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Críticas

Cineplayers

O filme se prolonga demais em delongas dramáticas e só funciona nas cenas de luta.

4,0

O ano era 1976. Sylvester Stallone, então um ator desconhecido e desempregado, apostou suas esperanças em um roteiro de sua autoria sobre um lutador de boxe fracassado que, por força do destino, ganha a grande chance de enfrentar o campeão mundial dos pesos-pesados. O filme originado desse roteiro, Rocky – Um Lutador, tornou-se um grandioso sucesso e Sly, assim como o personagem que escreveu e interpretou, a idealização do homem comum norte-americano pós-Guerra do Vietnã e pós-escândalo Watergate. Quase trinta anos depois, um combalido Stallone, há anos no ostracismo, decide apostar as últimas fichas de sua reputação em uma quinta seqüência cinematográfica do Garanhão Italiano, mostrando o aposentado Rocky voltando aos ringues. Um paralelo que confunde criador e criatura em momentos distintos: Rocky Balboa é sobre Sylvester Stallone.

Tirando o fato de ser uma tentativa (certeira, já que o filme faturou somente no mercado americano e canadense cerca de US$ 70 milhões, uma ótima quantia) de reerguer a carreira do astro, não há muito para um novo filme da série. Já no princípio descobrimos que Adrian, o grande amor de Rocky, está morta – a atriz Talia Shire somente aparece em imagens de arquivo reutilizadas.  Ele está aposentado como pugilista há anos e tem uma relação conflituosa com o filho (Milo Ventimiglia, de Stay Alive – Jogo Mortal), que vive à sombra do pai famoso. Seu cunhado Paulie (Burt Young, outro remanescente do filme original, melancolicamente engraçado) continua sendo seu braço direito e Marie (a desconhecida Geraldine Hughes) é uma pessoa de seu passado que reaparece de forma a ensaiar um romance.

E é nessa relação hipócrita e mal resolvida que o filme gasta boa parte de sua duração, em um blá blá blá interminável e enfadonho, dando margem para Stallone proclamar longos diálogos, algo até então inédito na sua carreira – e com a mesma desenvoltura de sempre, ou seja, nula. Para alívio dos entediados, surge finalmente a oportunidade de voltar aos ringues encarando o atual detentor do cinturão dos pesos-pesados (o pugilista Antonio Tarver), cuja popularidade está em baixa e que vê na tal luta contra o famoso ex-campeão uma forma de adquirir prestígio e credibilidade (o desencadeamento desta linha narrativa é uma simulação por computador de uma luta entre ambos, uma piada).

O filme só decola quando começam os esperados treinamentos para a luta, inclusive a famosa subida dos degraus do Museu de Arte da Filadélfia ao som da famosa "Gonna Fly Now", de Bill Conti. Mas a montagem falha ao deixar esse trecho curto demais. Corta para o embate, e o filme fica eletrizante. Misturando linguagem cinematográfica e televisiva, usando fotografia por vezes estilizada e dramatização perfeita, somos absorvidos pela ação (por mais que a edição falhe ao fazer inserções desnecessárias e que o adversário não convença). A gente quase pensa ter assistido a um bom filme. Rocky está vivo e encerra seu ciclo. Já Stallone... que venha o Rambo!

Comentários (2)

Walter Sampaio | sábado, 20 de Fevereiro de 2016 - 18:45

que é isso???????????????? viu outro filme????????????

lindo filme, briga com o 2 como o segundo melhor filme.

este filme é uma homenagem a toda a história Rocky

não entendo esta implicância com este filme e todo oba oba com Creed...

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