Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Melhor que o capítulo anterior, Parte 3 possui um clima aterrador e boas mortes. A história continua desprezível.

6,0

Como os dois primeiros filmes da série Sexta-Feira 13 haviam gerado um lucro bastante grande (não foram arrasa-quarteirões, mas trouxeram bons dividendos para o estúdio), o capítulo 3 da série chegou já em 1982, apenas um ano após o lançamento do capítulo anterior. A novidade aqui não é um roteiro melhor ou elementos novos e surpreendentes. O filme foi lançado originalmente em 3D (com o uso daqueles óculos coloridos), o que pode ser notado em algumas cenas: alguns personagens praticamente interagem com o público, quase tocando a câmera ou posicionando objetos na direção desta. Interessante, mas inútil quando assistimos ao filme em DVD. Hoje em dia há apenas algumas poucas cópias do original nesse formato. Para o restante do público, a boa notícia é que este capítulo 3 é superior à segunda parte, embora não seja um filme tão bom quanto o original (que, aliás, não foi ultrapassado mais também pelos vários capítulos posteriores).

O segredo do filme é o fato dele ser muito mais climático que o anterior. De certa forma é até mais climático que o primeiro da série. A locação do filme, construída excepcionalmente para as filmagens, era composta basicamente de uma casa grande, de dois andares, um celeiro e um lago, e monta um clima aconchegante e ao mesmo tempo aterrador. Quase todos os acontecimentos ocorrem naqueles três cenários, e embora o filme seja filmado em locação, a sensação que temos é que a fotografia é artificial, como dentro de um estúdio, quase plastificada, trazendo um clima um tanto quanto bizarro que não pode ser exatamente explicado por palavras (e pode passar despercebido também pelos espectadores mais desatentos, mas basta comparar com a fotografia dos dois filmes anteriores da série).

Novamente, assim como ocorreu no segundo capítulo da série, há uma introdução do capítulo anterior, que ocupa vários minutos e pode ser considerada cansativa – ou mesmo desnecessária – para quem assistiu àquele filme recentemente. Aliás, a loirinha Amy Steel foi convidada para este filme também, mas acabou recusando. Acabou aparecendo apenas em flashbacks justamente nesse ato inicial do capítulo 3. Os atores aqui são tão ruins (ou pelo menos seus personagens são tão ruins) quanto os do segundo filme, estúpidos como sempre – correndo atrás de drogas e sexo, um dos grandes clichês da série que é utilizado até hoje em filmes de terror para jovens.

Agora, se o terceiro filme tem um clima muito mais interessante que o segundo, a história, que já era fraca, fica totalmente desprezível. O roteiro inclui até mesmo uma gangue de punks, que logicamente será massacrada por Jason, de forma quase cômica. A história dá sinais definitivos de cansaço (e estamos apenas no terceiro capítulo). Os estereótipos se repetem com intensidade e muitas cenas desse filme são quase que cópias de cenas dos dois capítulos anteriores. Como curiosidade, o enredo passa-se logo após os acontecimentos do capítulo 2. Na prática, então, passa-se no final de semana após a sexta-feira 13 em que os jovens do segundo filme foram exterminados. Este também é o filme em que Jason veste pela primeira vez sua famosa máscara de hóquei, que sem dúvida trouxe uma marca própria ao assassino e deu mais personalidade a ele. Sem ela, provavelmente ele não seria o ícone do gênero que é hoje em dia.

Com mortes mais interessantes que o capítulo anterior, o final é bastante satisfatório, além de ser muito mais tenso, pelo fato de que a locação é menor e mais claustrofóbica – passa-se no celeiro, e não é apenas uma perseguição mata adentro. É curioso notar que este capítulo é, de forma geral, um dos menos apreciados por muitos fãs da série ou de filmes de terror em geral. Eu, porém, prefiro muito mais ele do que o anterior, principalmente pelo clima que permeia a locação. Agora, é apenas recomendado para absolutos fãs do gênero, pois a história é muito fraca. Felizmente ou infelizmente, Parte 3 é todo clima.

Comentários (0)

Faça login para comentar.