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Críticas

Cineplayers

O quarto filme da série não é divertido e nem inteligente. Simplesmente terrível.

1,0

Cloris Leachman. Atriz, 80 anos recém-completados, premiada com um Oscar de coadjuvante por A Última Sessão de Cinema. E uma cena dispensável no final de carreira: ter seu rosto lavado com urina por Anna Faris. É, Todo Mundo em Pânico 4 é isso: humor chulo, pretensamente anárquico e muito, mas muito aborrecido.

Ao menos é rentável, e é isso que interessa aos chefões da indústria do entretenimento. A um custo de 50 milhões de dólares (um valor bastante elevado para uma comédia – que possui convincentes trabalhos de CGI justificando essa quantia), só esse episódio faturou o dobro nos Estados Unidos. E por isso mesmo, um novo exemplar já está sendo produzido.

É uma franquia que jamais me convenceu. Inclusive o primeiro episódio, considerado por muitos o melhor da série. Lembro-lhes que as cabeças por trás da criação da série são os hoje meio esquecidos Keenen Ivory Wayans e Marlon Wayans, que foram de defenestrados do comando após o fracasso do (terrível) segundo episódio. Quem assumiu as rédeas do terceiro e deste (e do quinto também) foi Jerry Zucker, um dos inventores deste tipo de paródia ainda lá na década de 70, em filmes como Apertem os cintos... o Piloto Sumiu! e alguns outros menos cotados. Mas é uma pena que Zucker não mantenha o ritmo de outrora e entregue uma obra carente de boas idéias.

Não que seja um desastre total. Há exatamente duas boas cenas: uma que já estava presente no trailer, envolvendo o episódio de Tom Cruise pulando no sofá da Oprah Winfrey ao avisar o mundo que estava ‘grávido’ (um ótimo trabalho do ator Craig Bierko, de quem até então eu só conhecia de A Luta Pela Esperança) e uma cena envolvendo o arroz-de-festa Leslie Nielsen esculachando ninguém menos que George W. Bush (contudo há uma cena de nudez desagradável e desnecessária).

O resto é dispensável e irritante. Aliás, parece que faltaram idéias aos roteiristas, entre eles Jim Abrahams, outro remanescente setentista do gênero. Afinal, como explicar uma embromação envolvendo espermatozóides, logo no início, em um filme que tem menos de uma hora e meia? Inclusive acho que nem posso chamar de roteiro o fiapo de história que é mostrada na tela; é apenas uma sucessão de piadinhas mal feitas e mal costuradas de filmes famosos, como Menina de Ouro, A Vila e O Grito. Uma destas, envolvendo O Segredo de Brokeback Mountain, é de doer: “olha, eu não tenho nenhuma tendência” não consegue nem ser ofensiva, muito menos politicamente incorreta. É pífia até mesmo a aguardada paródia a Jogos Mortais, que funciona como prólogo.

As piadinhas, ou de banheiro ou de conotação sexual (que só agradam mesmo àqueles adolescentes bem idiotas) estão presentes, como de praxe, com a participação de inúmeros atores do segundo (terceiro?) escalão. A já citada Anna Faris continua firme na série como a atrapalhada Cindy (ela deve ser a única integrante remanescente do original), e já está confirmada no próximo episódio. Que seja.

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