Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Um episódio alongado, mas com momentos incrivelmente engraçados que fazem valer a pena.

8,0

Depois de dezoito anos de absoluto sucesso na televisão de diversos países, enfim a família Simspons invade as salas de cinema de todo o Brasil. Os Simpsons é uma série que após tantos episódios – são mais de 400 – continua a manter seu humor irreverente e sua inteligência. No cinema, Homer comprova toda sua estupidez, em um filme divertido.

A história do longa-metragem mostra Homer tentando salvar Springfield de um desastre ambiental causado por ele próprio. Depois de adotar um porquinho, as coisas começam a dar errado para o chefe da família. Após causar uma catástrofe com o destino dado às fezes de seu animal de estimação, Homer sofre uma caçada implacável dos demais moradores da cidade. Ele é obrigado, então, a reconquistar a confiança de seus amigos e de Marge, que ficou profundamente decepcionada com o problema criado pelo marido, tentando reverter o caos que ajudou a criar.

Os Simpsons - O Filme nada mais é do que um episódio daquilo que já nos acostumamos a ver na tevê. A grande diferença é que, no cinema, o desenho se alonga por uma hora a mais do que a extensão de um episódio normal. Homer e sua família garantem um começo arrebatador. O filme é simplesmente perfeito em seu início. Tudo é hilário, provocando uma gargalhada atrás da outra. Vemos: Homer fazendo ótimos comentários enquanto assiste a um filme no cinema, uma abertura muito bem humorada, o Green Day se apresentando e, logo depois, fazendo uma referência a Titanic, Bart com sua seqüência de cenas com nudez. Absolutamente perfeito. São piadas excelentes, uma atrás da outra, satisfazendo a todos com um show de bom humor. 

Se o começo não permite críticas, depois de percorrido um tempo considerável de produção, Os Simpsons cai em qualidade. As piadas aparecem, mas não em um ritmo tão alucinante como inicialmente. Quando não está fazendo o espectador rir, o longa perde muito. O filme funciona ao fazer piadas – e nisso não decepciona -, porém, quando fica algum tempo, por menor que seja, desenvolvendo a história, apenas pontuando as passagens com trechos engraçados, o filme perde o ritmo.

Os Simpsons brinca com um assunto sério, entretanto sabe como fazer isso. Aqui, com exceção de Lisa e de um novo morador de Springfield, um pequeno músico irlandês que jura não ser filho de Bono (da banda U2), ninguém mais parece preocupado com “Uma Verdade Irritante”, sátira do longa ao documentário Uma Verdade Inconveniente, sobre a preservação ambiental. Então, o tempo e, obviamente, uma besteira feita por Homer farão com que os moradores de Springfield percebam a gravidade do assunto. Além das várias cutucadas na questão ambiental, enrendo principal do longa, Homer ainda brinca com a religião. “Esse livro aqui não tem respostas”, afirma. Ou seja, é só encarar tudo como uma grande brincadeira para se divertir com essa animação de trechos politicamente incorretos. Mas Homer é uma boa pessoa e aprende com as situações a importância de certos valores que parecia ignorar.

A crítica do longa à política norte-americana (recentemente Duro de Matar 4.0 também provocou Bush), é feita de maneira sutil. Depois de Springfield sofrer por destruir o meio-ambiente, a solução encontrada pelas autoridades foi a mais conveninente: isolar a cidade e fingir que ela nunca existiu. Ou seja, em vez de combater o problema, os políticos optam por negar sua existência. Fato que lembra, e muito, as atitudes do atual morador da Casa Branca.

Se Os Simpsons - O Filme nada mais é do que um grande episódio da série, ao menos, é muito bom e divertido. Se não consegue manter o ritmo durante as quase uma hora e meia de filme, a produção tem, pelo menos, seus momentos de perfeição. Fica aqui a recomendação para não abandonar a sala antes do fim dos créditos. Enquanto as letras sobem, alguns personagens aparecem com piadas sensacionais. A última delas, por sinal, brilhante.

Comentários (0)

Faça login para comentar.