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Críticas

Cineplayers

Qual a graça dos efeitos especiais se o bacana nos filmes de Jackie Chan é ver justamente o que ele consegue fazer de verdade?

3,0

Quando vi o anúncio de O Terno de 2 Bilhões de Dólares, logo pensei: “Oba, novo filme do Jackie Chan. Diversão garantida. Vou ver o novo filme do chinesinho que fala embolado, troca fonemas, faz malabarismos cada vez mais extravagantes e conta sempre com um parceiro coadjuvante para divertir e entreter as pessoas por pelo menos 90 minutos, tudo somado a um enredo fácil e divertido de se contemplar.” Infelizmente, estava enganado, nesse filme tudo está errado.
 
Sim, temos o Jackie Chan. Temos o seu carisma. Temos todos os outros já esperados personagens carismáticos. Mas junto temos um enredo idiota e uma direção que abusa de efeitos especiais para fazer coisas que Jackie faz melhor sem o auxílio da tecnologia. Dá para sentir nos movimentos do astro algumas cordas apagadas por computador, tirando todo o brilhantismo das poucas cenas de ação que o filme contém. Isso mesmo, além de serem muito ruins, as cenas ficaram artificiais e completamente sem sal, acentuando isso tudo mais ainda por ser um filme do maior mago do malabarismo do cinema atual.
 
Seria o sinal da idade? Creio que não. Jackie está em forma, mesmo com seus quase 50 anos, já que o início do filme engana bastante, dá a parecer que teremos um filme convencional de ação do astro chinês. Só que a história boba e confusa chega dar sono. Um motorista de táxi é convidado para trabalhar para um agente do governo americano, como seu motorista. Quando essa pessoa fica incapacitada de trabalhar (não digo porque para não estragar uma das poucas cenas legais do filme), Jackie assume seu lugar, mesmo que sem querer, e começa a arrumar confusão com os inimigos e amigos do verdadeiro agente, tentando evitar que um vilão contamine toda a água dos EUA para se enriquecer sendo a única fonte de água potável do país.
 
Bom, não temos a ação, mas será que vale ir ao cinema para curtir a comédia que geralmente seus filmes trazem? Não, não vale. Você até consegue rir de algumas cenas, mas no geral são piadas bobas, clichês, muito mais do mesmo. Estou realmente impressionado com a baixa qualidade de enredo desse filme. Fico até me perguntando o que levou Jackie a aceitar o papel, já que não tinha quase nenhuma cena de ação e a história era tão sem sal. Com a ajuda dos efeitos especiais que foram utilizados no ator, creio que qualquer outro ator poderia ter sido escolhido para o papel. Tirando, claro, a já citada cena do começo. Aquela faz jus ao passado de Jackie, mas o resto...
 
A direção arrisca algumas câmeras ousadas, isso achei legal, como uma em um skate perseguindo um carro. Só que o excesso de cortes contribuiu ainda mais para tirar a emoção das cenas de Jackie. Isso costuma ser bom, porque as montagens enganam muito, mas com Jackie é diferente, é bom deixar a câmera contínua para que possamos acompanhar suas façanhas, até nisso esse filme erra.
 
Ele é, inclusive, uma sátira aos filmes de James Bond. Isso fica claro pelo que acontece e pelas falas de Jackie no decorrer do filme, além da presença de uma bela acompanhante, assim como nos filmes do espião inglês, interpretada pela bela Jennifer Love Hewitt (de Eu sei o que vocês fizeram no verão passado).
 
Infelizmente é o pior filme de Jackie Chan. Está muito longe dos dois A Hora do Rush e de Mr. Nice Guy - Bom de Briga. Quem não sabe quem ele é, talvez até ache o filme um pouco divertido, mas para quem foi ao cinema sabendo do potencial do ator, vai achar uma das maiores decepções do ano, juntando-se à Vida que segue, Scooby Doo e Insônia. Vai ser difícil escolher só 3 dos 4, a concorrência está forte. Parece que esse terno saiu o maior gato por lebre da história.

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