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Críticas

Cineplayers

Além de ser uma cópia de filmes que já são limitados por si só, o filme funciona melhor como comédia.

1,0

Pânico na Floresta 2 (Timber Falls) chega ao Brasil direto nas locadoras como mais um exemplar de terror sanguinário e, neste caso, especialmente mais estúpido do que a média do gênero. É uma mistura sem graça de O Albergue com O Massacre da Serra Elétrica. Tem seus personagens bizarros e muito sangue. Aliás, quem estiver procurando por sangue vai encontrar bastante dele aqui. Faltou só uma história minimamente coerente, pois esta mistura de culto religioso com violência possui grandes inconsistências (para não utilizar uma palavra mais vulgar) em sua narrativa.

É a velha história do casal (ela, loira, é claro) que se perde na floresta e começa a ser atacado. Aqui há outro casal que, para justificar seus atos grotescos, utilizam fanatismo religioso. Há várias “surpresas” no meio da história: o mocinho que acabou demonstrando ser o bandido e o mau-caráter que acabou demonstrando ser uma pessoa inocente. A cada “importante” revelação, a sensação de que o filme acabará e nada de realmente novo irá acontecer vai aumentando. Quem dirigiu isso aqui foi Tony Giglio, o mesmo do policial Caos, com Jason Statham (filme que também contém várias “surpresas” no desenrolar da história, mas é um trabalho bem superior). Não há uma cena sequer que apresente nível razoável de tensão. E isso, para esse tipo de filme, é o pior que pode acontecer.

A genialidade da produção chega ao seu limite quando, lá pelas tantas, somos obrigados a presenciar um flashback de um acontecimento que ocorrera minutos antes, como se o diretor, não ciente da capacidade mental de seus espectadores, quisesse ter certeza de que todos entenderam a cena anterior. Mas isso seria desculpável se o vilão do filme não se utilizasse das piores desculpas para maltratar ou para manter vivas as suas vítimas. Religião, quando mal empregada, já é auto-paródica, e o seu uso em filmes de terror geralmente faz o roteiro desses filmes descambar para o ridículo. Mesmo filmes respeitados como O Exorcista ficam a poucos passos do limite final da coerência. Além da religião, Pânico na Floresta 2 possui várias passagens cômicas, como quando os fanáticos trancam o casal em um quarto obrigando-os a procriar, caso contrário terão membros decepados.

O filme conta com uma dose limitada de sexo, sempre parando no ponto em que as coisas realmente esquentam. Seria uma desculpa (a melhor) para qualquer pessoa assistir ao filme, mas a direção é tão infeliz que corta as cenas sempre em tempo, gerando um sentimento de frustração bem grande. Acredito que, nessas situações, o melhor a fazer é, se não for entregar o jogo totalmente, não provocar o espectador. Cartilha básica para conseguir a simpatia do público, que mais uma vez, sendo assim, é feito de imbecil.

Pânico na Floresta 2 é uma sucessão de cenas constrangedoras e sem tensão alguma. O elenco não está especialmente ruim, pois o roteiro simplesmente não dá chance para mostrar um trabalho de interpretação decente. O melhor do filme acaba sendo a bela paisagem. Mas o download de um bom papel de parede substitui essa vantagem sem custo algum. Altamente dispensável.

Observação: não se deve confundir este filme (Timber Falls, no original) com a sequência de Wrong Turn (no Brasil, Pânico na Floresta). A PlayArte fez bobagem, em uma tentativa estúpida e explícita de enganar aos espectadores. O verdadeiro Pânico na Floresta chega ao Brasil com o título de “Floresta do Mal”. Distribuidoras nacionais realmente fazem o público de imbecil, sabendo que este nada ou muito pouco tem o que fazer a respeito.

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