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Críticas

Cineplayers

Um produto cinematográfico que independe de qualquer informação anterior sobre os personagens e seu universo para funcionar maravilhosamente bem.

8,0

Ao ver esse texto postado no site, o leitor poderá se perguntar por que motivos escrever mais uma crítica sobre Os Simpsons – O Filme se já existem três bons textos que falam quase tudo sobre o filme? A razão é que decidi trazer uma visão um pouco diferente: a de quem jamais viu um episódio da série televisiva e teve o primeiro contato com Os Simpsons no cinema. Sim, isso é possível. Pode acreditar. Esse breve depoimento vem despido de qualquer conceito prévio sobre a série de tevê, o que faz com que a análise da produção seja feita única e exclusivamente pelo que é mostrado na tela.

Logo de início, o filme já ganha o público ao fazer piada de si próprio. Ali, nos primeiros minutos, já é dada amostra suficiente de que o roteiro foi pensado à exaustão para obter o melhor nível possível nas piadas, algo fundamental para o produto funcionar. Isso pode ser comprovado na exibição dos créditos finais, quando são apresentados nada menos do que onze nomes assinando o roteiro. É provável que isso tenha contribuído para a alta qualidade dos momentos de humor.

Em termos de construção dos personagens, na visão de quem não tinha uma imagem anterior dos integrantes da família, o longa-metragem é completo. Não é preciso ter acompanhado durante anos a série para entender a personalidade e as motivações de Homer, por exemplo. É muito importante que o filme consiga se desvincular da série em relação a isso: ele não carece de um conhecimento prévio, ao contrário, constrói de forma tão eficiente uma significação sobre os personagens que mesmo quem não os tenha acompanhado na televisão consiga vislumbrar a tridimensionalidade que trazem. Isso é ponto para o filme: os protagonistas não são rasos. 

Outro ponto que vale destaque são as piadas. Afinal, trata-se, inegavelmente, de uma comédia – gênero que, normalmente, objetiva fazer rir. O humor mistura besteirol e non-sense de forma adequada, lembrando as grandes comédias dos anos 80, caracterizadas pelo número elevado de p/m (piadas por minuto). Em Os Simpsons – O Filme, o alto teor de p/m não compromete a qualidade. Um dos motivos é que são feitas com muita inteligência. Só para dar um exemplo, os diálogos nas cenas em que o presidente decide entre os planos de ação para resolver os problemas beiram a genialidade. 

O resultado final, assim, é um filme que combina entretenimento de alta qualidade com criatividade e inteligência na confecção. Um produto cinematográfico que independe de qualquer informação anterior sobre os personagens e seu universo para funcionar maravilhosamente bem.

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