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Críticas

Cineplayers

Longa é arremedo de Harry Potter e "primo pobre" de O Senhor dos Anéis.

4,0

Encantada” (2007) e “A Bússola de Ouro” (2007) abriram, no final do ano passado, a temporada de férias escolares dedicada aos lançamentos infanto-juvenis. “Os Seis Signos da Luz” (2007) inclui-se nessa leva de filmes com foco no público pré-adolescente, que ainda reserva para o início de fevereiro a estréia de “Meu Monstro de Estimação” (2007).

Tanto “Os Seis Signos...” como “Meu Monstro...” foram produzidos pela Walden Media, responsável também pelas adaptações da série de C.S. Lewis, “As Crônicas de Nárnia”, para a tela grande (a segunda parte das crônicas, “O Príncipe Caspian”, é aguardada aqui no Brasil para final de maio deste ano).

Não foi por acaso que a produtora ingressou na seara de filmes fantásticos para adolescentes. A trilogia “O Senhor dos Anéis” e a saga do aprendiz de feiticeiro de Hogwarts abriram o caminho. Infelizmente, nem mesmo todo know-how em efeitos especiais e a parceria com a Disney foram suficientes para que a Walden gerasse transposições para o cinema no mesmo nível de qualidade de seus inspiradores. Parece até que a vontade de se contrapor a eles prevaleceu, resultando em obras menores, espécies de arremedos de Harry Potter, ou “primos pobres” da versão do neozelandês Peter Jackson para a obra de J.R.R. Tolkien.

“Os Seis Signos da Luz” não foge à regra. Semelhante a “As Crônicas de Nárnia”, também é a adaptação de um livro extenso, “A Rebelião das Trevas”, editado em cinco volumes e escrito pela inglesa Susan Cooper. Com o agravante de todos esses volumes terem sido transpostos para um único longa de pouco mais de uma hora e meia. De resto, as deficiências são muito semelhantes às de “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” (2005), o primeiro episódio das “crônicas”. Elenco frouxo, protagonista pouco carismático, abuso de clichês a respeito de bem e mal, luz e escuridão, e pouco tempo para desenvolver uma história que, pelo menos na sua versão em papel, emprega uma série de símbolos e referências à mitologia e à história anglo-saxônicas.

Isso sem falar na tentativa mal-sucedida de dramatizar os problemas de adolescente do herói-mirim da trama, Will Stanton (Alexander Ludwig), enquanto ele vai se dando conta de que não é um garoto comum, mas sim um poderoso guerreiro, último na linhagem de um clã, e único capaz de destruir o cavaleiro das trevas (interpretado por Christopher Eccleston, de “Cova Rasa”, filme que guindou o escocês Danny Boyle ao conhecimento do grande público, em 1994).

Quem sabe não seria melhor esperar por “Meu Monstro de Estimação” entrar em cartaz? Sem garantias, eu acrescentaria.

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