa, por exemplo. Tim Allen é bacana, e seu filme, embora não seja bom cinema, é um passatempo adequado para a família durante as compras natalinas. Só nessa época!

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