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Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, O

(Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, The, 2001)
8,5
Média
1558 votos
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Sua nota

Críticas

Cineplayers

A trilogia cinematográfica máxima da fantasia tem uma primeira parte lindíssima.

10,0

Para um fã de O Senhor dos Anéis, falar sobre este filme é muito fácil. Fácil e divertido. Vi o filme logo no primeiro dia de seu lançamento, 1º de janeiro de 2002. Na época, ainda estava lendo os livros da trilogia, e meu conhecimento sobre a história e personagens era bastante vago. De qualquer forma, tudo o que eu havia lido até aí (estava perto do fim de Sociedade ou no início de As Duas Torres) já me encantava. Em relação ao filme, a minha expectativa para ele era nula até agosto, quando ela começou a deslanchar. Lembro que uma das informações que mais me chamou a atenção foi o conhecimento de que George Lucas havia baseado sua trilogia Star Wars (até o ano passado, minha série de filmes favorita) em elementos de Tolkien, com o que, depois de agora já ter lido a trilogia, e visto Sociedade nos cinemas, concordo plenamente.

Então o filme começa... Que introdução! Talvez um dos inícios mais emocionantes já vistos em filmes de ação e aventura. A apresentação que Peter Jackson fez da primeira derrota de Sauron, a explicação sobre a criação dos anéis e como o Um Anel foi chegar até Bilbo ficou estupefante. Essa introdução dura pouco mais de cinco minutos, mas é de tirar o fôlego. Nessa altura, Sociedade do Anel já havia me fisgado. Vale ressaltar que muito dali existe apenas em breves relatos nos apêndices dos livros da trilogia e em Contos Inacabados, livro que acabei de ler recentemente, também.

Depois o livro primeiro da trilogia, “A Sociedade do Anel”, finalmente começa. O condado é incrível. Inspira tranqüilidade, inocência, diversão e felicidade, tal como é descrito nos livros. A caracterização dos mundos e dos personagens é incrível. Para quem não conhece a história, seria difícil imaginar tudo o que vem pela frente a partir daquele lugar tranqüilo e pacífico, longe dos problemas do mundo.

Durante o filme, seremos ainda apresentados a lugares não menos interessantes, e a personagens incrivelmente complexos e diferenciados. Obviamente, o Aragorn do filme não é tão profundo quanto o Aragorn do livro, só para citar um exemplo. A New Line deu a Peter Jackson o direito de editar um filme de somente três horas para os cinemas. Pode parecer muito, mas para lidar com tudo o que existe nos livros, cinco horas ainda seriam pouco. Antes do lançamento de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres nos cinemas, foi lançado uma versão estendida em DVD, com mais 30 minutos de conteúdo, que aprofunda ainda mais os personagens. É obrigatória para os fãs, só que não chegou ao Brasil, e no momento ainda não há previsão de que isso possa acontecer.

Já é conhecido que Sociedade do Anel ganhou, em março de 2002, quatro dos 13 Oscars que estava disputando (entre dezenas de outros prêmios pelo mundo afora): trilha sonora, efeitos especiais, maquiagem e cinematografia. Deixe-me comentar porque ele mereceu tais prêmios.

Trilha sonora: Howard Shore é um dos mais importantes compositores de filmes do mundo na atualidade, tendo composto trilhas para mais de 60 filmes, incluindo Seven, Alta Fidelidade, Ed Wood, Uma Babá Quase Perfeita, entre outros títulos importantes. Jamais havia ganho o prêmio. Para Sociedade do Anel, Shore fez uma trilha vibrante, que cresce à medida que o tempo passa. Embora o tema do filme não seja tão incrível quanto o que John Williams fez para Star Wars (talvez este nunca seja superado), o tema de Sociedade do Anel (que também será usado nos outros dois filmes) é marcante, belíssimo e merecedor do prêmio.

Efeitos especiais: Sociedade do Anel não quebrou nenhum limite em termos de efeitos especiais, porém eles foram tão bem empregados, ajudando a história sem nunca sobrepor-se a ela, que servem como exemplo de eficiência para todos os mega-filmes de Hollywood. Cenas que serão lembradas por décadas, como Gandalf enfrentando o Balrog em Moria (talvez a cena que simbolize tudo o que Sociedade é), é um exemplo de boa interpretação (não do monstro, lógico) aliado a efeitos especiais de primeira linha.

Maquiagem: há tanta, mas tanta maquiagem em Sociedade, de tantos tipos e cores, que ficaria difícil (e injusto) não premiar o filme pela maquiagem. Os orcs são um show à parte. Ao mesmo tempo que são temíveis, demonstram muita personalidade (quando têm oportunidade).

Cinematografia: dos quatro, o Oscar mais merecido de todos. Os ambientes e uso das paisagens naturais da Nova Zelândia maravilham os olhos. Em cada cenário nota-se o amor pela obra que Peter Jackson e sua equipe depositaram no projeto. O Condado, Bri, Moria, Valfenda, e as belíssimas montanhas... É pra ver e rever até cegar (nem tanto).

O filme perdeu também vários Oscars, e espera-se que eventualmente, no segundo ou no terceiro filme da trilogia, ele consiga conquistar o prêmio de melhor filme e melhor diretor. Seria merecido. E de ruim? O que o filme apresenta? Há alguns pontos negativos, claro. Embora as interpretações, efeitos especiais e direção sejam primorosas, o filme sofre principalmente de uma lentidão bastante razoável depois da cena clímax, que ocorre em Moria (o Troll e o Balrog). Mas como esta é uma adaptação, o diretor é obrigado a seguir a história o máximo possível, e o ritmo visto após Moria acaba chateando muitos dos espectadores que não têm uma afinidade (ou “afãnadade”) com a história, por ser muito lento. Essa é a maior reclamação de todos em relação ao filme, mas não é o suficiente para torná-lo menos importante, épico e maravilhoso.

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel já está disponível em vídeo e em DVD. É um filme para se ter em casa, e rever pelo menos uma vez ao ano. Como aconteceu com Star Wars em 1977, os filmes de aventura e fantasia ganharam nova força. E quem não gostar, é bom sumir do mapa até 2004...

Atualização - 06/01/2004
A Sociedade do Anel - Versão Estendida

A versão estendida de A Sociedade do Anel foi lançada recentemente (e rapidamente) nos cinemas nacionais no final de dezembro, e agora só pode ser encontrada importando-se o DVD, já que não há previsão de lançamento do mesmo no mercado nacional pela Warner. O filme tem 30 minutos a mais, ou seja, são 208 minutos ao todo. Tempo suficiente para desenvolver todos os personagens (e, acredite, isso é realmente importante) e deixar o filme ainda mais perto do livro.

Alguns pontos, que serão importantes mais tarde em As Duas Torres e em O Retorno do Rei são explicados nesses 30 minutos extras, como a cena em que Galadriel entrega alguns presentes para os membros da sociedade, em Lothlorien: Sam recebe uma corda élfica (que será usada em As Duas Torres, mas somente na versão estendida); Merry e Pippin recebem adagas (que serão longamente usadas na batalha dos Campos de Pelennor, em O Retorno do Rei); Frodo recebe a Luz de Elendil (utilizada na toca da Laracna em O Retorno do Rei); e Legolas recebe um novo arco.

Essa cena demonstra a importância dos pequenos detalhes na trilogia, muitos deles só são notados pelos fãs dos livros ou por quem assistiu aos filmes várias vezes, mas são cenas divertidas e interessantes, por complementarem uma história às vezes visivelmente cortada para as versões de cinema (mas estas ainda com os cortes funcionam muito bem sem as novas cenas, felizmente). Somente para destacar, algumas das principais novas cenas da versão estendida são: uma explicação melhor da morte e da perda do Anel por Isildur, no prólogo (diga-se de passagem: com o pior efeito especial de toda a trilogia, uma montagem com fundo azul bizarra e muito mal realizada); cenas complementares no Condado (modificando um pouco o início da história de A Sociedade do Anel); a jornada de Sam e Frodo até Bri é um pouco maior e mais detalhada, assim como a entre Bri e Valfenda (já com Aragorn no comando); e há ainda mais de uma dezena de pequenas passagens (Gollum é visto no rio perto do final, seguindo a sociedade, por exemplo) e falas complementares.

Como era de se esperar, esta versão, segundo palavras do próprio diretor Peter Jackson, foi produzida principalmente em respeito aos fãs mais ávidos. Já para o público casual não é algo obrigatório, pois torna o filme mais lento e pesado (principal reclamação do público em relação a Sociedade do Anel). As novas cenas não são, apenas para deixar registrado, em sua maioria, cenas de efeitos especiais (ao contrário da versão estendida de As Duas Torres). No geral, esta nova versão não é um passo muito maior em relação à versão original dos cinemas, ao contrário do que acontece com a versão estendida de As Duas Torres, que dá ao filme uma dimensão totalmente nova (apresentando inclusive um personagem inédito até então, o Regente Denethor), mas vale a pena ser assistida por quem gostou da versão original. Infelizmente pode ser difícil encontrá-la disponível, algumas locadoras podem ter o DVD importado, mas sempre há o problema da falta de legendas em português. Espera-se que a Warner se desencane e lance, quem sabe, o pacote com os três filmes em suas versões estendidas aqui no Brasil.

Comentários (1)

Flavia Cristina | sábado, 20 de Dezembro de 2014 - 21:23

Koball dando nota 10 para um filme de fantasia....Senhor dos Anéis é um mito mesmo! 😋

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