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Críticas

Cineplayers

Serpentes à Bordo, o nome já diz tudo.

7,0

Caro leitor da Cineplayers, se você espera que eu vá recomendar ou não o filme Serpentes a Bordo baseado em coisas triviais como roteiro, atuações, direção etc, esqueça. Vou ser sincero, você não quer ver esse filme, procure outra coisa na programação ou alugue um bom DVD, pois a pessoa que deseja ver Serpentes a Bordo certamente já sabe o que espera e cabe a mim apenas confirmar: O filme cumpre o que prometeu?

A resposta é sim, e como.

Esqueça Anaconda e outros filmes similares que saíram direto pra vídeo; Serpentes a Bordo pode ser considerado um expoente do subgênero "ataque de cobras 3D" e o diretor David R Ellis é um Orson Welles dos ofídeos digitais. Sarcasmo a parte, o filme sabe que é trash e se aproveita disso sem vergonha nenhuma, exatamente como os "fãs" queriam. Mas, você não sabia que o filme já tinha fãs mesmo antes de chegar no cinema? Então esse filme não é mesmo pra você, melhor assistir a comédia do Adam Sandler ao invés.

Samuel L. Jackson se diverte vivendo um policial linha dura que precisa proteger uma testemunha cujo depoimento pode incriminar um perigoso gângster. Este, numa das premissas mais absurdamente cara-de-pau do cinema, decide encher o avião de cobras venenosas para eliminar a testemunha! O filme não perde muito tempo, após muita pouca exposição você já sabe quem deve fazer o quê e quem são os passageiros do vôo, uma galeria de estereótipos que vão desde a patricinha a-la Paris Hilton ao cara que tem medo de avião, passando pelo rapper e o gay (para incluir as minorias), as crianças, o cachorro, enfim, exatamente o que um filme desses deve ter.

Os ataques das cobras são até inventivos, pra não dizer esdrúxulos, mas se tornam um pouco cansativos pela segunda metade. Felizmente, o filme só tem um pouco mais uma hora e meia e sempre consegue recuperar a atenção. É preciso reafirmar que o filme não é uma paródia de thrillers passados em aviões, não há citações a outros filmes e apesar de ter vários momentos cômicos, todos os atores estão interpretando bem ou mal (peso maior para o último) os seus papéis, ninguém tenta parecer consciente de que o filme não se leva a sério, com exceção talvez de Kenan Thompson (o gordinho da série Kenan e Kelso da Nickelodeon).

Esse fator faz o filme funcionar melhor e apesar do diretor não ter nenhuma pretensão, consegue criar momentos de tensão e violência eficientes em meio à comédia, em meio aos clichês e cenas gratuitas, ao roteiro sem sentido e aos diálogos bestas, aos efeitos obviamente de baixo orçamento e, com tudo que poderia dar errado devido ao hype em torno dele o filme me divertiu bastante; mas porque eu estava esperando exatamente isso.

Dar notas a esse tipo de filme é algo ingrato, se você analisá-lo friamente por méritos técnicos é obvio que ele não se sustenta, mas acredito que a experiência tem um peso maior e por isso dou uma nota mais alta. Se você gostou de filmes como Seres Rastejantes assista, mas se esse não é o tipo de diversão que você procura então passe longe.

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