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Críticas

Cineplayers

Apesar de ser absurdamente previsível e clichê, o filme emociona e pode ser visto por toda a família. Piegas, não?

6,0

Apesar de ser um drama absurdamente previsível e clichê, Sonhadora conta com um bom elenco e momentos vibrantes, e seu maior mérito é fazer os espectadores esquecerem desses problemas para apreciar os momentos emocionantes que proporciona. Piegas ao extremo em alguns momentos, talvez até um pouco manipulador, mas ao contrário da maioria dos filmes que possuem essas características negativas e medíocres, há talento real envolvido nesta produção. Não há como negar que Dakota Fanning é a grande estrela mirim do momento, então aproveitemos enquanto ela não cresce e torçamos para que não tome rumos desconhecidos, como tantos outros atores de sua idade já o fizeram.

Além de Dakota, Kurt Russel é outro ator presente no papel principal. Ele só vinha fazendo bobagem em sua carreira (Poseidon foi a última delas) e ainda que Sonhadora não tenha a salvo completamente, é um papel bom e recompensador. Suas cenas são boas e ele consegue fazer ao mesmo tempo papel de vilão e mocinho, quando se redime de seus erros. Obviamente os textos não são nada originais, mas algumas cenas em que colide com seu amargurado pai, Pop Crane (Kris Kristofferson) são muito boas. O resto do elenco coadjuvante está bem desempenhado, ainda que absolutamente todos os papéis sejam, assim como o roteiro, clichês.

Roteiro que é adepto de sucessos recentes como Seabiscuit, que conquistou grande sucesso de público e de crítica. Sonhadora fala sobre uma égua (Soñadora) que todos davam como inútil e seria sacrificada. Na última hora, por causa de sua filhinha, o criador Ben Crane (Russel) resolve ficar com ela e ver no que vai dar, ainda que outra coisa tenha que ser sacrificada em troca: a sua já instável posição financeira. Enfim, é uma história de boas intenções, com esperança, amor, superação. Em torno da égua a família Crane se reconstrói e no meio do caminho proporciona muitos momentos... melosos! Melosos, porém bonitos e coerentes. Pelo menos não há cenas absurdamente forçadas nem fantasiosas demais.

Diz-se que o filme foi inspirado por fatos reais, mas sabe-se que na realidade há muito pouco de real no que realmente foi mostrado no filme. Sabe-se também que Sonhadora foi negado por alguns estúdios e só conseguiu achar os sets de filmagem porque o diretor conseguiu que Dakota Fanning atuasse. O trabalho da garota é bem convincente. Ao contrário de outros atores e atrizes infantis, ela consegue demonstrar humildade através da sua simplicidade. Dakota começou a carreira como uma criança que falava como um adulto, e isso era simplesmente irritante. Mas aqui essa característica foi abandonada – Cale é uma menina que poderia existir na vida real sem ressalvas, ainda bem!

A trilha sonora é bem construída e as paisagens são muito bonitas. Houve um cuidado imenso com todos os sets, e o hipódromo onde ocorre a corrida final é muito bonito. A verdade é que era óbvio para os próprios produtores que eles tinham um material limitado em mãos, mas com ele fizeram um bom trabalho e o filme escapa de ser um desastre completo. Na realidade, fica bem longe disso. Alguns elementos foram totalmente deixados de lado (a esposa Lily, interpretada pela linda Elisabeth Shue, por exemplo, é bastante ignorada em muitos momentos) em prol do desenvolvimento da amizade de Cole pela sua égua sonhadora. E é essa parte que tem o poder de emocionar a família. Recomendo o filme por isso.

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