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Críticas

Cineplayers

Divertido e tocante, filme é boa opção para quem cansou das comédias românticas de sempre e quer algo com mais qualidade.

7,0

Tudo bem, o nome é um pouco brega e provavelmente vai espantar alguns preconceituosos de plantão, mas é a tradução literal do best-seller de Cecelia Ahern sobre Holly (Swank), uma jovem esposa cheia de sonhos e objetivos reprimidos na vida, que perde o amado marido, Gerry (Butler), cedo e tenta reconstruir sua vida sem ele. Só que ela não contava que seu marido, antes de falecer, deixasse algumas cartas para ajudá-la a seguir em frente. O que poderia ser um dramalhão barato e chato mostra-se um surpreendente drama com vários momentos cômicos que contrabalanceiam bem os as lágrimas e os risos.

Hillary Swank (Menina de Ouro, Meninos Não Choram) tem a aparentemente fácil missão de interpretar a viúva sofredora, porém a tarefa mostra-se muito mais difícil do que parece por causa da linha tênue entre uma bela interpretação dramática e o melodrama barato. Com o talento que já conhecemos dela, fica fácil saber que o ponto ideal foi alcançado. Como o filme é um drama recheado de comédia, ela ainda tem que se preocupar em expressar situações engraçadas sem ridicularizar o sofrimento de sua personagem.

Uma das coisas que mais chama a atenção é o carisma dos coadjuvantes. Gerard Butler interpreta o falecido marido de Swank, e é impressionante sua versatilidade para se tornar, simplesmente, um homem normal. Se eu não falasse, era capaz de muitos leitores nem terem reconhecido o brutamonte de 300 por aqui. Sempre rindo, extrovertido e bonito, é candidato a novo galã para as mulheres.

Já Lisa Kudrow, imortalizada pela série Friends, faz o papel de uma das melhores amigas de Swank, assim como a bela Gina Gershon. Juntas, as três vão aprontar momentos hilários (piadas de bom gosto, inteligentes, e não só aquele besteirol que estamos acostumados vindo do cinema americano) e dramáticos (como a seqüência em que Swank chega para ser madrinha de casamento) suficientes para te fazer ir do sorriso às lágrimas em uma velocidade surpreendente. Chamo a atenção também para a sempre competente Kathy Bates, que tem algumas cenas pesadas como a mãe de Swank.

É fácil saber quando estamos em boas mãos: o diretor e roteirista de P.S. Eu Te Amo é ninguém menos que Richard LaGravenese, de carreira ainda curta, mas que já roteirizou algumas obras importantes, como As Pontes de Madison e O Espelho Tem Duas Faces. Sabendo o que faz e com uma fotografia extremamente competente, que mistura belezas urbanas de Nova York com as belas paisagens naturais da Irlanda, e uma trilha sonora impecável, daquelas que você provavelmente vai querer comprar depois, a parte técnica completa perfeitamente sua parte artística.

Uma das minhas preocupações, quando o personagem morre, nos primeiros minutos de filme, era que não tivéssemos criado identidade suficiente com o casal para sentirmos sua perda. Porem, conscientemente, o filme vai nos apresentando a história dos dois através de lembranças da personagem de Swank enquanto ela lê as cartas deixadas por Butler, que servem como perfeito catalisador para essa reação funcionar. Além de criar identidade com a perda, esse recurso ainda nos prende à causa.

Mesmo que não seja 100% original e pareça muita fórmula pronta para chorar, devo dizer que funciona e proporciona belos momentos. Divertido e tocante, é uma bela opção de romance para quem estava cansado das comédias do gênero. Não é um filme só para casais (mesmo que estes sairão ainda mais apaixonados do cinema), mas também para todos aqueles que realmente acreditam no amor – e curtem um belo cineminha.

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