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Críticas

Cineplayers

Um filme bobo, feio e desnecessário. Economize a grana.

3,0

Lançado direto em vídeo nos EUA, parece que só os distribuidores brasileiros ainda não aprenderam a filtrar esse tipo de filme. Quase Virgem não tem nada de novo, poucas vezes é engraçado e ainda pega carona como genérico na carreira dos envolvidos. Se há uma ou outra idéia bacana, elas acabam perdidas em meio à muitas grosserias de mal gosto por parte do roteiro. Nasceu querendo ser um American Pie, mas quase chegou ao nível da porcaria que é O Dono da Festa.

Ed Waxman (Brendan Fehr, de Vampiros do Deserto e Premonição) é um jovem publicitário de sucesso e viciado em filmes caseiros que sofre uma traumática traição de sua namorada com o melhor amigo. Um ano depois, tal separação ainda o atrapalha no trabalho, causando sua demissão. O único jeito de continuar no cargo é convencer um grande cliente da empresa onde trabalha a não cancelar o contrato entre as duas, como eles desejam. Durante o final de semana de trabalho pesado, seu irmão Cooper (Chris Klein, de American Pie e Fomos Heróis) cisma que sabe como resolver o problema criativo do irmão: o que ele precisa mesmo é de uma boa transa.

Alternando entre piadas de extremo mau gosto e desnecessárias (como o líquido escorrendo do meio das pernas da mulher) com alguns momentos realmente engraçados (a parte da missa) de maneira desequilibrada, só vai divertir aqueles que gostam de piadas assumidamente bestas. O filme é feio, mal filmado, bobo, com roteiro cheio de gordurinhas e desnecessário.

Se há alguma qualidade no longa, esta fica na inclusão de diversas “vídeocassetadas” ao longo da projeção. Isso mesmo, aquelas que você já viu e reviu nos domingos da TV, aparecem no filme de forma bastante criativa. O diretor Pat Holden (este é apenas seu segundo filme) inseriu diversas dessas cenas para fazer metáforas aos pensamentos dos personagens. Por exemplo, quando um dá uma bola fora em uma conversa, aparece o pai recebendo uma paulada naquele lugar do filho, e por aí vai.

Essas passagens são realmente legais e aproveitam bem o perfil criado para o personagem principal. Há umas hilariantes (como a devastadora e impressionante seqüência inicial, lotada de vídeos caseiros incríveis) e outras desnecessárias (um panda bebendo o próprio sêmen), mas, no geral, elas estão em um contexto bem encaixado e é até impressionante que não tenham sido esquecidas ao longo de todo o filme (geralmente, quando um recurso estético assim é utilizado em um longa ruim, ele é usado em demasia no começo da projeção, mas é deixado de lado ao longo de seu desenvolvimento).

Minha reclamação mais forte por parte desses vídeos é mesmo conceitual: o filme dá a entender que todos os vídeos caseiros foram feitos pelo protagonista do longa; algo que, se pararmos para pensar, é simplesmente absurdo, afinal, se ele está sempre presente e com uma câmera ligada quando acontecem “tragédias” do dia-a-dia, era óbvio que isso poderia ter sido explorado melhor pelo roteiro caso convencesse que aquele jovem poderia estar sempre no local certo na hora certa - e não é essa a impressão que o filme consegue alcançar. Bom, acredito que seja pedir demais, afinal, tentar traçar um perfil psicológico mais trabalhado em um filmes como esse é quase como depilar um gato com pinça.

Vale por uma ou outra piada, mas é inaceitável pagar o preço caro de um ingresso de cinema apenas para ver essa baboseira. Para ver os atores em piloto automático, mulher pelada ou então a linda Cobie Smulders, prefiro fazer em casa. Aconselho a você o mesmo.

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