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Críticas

Cineplayers

Mais um policial no mercado, mas até que é legalzinho.

7,0

Sentinela é mais um filme policial americano. Não vai mudar a história do cinema nem fazer o nome de nenhum dos envolvidos. Só vai gostar quem se interessa por filmes policiais, pela estética americana de eficiência narrativa, de uma trama relativamente intrincada (mas não muito) e de reviravoltas de roteiro.

Conta a história de um guarda-costas (Michael Douglas) do presidente da república envolvido num caso de espionagem para matar o dito. Há um dedo-duro no serviço secreto e ele é o principal suspeito. Como nos clássicos filmes policiais, terá de fugir da política (Kiefer Sutherland, praticamente repetindo seu papel televisivo de 24 Horas), provar que é inocente, achar o verdadeiro culpado e ainda conquistar a mocinha (no caso, Kim Basinger), tudo num espaço de uma hora e meia de muita correria.

Ao público, caberá acompanhar a trama e tentar adivinhar o culpado, além, claro, de torcer para o mocinho. Parece simples, mas fazer tudo isso dar certo é difícil – e quase ninguém consegue fora dos EUA, coisa impressionante. Para tanto, usaram uma quantidade de câmeras impressionante, que confere uma velocidade fora do normal à montagem e um sem número de possibilidades para se ver uma mesma cena, favorecendo o suspense e prendendo a atenção. Se há alguma coisa de realmente original no filme é esse uso feérico de câmeras/montagem, a cargo do fotógrafo mexicano Gabriel Beristáin, responsável pelo belo trabalho de Caravaggio, de Derek Jarman, e de uma centena de filmes para os grandes estúdios.

Trata-se de um projeto de Michael Douglas. Hoje produtor independente (pela Constelattion Films), vem colecionando prêmios pelos seus filmes desde 1975, quando bancou a feitura do multipremiado Um Estranho no Ninho. Como a maioria dos produtores e atores espertos de Hollywood hoje, alterna um filme comercial, geralmente para os grandes estúdios, com um mais autoral. Esse The Sentinel é o comercial, para a Fox, ou seja, um veículo para se conseguir viabilizar seus projetos mais ambiciosos na seqüência.

O diabo é que Douglas, quando se mete a fazer filmes sérios, só se dá mal. Acontece nas Melhores Famílias e Até que os Parentes nos Separem ajudaram a consolidar em parte do público que sua carreira afundou. Ou seja, o melhor de Douglas é quando ele aceita fazer papéis pequenos em filmes verdadeiramente com alguma coragem (no caso de Traffic) e essas suas bobagenzinhas comerciais, bem mais interessantes que seus projetos ditos “autorais”, que até agora redundaram em filmes “familiares”, com fórmulas para agradar a crítica e que não resistiram fora dos EUA.

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